quarta-feira, 22 de maio de 2013

A TÁTICA EM MÔNACO*

* Por Victor Martins


A última prova com a configuração dos atuais pneus-chicletes da Pirelli tende a ser um jogo de xadrez dos mais complicados se o discurso de Alonso se confirmar. O espanhol foi absolutamente preciso quando apontou favoritismo da Mercedes para o GP de Mônaco – na corrida. É realmente onde a equipe pode ter um resultado diferente das últimas, em que penou para pontuar. Mas vão ter de pensar em um jogo tático absurdo e meticuloso para sair do Principado com uma vitória.

Schumacher foi o pole moral em Monte Carlo no ano passado – só não largou na frente porque carregava a punição pelo acidente com Senna em Barcelona. Assim, reforça-se a tese de que os carros de prata hão de ser flechas na classificação. Se largarem em primeiro e segundo como aconteceu em Barcelona – ou ‘só’ na pole como na China e no Bahrein –, é possível que Hamilton e/ou Rosberg se mantenham na frente por um tempo e segurem os demais até quando os pneus se tornarem frangalhos.

É bem possível, assim, que as Mercedes estejam segurando todo o pelotão logo atrás numa fila única que deve chegar até a Sauber e Williams, ou seja, 16 ou 18 carros. Um pit-stop feito de maneira correta em Mônaco leva em média 25 segundos, onde cabem todos estes carros em uma fila contínua, o que significa que o bote de ir aos boxes primeiro encontra sérias limitações.

Haveria um dilema na estratégia aí: quem parar antes vai ficar de qualquer forma preso no pelotão e pode pegar adversários em táticas diferentes, que prenderiam ainda mais a evolução na corrida; quem seguir as Mercedes até que parem vai ter algumas voltas para, com os pneus levemente gastos, tentar desgarrar do pelotão agrupado e compactado e, então, fazer sua parada e voltar à frente das Mercedes e dos que pararem antes e estiverem trancados.

É aí que entra a opção de uso do pneu no primeiro trecho da prova. Quem disputar o Q3 apropriadamente vai usar os supermacios e largar com os pneus gastos. Aqueles que não disputarem a sessão e do 11º para cima terão a opção de largar com os macios. Que, incrivelmente, se torna a melhor coisa do mundo num cenário em que as Mercedes sejam imbatíveis, já que terão a chance de escolher o que fazer da situação supramencionada com mais clareza – antecipar ou retardar. Um primeiro stint longo de pneus macios, cuidadosamente conservados na eventual lentidão da Mercedes, e uma parada a menos que os outros, tende a ser a chave para um bom resultado.

As equipes que se mostraram mais aprazíveis à borracha da Pirelli são Lotus, Force India e Sauber. E se no vaivém das paradas a Mercedes souber encaixar as peças mantendo pelo menos um de seus carros comandando o pelotão, há de esquecer por um fim de semana sua agrura. Uma opção: fazer com que um companheiro proteja o outro.

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