terça-feira, 4 de junho de 2013

Kanaan, o Corinthians do automobilismo*

* Por Bruno Vicaria


Para quem conhece minimamente o futebol, sabe que a base de fãs do Corinthians (eca) cresceu justamente no momento em que a equipe vivia um de seus piores momentos no quesito resultados. Entre 1954, data do título do IV Centenário, e 1977, quando o time do Parque São Jorge (eca) venceu o Campeonato Paulista, se passaram 23 anos.

E foi exatamente neste período que o "vírus" se espalhou de forma incomum, pois, tradicionalmente, vemos as torcidas das equipes crescerem justamente nas épocas de glória. Foi assim com Flamengo, Santos , Palmeiras, São Paulo, mas não com o Corinthians (eca), que, quando conquistou seus maiores títulos, no ano passado, já possuía uma das maiores torcidas do Brasil (apesar de ser palmeirense e poder contestar tudo da "gambazada", acredito que essa história de o Flamengo ser o maior um baita papinho furado).

Com Tony Kanaan, podemos dizer que aconteceu o mesmo. Quando ganhou seu título na Indy, em 2004, o povo não deu muita bola. Mas a história dele com Indianápolis, a obsessão de TK por essa conquista, aliada à sua infinita simpatia, só fez crescer cada vez mais sua base de fãs. Quanto mais ele perdia a Indy 500, mais fãs ele ganhava. E, a cada corrida, a comoção aumentava, pois parecia que o destino não queria premiá-lo, assim como acontecia com o Corinthians (eca) na década de 70, dos tempos da Invasão Corinthiana (eca) no Maracanã. Tanto TK quanto o Corinthians (eca) morreram muitas vezes na praia e aprenderam com o sofrimento.

Porém, a identificação imediata do público com quem luta e não desiste fizeram de Tony e do Corinthians (eca) duas instituições em suas áreas, mesmo que o chamado "pedigree" (leia-se conquistas) não fosse dos mais requintados. Mesmo largando em último, como em 2010, Kanaan era ovacionado a cada ultrapassagem, mesmo que ela valesse o 17º lugar. A mesma coisa com o Corinthians (eca), quando buscava passar pelas fases eliminatórias da Libertadores.

Porém, no caso dos dois, o tempo é rei. Demorou 101 anos para o Corinthians (eca) realizar seu sonho (mesmo que a Libertadores tenha começado nos anos 60, a meta do time sempre foi ser o melhor do mundo), e 11 anos para Kanaan fazer o mesmo. Levando em conta as características de cada um, esses 11 anos de TK valem o século do SCCP (eca). Porém, além do sonho, outra coisa os dois ganharam: o carinho das pessoas e um incentivo que faz até o mais fraco se sentir o mais forte. Afinal, os fortes jamais desistem.



PS: TK é são-paulino (eca).

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