quarta-feira, 16 de abril de 2014

A CHEGADA DA FORZA ROSSA*

* Por Victor Martins

A uma sequência de fatos: na quinta-feira, o Conselho Mundial da FIA tava pra lá de Marrakech e saiu ditando regras e afins sobre todas as categorias. Na F1, além de confirmar que aceitou a Haas como nova equipe para 2015, disse que iria ‘investigar’ a inscrição de uma tal Forza Rossa, da Romênia. Na sexta, os rumores de que algo estava acontecendo nos bastidores da Ferrari começaram a eclodir, e em uma participação num evento que inaugurava o museu do time, Luca di Montezemolo soltou suas frases de efeito aqui e ali, falou em fé e que faria as mudanças que julgasse necessário para que a crise não batesse à janela.

Hoje me soltam o comunicado dizendo que Domenicali pulou da janela. Uma clara brincadeira com a nossa inteligência, que não cita o pé que o defenestrou.

Devidamente saído, o comando de Maranello substitui Domenicali com um tal Marco Mattiacci, prazer, que vem a ser CEO da Ferrari Norte América. Um cara que está lá do outro lado do mundo provavelmente desligado do mundo da F1 e que, se estiver alguma noção esportiva, só acompanha os carros italianos na United SportsCar – onde corre Fisichella. Mattiacci, sem linhas tortas, está preocupado em vender superesportivos aos caras lá. Assim, é uma nova clara brincadeira, não com a nossa inteligência, no caso.

Voltando ali em cima: a Forza Rossa, numa rápida pesquisa, é uma representante oficial da Ferrari em Bucareste e grande região. Guardadas as proporções, é a Ferrari da América do Norte naquela região do leste europeu. O que Montezemolo fez oficialmente foi algo como trazer a Forza Rossa para a F1 para ver no que dá, tipo uma equipe satélite à qual se oferece todos os recursos. Após três etapas e poucos pontos, a Ferrari abre mão do campeonato deste ano com uma tendência enorme de agravar seus problemas: existe um Alonso ali que não vai aceitar ser apenas um cliente de luxo, premiado com test-drives em várias partes do mundo.

Alonso teve de aguentar a vendetta de Montezemolo no ano passado depois que pediu para seu empresário ciscar no terreno da Red Bull. Com um carro capenga e uma gestão perdida – e um sangue latino –, vai fazer da vida do chefe um dantesco inferno até se refestelar. Negociar uma volta à McLaren, agora, será um prazer explícito ao espanhol, o único que deve ter neste resto de temporada com a ‘outra’ Rossa.

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