terça-feira, 27 de julho de 2010
Iceman: "Odeio a Opinião da Massa"
Amigos leitores, amantes do automobilismo, diz-se que se você colocar uma rã em uma panela de água fria e for esquentando aos poucos, ele morrerá cozida, sem sentir que a temperatura está se elevando. Mas se você colocar a mesma rã em uma panela de água quente, ela pula. E todos nós pulamos.
Não estou aqui apenas para contrariar o que todos dizem, mas será que ninguém, em nenhum momento, se colocou no lugar de Felipe Massa desde domingo?
Em árduas conversas com todos os meus amigos que, conseqüentemente sabem da minha paixão por este esporte e me perguntaram sobre o ocorrido, minha resposta foi simples: “Imagine você trabalhando com alguém há quase 8 meses, dividindo toda uma estrutura e todo um projeto. Não importa o seu ramo de atuação, uma oficina mecânica, um escritório de advocacia, um departamento de marketing, enfim, imagina que você esteja brigando por um objetivo claro, ganhar. Agora imagine que você teve nove oportunidades e na maioria das vezes você sempre foi superado pelo seu companheiro de equipe, porque você está tendo alguns problemas de ambientação com o projeto. Sendo assim, o seu projeto está perdendo para outros projetos concorrentes e o seu chefe ou gestor pede que, neste momento onde você circunstancialmente está a frente de seu parceiro de trabalho, deixe-o levar as glórias, afinal somente com ele o projeto terá chances de dar certo. No próximo ano, nas próximas 19 tentativas de 2011 vocês terão novamente as mesmas condições de trabalho e se enfrentarão, mas dadas as circunstâncias e após análise fria de nossa cúpula, as chances que você tem de ser bem sucedido são remotas, quando as chances dele são de quase 50% a mais.” Esse meu amigo respondeu: “Eu nunca deixaria.” E minha resposta foi: “Espero nunca ter de trabalhar com você”.
As equipe de Fórmula 1 são grandes empresas, que geram milhões de dólares e empregam milhões de pessoas direta e indiretamente. As equipes precisam ter algo a seu favor para justificar seus patrocinadores, resultado. Equipes mais inexperientes deixam seus pilotos brigarem de forma até irracional. Webber e Vettel foram rechaçados pela imprensa internacional por não terem controlado o ímpeto de brigarem entre si. Disseram a quem quisesse ouvir que a Red Bull precisava de alguém que acalmasse os ânimos e que a equipe que tem uma superioridade na pista, perdia por não ter um pulso firme na direção. Disseram que isso não ocorreria na Ferrari e McLaren, por exemplo. Button e Hamilton, na mesma corrida, quase se atracaram, o motivo foi um defeito no rádio de Jenson que impediu de receber a maquiada ordem de equipe para poupar combustível e para de pressionar o seu companheiro Hamilton. A frase “tragam as crianças para casa” foi repetida pelo principal narrador brasileiro como referencia as flechas de prata que pararam a disputa e continuaram o 1-2 da equipe sem maiores danos. O que ocorreu no caso da Ferrari é que Massa deixou Alonso passar descaradamente. Se fosse uma manobra de corrida, um pit-stop, ou algo mais maquiado, tudo bem, ninguém se importaria com o caso, seria passada uma borracha em tudo isso e estaríamos discutindo sobre a falta de competitividade de Michael Schumacher ou o retorno dos carros vermelhos ao topo. Mas não, faltou a Ferrari um pouco mais de malícia nisso tudo. Foi tudo muito explícito, muito escancarado. Por isso, pulamos, pois assustamos com tamanha cara de pau da Ferrari em parecer que perdemos o nosso tempo durante 1h20 para assistir a uma corrida manipulada. Isso que nos revoltou. Ninguém se lembra de Felipe Massa fazendo um pit-stop mais longo para permitir que Kimi Raikkonen fosse campeão em 2007?!
Fiquei muito decepcionado na hora, porém, com sangue frio e análise racional, desculpem a sinceridade, mas qualquer um faria o mesmo.
Fiquem à vontade para jogarem as pedras.
Não estou aqui apenas para contrariar o que todos dizem, mas será que ninguém, em nenhum momento, se colocou no lugar de Felipe Massa desde domingo?
Em árduas conversas com todos os meus amigos que, conseqüentemente sabem da minha paixão por este esporte e me perguntaram sobre o ocorrido, minha resposta foi simples: “Imagine você trabalhando com alguém há quase 8 meses, dividindo toda uma estrutura e todo um projeto. Não importa o seu ramo de atuação, uma oficina mecânica, um escritório de advocacia, um departamento de marketing, enfim, imagina que você esteja brigando por um objetivo claro, ganhar. Agora imagine que você teve nove oportunidades e na maioria das vezes você sempre foi superado pelo seu companheiro de equipe, porque você está tendo alguns problemas de ambientação com o projeto. Sendo assim, o seu projeto está perdendo para outros projetos concorrentes e o seu chefe ou gestor pede que, neste momento onde você circunstancialmente está a frente de seu parceiro de trabalho, deixe-o levar as glórias, afinal somente com ele o projeto terá chances de dar certo. No próximo ano, nas próximas 19 tentativas de 2011 vocês terão novamente as mesmas condições de trabalho e se enfrentarão, mas dadas as circunstâncias e após análise fria de nossa cúpula, as chances que você tem de ser bem sucedido são remotas, quando as chances dele são de quase 50% a mais.” Esse meu amigo respondeu: “Eu nunca deixaria.” E minha resposta foi: “Espero nunca ter de trabalhar com você”.
