terça-feira, 3 de setembro de 2013

É pegar ou largar*

* Por Julianne Cerasoli


Felipe Massa não quis falar em números, mas é consenso no paddock que a próxima prova, em Monza, é capital para seu futuro. É de se questionar por que a Ferrari, casa do piloto há sete anos e meio, precisa de mais dados para avaliar sua permanência, mas alguns fatores – políticos e técnicos – explicam as chances e mais chances dadas ao piloto.

Semana passada, o chefe da equipe, Stefano Domenicali, afirmou que gostaria de manter Massa na vaga. Pode parecer algo estranho tendo em vista que se trata de um piloto que não vence uma corrida desde 2008 e que soma apenas oito pódios, contra 39 do companheiro desde o início da temporada 2010, mas pode ser explicado por dois motivos principais: a maneira apolítica do brasileiro trabalhar e sua submissão aos interesses da equipe são uma garantia de harmonia interna e as grandes mudanças no regulamento técnico de 2014 favorecem a permanência dos pilotos. Com novos motores, novos carros e novas regras, se não for para melhorar decisivamente a equipe, é melhor deixar a dupla de pilotos como está. Afinal, trata-se de uma variável a menos.

Mas é inegável que, mesmo “blindado” por seu passado na Scuderia e pelos benefícios da continuidade, Massa precisa de resultados. Curiosamente, eles chegaram neste ano até o GP da Espanha, e depois uma série de acidentes mal explicados minou a já frágil confiança do piloto. Porém, é inegável que o Massa atual é diferente de 2012 e 2011, quando ficou devendo em todos os quesitos. Neste ano, o brasileiro demonstrou um bom ritmo na maioria das provas, mas cometeu erros que prejudicaram seus resultados.

É um buraco mais fácil de sair. E, se a Ferrari espera resultados, o piloto tem uma grande chance no GP da Itália. O F138 demonstrou evolução na última prova, na Bélgica, ainda que tenha perdido a chance de provar isso com a classificação ruim, não aproveitando a oportunidade aberta pela chuva. No último treino antes da definição do grid, Alonso fora 0s1 mais lento que Vettel. Trata-se de um bom indício para Monza.

Bélgica e Itália são duas etapas ímpares do campeonato, devido ao tipo de traçado. Assim, as equipes levam pacotes específicos para adaptar os carros a estas provas. E parece que as peças para o downforce médio de Spa funcionaram na Ferrari, um bom sinal para o downforce mínimo de Monza. Junte-se a isso o fato da equipe ter ido bem ano passado – o próprio Massa largou em terceiro e só não fez pódio por um jogo de equipe – e temos uma situação ideal para o brasileiro mostrar serviço. Ideal e, ao que tudo indica, a última.

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