quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Testes e Schumacher*

* Por Bruno Vicaria


Ainda temos mais duas sessões de testes pela frente, mas esta do Bahrein, que começa na quarta e termina no sábado, será, de longe, a mais importante da pré-temporada 2014. Quem enfrentar problemas nesta semana poderá ter sérias complicações

Imagine uma Red Bull, depois de dar pouquíssimas voltas em Jerez, ter o mesmo problema em Sakhir. Eles terão apenas quatro dias para deixar tudo em ordem para Melbourne. Será que dá tempo? Seria muito difícil. A mesma coisa vale para Toro Rosso, Caterham e Lotus - esta bateria de testes será fundamental.

Ferrari, McLaren, Williams e Mercedes, as equipes que despontaram na Espanha, também precisarão manter o ritmo. Quanto mais andarem, mais vantagem construirão em cima da Red Bull, que é conhecida por virar o jogo rapidamente durante a temporada (coisa que, em 2013, Ferrari, McLaren e Williams não conseguiram). As outras equipes terão de trabalhar em dobro para seguirem no ritmo dessas quatro.

Os estreantes Marcus Ericsson, Kevin Magnussen e Daniil Kvyat também estarão sob os holofotes. No caso de Ericsson, ainda existe a pressão de Robin Frijns, que testará e está de olho em uma das vagas.

Além disso, esta semana também será legal para vermos as inovações e mudanças feitas pelas equipes após os primeiros testes. O que será que podemos ver de diferente? Teremos algum bico novo, alguma mudança radical? Tomara que sim, pois o divertido nessa época da F-1 é a evolução.

O mais legal desta semana, se acontecer, no entanto, não será na pista, mas na garagem: a nova e tão aguardada pintura da Williams. O que faz uma equipe, que somou apenas um ano em 2013, ser tão badalada?

Na minha humilde opinião, a Williams parou de pensar como equipe pequena e isso está se refletindo inclusive na velocidade dentro da pista. Novos pilotos, novos membros-chave, novos patrocinadores, tudo isso vem ajudando a equipe neste processo de renovação.

Acredito que, se ela voltar a andar bem em 2014 e atingir o topo, dificilmente ela cairá em desgraça de novo.

No meio disso tudo, seguimos sem saber notícias concretas de Michael Schumacher. Os promotores públicos descartaram culpados, assim como descobriram que, entre o primeiro e segundo impactos, o piloto foi catapultado por dez metros após bater em uma pedra encoberta pela neve até dar de cabeça na outra pedra e quebrar o capacete.

A câmera no capacete, principal evidência do acidente, está sendo considerada a responsável pelos sérios problemas cerebrais decorrentes do acidente. As imagens, inclusive, desmentiram a assessoria do piloto sobre um possível resgate de uma criança perdida. Aliás, queria entender o medo da assessoria para precisar inventar uma história assim.

Mas essas são coisas que dificilmente saberemos. E isso não importa por enquanto. O que queremos é ver Schumacher vivo e lúcido.

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