* Por Luis Fernando Ramos
Encerrado o Mundial de 2013, Fernando Alonso escolheu palavras curiosas para comentar o terceiro vice-campeonato de sua carreira, segundo consecutivo:
- Fico contente com isso, significa que sou o primeiro dos mortais, que é o que se pode almejar numa disputa com a Red Bull.
A constância que demonstra na derrota leva sempre o espanhol a repetir seu mantra de que é o carro que faz a diferença. Algo que escuta o dia inteiro do séquito de puxa-sacos que o acompanha em cada corrida: empresário, melhor amigo, alguns maus jornalistas de seu país ou de outros também. Como se vivesse em uma constante lavagem cerebral feita por quem deveria estar lhe ajudando.
É melhor acreditar nisso mesmo, seja pela simples repetição da mentira ou achar que fará alguma diferença ignorar a abissal diferença de performance entre Vettel e seu bom companheiro de equipe Mark Webber nesta temporada de 2013. Ou não. Alonso é um baita piloto e tenho a certeza de que uma postura mais colaborativa e positiva poderia fazer maravilhas dentro da Ferrari.
Alonso passou os últimos anos lendo livros e absorvendo a filosofia dos samurais japoneses, algo que gerou até algumas tatuagens no corpo. Se leva a cabo a ideia de disciplina absoluta e a de tentar surpreender o inimigo, ignora completamente os ensinamentos de honra e de humildade dos antigos guerreiros orientais.
Enquanto isso, entra em atritos públicos com Luca di Montezemolo e não perde a chance de criticar o trabalho feito em Maranello pelos engenheiros - que foram contratados justamente a seu pedido. Ao invés de um general que incentiva e estimula seu exército, ele prefere ridicularizá-los. Mudar de postura é imprescindível. Com Kimi Raikkonen a seu lado, um guerreiro forte, mas calado e indisciplinado, cabe a ele liderar o projeto de tornar a Ferrari “imortal”.
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