* Por Lívio Oricchio
As duas sessões de treinos livres do GP da Bélgica, sexta-feira, não permitirão maiores conclusões, mas a sessão que vai definir o grid, sábado, e a corrida, domingo, esta possivelmente sob chuva, como manda a tradição do circuito Spa-Francorchamps, vai responder o que todos na Fórmula 1 desejam saber: Lewis Hamilton e Nico Rosberg, os pilotos da Mercedes, serão mesmo, agora, na segunda metade do campeonato, os adversários de Sebastian Vettel na luta pelas vitórias? A Mercedes pode ter voltado ainda mais eficiente depois das férias de agosto?
A equipe alemã é a de melhor retrospecto nas cinco últimas etapas. Rosberg venceu em Mônaco e na Inglaterra, enquanto Hamilton foi primeiro na Hungria. O time alemão estabeleceu nessas cinco provas quatro pole positions. Hamilton largou na frente nas três últimas, Silverstone, Nurburgring e Hungaroring, enquanto |Rosberg, em Mônaco. Havia sido o mais veloz também na classificação nas duas etapas anteriores, Espanha e Bahrein.
O líder do Mundial, Sebastian Vettel, da Red Bull, respondeu ao lhe perguntarem sobre o quarto título seguido, este ano: “Temos ainda meia temporada pela frente e da forma como a Mercedes vem crescendo não dá para dizer nada. As coisas mudam rápido na Fórmula 1”. O alemão lidera o campeonato depois de dez corridas com 172 pontos, seguido por Kimi Raikkonen, da Lotus, com 134, Fernando Alonso, Ferrari, 133 e Hamilton, 124.
Apesar de as escuderias não poderem trabalhar durante 15 dias nesse período de recesso da competição, já antes vinham preparando importantes modificações em seus carros para estrear no GP da Bélgica. Serão testadas na pista agora, a partir de sexta-feira. Ainda no circuito de Budapeste, Eric Boullier, diretor da Lotus, comentou sobre o que espera da sequência do campeonato: “Não acredito em mudanças radicais em relação ao que estamos vendo. Mas como está tudo muito disputado, qualquer diferença a mais de performance será sentida”.
Red Bull, Mercedes, segunda colocada entre os construtores, Ferrari e Lotus estão atrás desses milésimos de segundo a menos nos seus tempos de volta. A sessão de classificação, sábado, vai dar uma ideia do quanto cada time avançou com o pacote de novos componentes incorporado a seus carros. Por ter perdido terreno em relação aos adversários, a Ferrari do competente e polêmico Alonso será um dos focos de atenção da imprensa.
Mas além da disputa esportiva o GP da Bélgica tem outra grande atração: todos querem saber qual o destino do piloto mais carismático do grid, Kimi Raikkonen. A semana foi pródiga de notícias envolvendo-o. Seu empresário afirmou que as negociações com a Red Bull se encerraram. O finlandês vai, então, permanecer na Lotus ou pode formar dupla com Alonso na Ferrari, como dizem alguns?
Os próximos dias podem relevar o curso dos capítulos seguintes desse apetitoso tema, capaz de levar grupos de fãs da Fórmula 1, no mundo todo, a calorosas discussões. Curiosamente o elemento-chave da história, Raikkonen, quase nunca se manifesta. A não ser como piloto. E nisso é brilhante.
Felipe Massa joga suas últimas fichas no cassino do circuito de Spa-Francorchamps e depois dia 8 de setembro, no de Monza, na Itália. Precisa fazer uma aposta única num número da roleta e acertar em cheio nos dois eventos. Só assim, dois grandes resultados, teria ainda chances de ver o contrato com a Ferrari renovado. E admitindo-se que Stefano Domenicali, diretor da equipe, não está conversando com Raikkonen, como é provável.
A 11.ª etapa do Mundial vai evidenciar, também, como os novos pneus Pirelli se comportam num traçado de elevada exigência, com o belga, com suas curvas velozes e longas. Esses pneus estrearam na Hungria, pista lenta, sob calor arrasador, e agradaram a todos.
Se Massa joga o seu futuro em Spa e em Monza, o brasiliense Felipe Nasr, da equipe Carlin da GP2, pode assumir na Bélgica a liderança do campeonato, o que o deixaria ainda mais perto de estrear na Fórmula 1 em 2014. Com 21 anos completados ontem, é o vice-líder da categoria considerada a antessala da Fórmula 1. Soma 129 pontos diante de 135 do monegasco Stefano Coletti, da Rapax.
Quem conhece o histórico do clima da cadeia de montanhas das Ardenas, no sudoeste belga, se surpreendeu nesta quarta-feira ao não chegar no autódromo: não havia uma única nuvem no céu. Os habitantes da região da Valônia devem estar estranhando a presença constante do sol e calor, durante o dia, capaz de atingir 28 graus. Não é absolutamente comum.
À noite é diferente. Cai para 12, 13 graus, mesmo no verão, como agora. Os carros de Fórmula 1 vão para a pista sexta-feira, a partir das 5 horas, horário de Brasília, com asfalto seco. Mas como dizem os profissionais do evento, em Spa nunca dá para confiar integralmente na previsão meteorológica. As indicações são de tempo seco nos dois primeiros dias de competição. E de chuva para o domingo à tarde.
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