segunda-feira, 3 de junho de 2013

Situação financeira de algumas equipes é delicada*

* Por Lívio Oricchio


Depois de seis etapas disputadas este ano, a Red Bull lidera o Mundial de Construtores com 164 pontos seguida por Ferrari, 123, Lotus, 112, e Mercedes, 109. Do outro lado da tabela, os quatro últimos são Caterham, Marussia e Williams, sem pontos, ainda, e Sauber, com 5. Dentre as explicações para essas diferenças desproporcionais está o abismo que separa o orçamento das quatro primeiras em relação as quatro últimas.

O indiano Vijay Mallya, sócio da Force India, quinta colocada, com 44 pontos, disse em entrevista para o site oficial da Fórmula 1 que a escalada dos custos hoje tornará os pequenos ainda mais pequenos, colocando em risco até a sua sobrevivência. “As equipes fracassaram na tentativa de estabelecer limites de investimentos. É preciso que os donos dos direitos comerciais (representados por Bernie Ecclestone), a FIA e mesmo os times sentem para encontrar uma solução”, afirmou.

Steve Nielsen, diretor esportivo da Toro Rosso, em sétimo no Mundial, com 12 pontos, diz que outro agravante é a necessidade de desde o começo do ano todas as escuderias destinarem importante porcentagem de seu orçamento para os estudos do projeto de 2014. “Vai mudar tudo na Fórmula 1. Não se fala mais, por exemplo, em motor, mas unidade motriz, pois será um motor V-6 Turbo de 1,6 litro e dois motores elétricos, capazes de disponibilizar 200 cavalos de potência extra.”

As equipes trabalham, portanto, em duas frentes. Um grupo de engenheiros se concentra no desenvolvimento do modelo em uso, este ano, e outro nos complexos estudos visando a compreender como projetar o carro de 2014, com três motores e importantes restrições aerodinâmicas.

“É um imenso desafio para todos, em especial para quem não tem um grupo industrial por trás e, como nós, não faz parte ainda dos que recebem da Fórmula 1”, comenta John Booth, diretor da Marussia. Sua organização é a única que não recebe bônus da Formula One Management (FOM) por ter ficado fora dos dez primeiros em 2012, o que olhe daria cerca de US$ 18 milhões (R$ 36 milhões).

“E há ainda a séria questão do preço dos motores, dos três motores. Representa o dobro do que pagamos hoje”, diz Tony Fernandez, proprietário da Caterham, cliente da Renault.

Renault, Mercedes e Ferrari são as que fornecerão as unidades motrizes do ano que vem e já anunciaram que vão cobrar cerca de 20 milhões de euros (R$ 54 milhões). E isso porque a FIA em comum acordo com os representantes dos times estabeleceu um limite de 5 motores por piloto em vez dos 8 atuais.

“Se a Fórmula 1 não quer ver três ou quatro equipes, apenas, com três carros, a hora de agir é agora”, afirma Mallya. Segundo ele, a situação pode levar outras escuderias seguirem o caminho da HRT, que fechou as portas no fim do ano passado, o que obrigaria Red Bull, Ferrari, Lotus, Mercedes e McLaren completar o grid com a inscrição de um terceiro carro.

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