* Por Luis Fernando Ramos
Faltavam apenas oito voltas para o final do GP do Bahrein quando Daniel Ricciardo partiu para o ataque. Aproveitou o uso da asa traseira móvel para colocar de lado na freada para a primeira curva e deixar Sebastian Vettel para trás. O alemão ainda tentou o troco na reta seguinte, mas o australiano defendeu bem a linha de dentro. Três voltas depois, ele ainda ganharia a posição de Nico Hülkenberg para terminar a prova em quarto lugar.
Encerrada a prova, coube ao chefe do time Christian Horner reconhecer: o australiano de Perth está se saindo melhor do que o esperado. “Ele está superando nossa expectativa. Suas manobras provam que ele pode lutar com os melhores do grid. Isso mostra o quanto é difícil avaliar um piloto com um material ruim nas mãos. Isso atrapalha o potencial deles. Sabíamos que Daniel era bom, mas ainda não estava claro exatamente o quão bom”.
A notícia é boa para o time. Não fosse a polêmica desclassificação de Ricciardo no GP da Austrália, cujo recurso será julgado na semana, estaria a Red Bull ocupando a vice-liderança no Mundial de Construtores. Isso com um carro que mostra bom potencial, mas longe ainda de sua performance máxima.
A má notícia é que quando o esperado crescimento de performance ocorrer, o time terá de recortar a desvantagem para a dupla da Mercedes com seus pilotos dividindo pontos entre si. Ao contrário do que se esperava até dentro do time, Ricciardo já anda na mesma toada de Vettel. No Bahrein, se mostrou mais eficiente que o alemão na conservação dos pneus.
O tetracampeão não demonstra nenhum sinal de inquietação com isso. Parece ciente de que não terá vida fácil na briga interna do time. Sabe também que cresceu como piloto nas temporadas em que Mark Webber o superava eventualmente. Mas certamente não esperava que, quando o carro melhorar, terá concorrência interna na difícil tarefa de descontar a vantagem que a dupla da Mercedes terá somado até então.
A principal diferença para Webber é que Ricciardo encara a briga com um sorriso no rosto. Seja um final de semana bom ou ruim, ele demonstra otimismo e motiva seus mecânicos e engenheiros. Webber não conseguia isso ao optar por reclamar ao invés de trabalhar. Uma tática que nunca rendeu dividendos.
E por pilotar um carro deficiente em 2012 e 2013, Ricciardo está tirando de letra a pouca competitividade do RB10 da equipe Red Bull. Ao contrario do Sebastião Vettel que sempre teve um carro muito bom e agora sofre por não ter um.
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