terça-feira, 21 de maio de 2013

A sambadinha voltou*

* Por Renan do Couto



Desde 2009 que Rubens Barrichello não subia ao pódio e comemorava com a sua tradicional sambadinha. A última vez havia sido no GP da Itália, quando ele venceu sua 11ª prova no Mundial de F1. Ontem, em Salvador, ele chegou em segundo, um resultado que mostra bem como está sendo sua passagem pela Stock Car: oito ou 80.

Você que viu a categoria ontem pela primeira vez no ano, na TV Globo, alto lá: não pense que o desempenho do ex-F1 está bom assim. Na etapa anterior, em Tarumã, ele passou um sufoco desgraçado. Não andou bem em momento algum do fim de semana e mal apareceu na TV na hora da corrida. Uma etapa para esquecer.

Salvador foi completamente o oposto. No circuito de rua, ele foi lá e se classificou para largar em quarto. Fez uma corrida burocrática, sem erros e foi para o pódio, um pódio merecido. Aliás, é nos circuitos de rua que temos visto algumas das surpresas da Stock Car nos últimos anos, como as poles de Duda Pamplona na Bahia em 2012.

Enfim: podem esperar outras performances boas assim de Barrichello, até porque ele se classificou bem em outras provas, mas isso não acontecerá sempre. O natural é que ele continue oscilando nas próximas corridas até que complete a adaptação ao carro e à categoria.

Déjà vu
Durante a corrida, fiquei pensando no que seria uma eventual vitória do Barrichello, totalmente antagônica à de Hockenheim, em 2000. Naquela ocasião, ele ficou na pista com pneus para pista seca debaixo de uma chuva torrencial. Ontem, aconteceria o contrário: a vitória seria conquistada com pneus biscoito na pista seca.

De volta ao topo
Fazia tempo que Ricardo Maurício não ganhava uma corrida. Desde a Corrida do Milhão de 2010, em Interlagos. Na base da regularidade, ele foi vice em 2011 e 2012, mas sabe que, para ser campeão, precisaria reencontrar o caminho das vitórias. Conseguiu em Salvador. Fez uma prova consistente, sem erros, como sempre faz e, dessa vez, na medida certa para vencer. Agora lidera o campeonato.

A questão da estratégia
Não fosse o safety-car das voltas finais, a vida de Maurício e Barrichello teria sido bem mais complicada. É difícil demais ultrapassar em Salvador, mas o desempenho de quem estava com pneus slicks era bem melhor, prova disso é que Thiago Camilo, Cacá Bueno e Átila Abreu decidiram parar nos boxes e terminaram em terceiro, quarto e quinto, respectivamente. Para Camilo e Cacá, essa opção foi mais fácil, já que eles estavam no fim do pelotão e sem muito a perder. Átila é que perdeu, estava em primeiro e caiu para quinto. Ele lamentou o erro dele e da equipe, que não se atentaram para o fato de que, em circuitos de rua, é permitido trocar pneus durante um safety-car, diferentemente de outras etapas.

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