As equipe de Fórmula 1 são grandes empresas, que geram milhões de dólares e empregam milhões de pessoas direta e indiretamente. As equipes precisam ter algo a seu favor para justificar seus patrocinadores, resultado. Equipes mais inexperientes deixam seus pilotos brigarem de forma até irracional. Webber e Vettel foram rechaçados pela imprensa internacional por não terem controlado o ímpeto de brigarem entre si. Disseram a quem quisesse ouvir que a Red Bull precisava de alguém que acalmasse os ânimos e que a equipe que tem uma superioridade na pista, perdia por não ter um pulso firme na direção. Disseram que isso não ocorreria na Ferrari e McLaren, por exemplo. Button e Hamilton, na mesma corrida, quase se atracaram, o motivo foi um defeito no rádio de Jenson que impediu de receber a maquiada ordem de equipe para poupar combustível e para de pressionar o seu companheiro Hamilton. A frase “tragam as crianças para casa” foi repetida pelo principal narrador brasileiro como referencia as flechas de prata que pararam a disputa e continuaram o 1-2 da equipe sem maiores danos. O que ocorreu no caso da Ferrari é que Massa deixou Alonso passar descaradamente. Se fosse uma manobra de corrida, um pit-stop, ou algo mais maquiado, tudo bem, ninguém se importaria com o caso, seria passada uma borracha em tudo isso e estaríamos discutindo sobre a falta de competitividade de Michael Schumacher ou o retorno dos carros vermelhos ao topo. Mas não, faltou a Ferrari um pouco mais de malícia nisso tudo. Foi tudo muito explícito, muito escancarado. Por isso, pulamos, pois assustamos com tamanha cara de pau da Ferrari em parecer que perdemos o nosso tempo durante 1h20 para assistir a uma corrida manipulada. Isso que nos revoltou. Ninguém se lembra de Felipe Massa fazendo um pit-stop mais longo para permitir que Kimi Raikkonen fosse campeão em 2007?!
Fiquei muito decepcionado na hora, porém, com sangue frio e análise racional, desculpem a sinceridade, mas qualquer um faria o mesmo.
Fiquem à vontade para jogarem as pedras.
Iceman 2010
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4 comentários:
Mesmo tendo 50% a mais de chance eu ainda achava que ele poderia chegar mais longe que o Alonso. Acredito que a disputa deve ser livre, pois junto com a equipe e seus milhões, tem a carreira de cada piloto. E se um dia um piloto ter o direito de vencer negado, isso deixa de ser esporte. A culpa não é exclusiva do Massa, é da Ferrari, dele e do Alonso.
É claro que as outras equipes também fazem isso, mas é como o Schumacher disse, tem que ser mais discreto, não simplismente desacelerar e passar. Porque se fizer e descobrirem que fizeram isso, tem que ser punido, é a regra.
Permita-me discordar. Se não permitir, discordarei mesmo assim - afinal, não trabalho na Ferrari. rs
A vocação da corrida de carro EXIGE a vontade insuperável de vencer. A Fórmula Um foi criada para isso, sobre lágrimas e sangue de pilotos que não eram pessoas normais. E é preciso não ser normal para merecer ser piloto na F1. É isso que o público espera de quem senta num cockpit. É como se tivéssemos um contrato com os pilotos: nós damos audiência e $, eles agem como pilotos de verdade.
Nós, o público, temos sim o direito de ficar indignados. Funcionário exemplar tem que ser o mecânico, o relações públicas... e não o piloto. A equipe deve trabalhar pelos pilotos e não o contrário.
Talvez eu tenha sido muito bem acostumado ao começar a ver corridas na década de 80. rs
Abraço!
E não se esqueçam: NÃO COMPRE UMA FERRARI.
:P
PS: Vc perguntou se ninguém havia se colocado no lugar do Massa. Não costumo falar disso publicamente, mas, lá vai: SIM. Eu abandonei o jornalismo para continuar a ter amor próprio - escolhi entre eu e o emprego. Sofro as consequências, a vida tem sido complicada, mas não me arrependo disso. Há poucas coisas que são realmente suas, que ninguém pode tirar de você, como respeito e consciência limpa. Se perder isso, é porque você o fez.
Alguém disse que é melhor morrer de pé que passar a vida de joelhos. Eu assino embaixo.
Ainda tem muita gente falando sobre o Massa, nem quando ele ganhou no Brasil se falou tanto nele.
O sem carisma, sem podium e sem vergonha na cara ...
juro que li no título "odeio a opinião DO massa", rsrs... não vou atirar pedras no autor, é um ponto de vista o qual respeito, mesmo não concordando!!
prefiro guardar todas as pedras possíveis para atirar na ferrari e na sua conduta corporativa, racional e "ética", que gera milhões de dólares e renda para milhões de pessoas ao redor do mundo... nada disso me interessa, não assisto corridas para ter piedade ou compreensão pelos resultados (ou a falta deles) de A ou B, acompanho a F1 pelo show... e essa equipe faz mal ao espetáculo, faz mal ao esporte!!!
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