quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Fim da linha para o Gran Turismo no Brasil*

* Por Rodrigo Mattar


Um passarinho acaba de me contar via Facebook algo que muita gente desconfiava que já estava encaminhado, mas pelo visto será oficial: não teremos mais corridas de Gran Turismo no Brasil em 2014.

A mim, só cabe lamentar. É mais uma competição que engrossa a lista das “finadas” na atual administração da Confederação Brasileira de Automobilismo. Mas, nesse caso, cabe eximir a CBA de culpa pelo fim desta competição. Os problemas vão muito além e se avolumaram ao longo deste ano. A categoria não conseguiu reunir interesse de muitas equipes, ninguém trouxe carros novos e – vamos e venhamos – a questão do regulamento foi um dos acontecimentos que mais interferiu no fim do Gran Turismo por essas plagas.

No começo, em 2007, quando o campeonato foi criado, ele seguia as normas de Balanço de Performance da SRO, que foi sócia do evento durante algum tempo. Quando a SRO foi jogada para escanteio, as coisas começaram a degringolar e era questão de tempo que o barco afundasse. A Loyal Sports, pelo visto, não soube segurar o rojão e o resultado está aí. Mais uma competição morta e enterrada no automobilismo brasileiro, onde os últimos campeões foram Marcelo Hahn (GT3), Pierre Ventura/Cristiano “Tigrinho” Almeida (GT Premium) e William Freire/Duda Oliveira (GT4).

É uma pena. Chegamos a ter 34 carros no grid de uma das corridas – eu, inclusive, estava presente nessa ocasião e em dois anos, tudo acaba. E pensar que muitos de nós envolvidos com o esporte achamos que esta categoria, um dia, bateria a Stock Car como a mais competitiva e espetacular do país.

À exceção honrosa da Fórmula Truck, muito bem conduzida pelos que herdaram o campeonato das mãos de Aurélio Baptista Félix, caminhamos para a praga chamada monomarca em terras tupiniquins – e com cada vez menos gente envolvida no automobilismo e mais categorias nas mãos de um grupo restrito.

É uma vergonha que isso esteja acontecendo em tempos de diversidade no resto do mundo.

O Brasil é a vanguarda do atraso.

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