quinta-feira, 18 de abril de 2013

Raikkonen, Webber e Perez sob pressão em Bahrein*

* Por Lívio Oricchio


Estabilidade emocional. Hoje na Fórmula 1 é tão importante quando a capacidade de saber acelerar. Alguns pilotos se apresentam para a quarta etapa da temporada, o GP de Bahrein, domingo, sabendo que profissionais da competição e fãs no mundo todo vão estar mais atentos ao seu trabalho.

É o caso de Kimi Raikkonen, da Lotus, candidato a ser o companheiro de Sebastian Vettel na Red Bull, em 2014, e Mark Webber, o eventual preterido se o finlandês for mesmo para lá. Mais: o time errou duas vezes com Webber na China, ao deixá-lo sem gasolina na classificação e não apertar uma roda num pit stop.

Em entrevista ao Estado, em 2010, Fernando Alonso disse não ser um problema correr por uma equipe tendo já contrato com outra. “Anunciamos que iria para a McLaren no fim de 2005 e disputei e ganhei o campeonato de 2006 pela Renault.” Mas essa não é a regra. Raikkonen já deu a entender em entrevista ao Estado que aceitaria fácil competir ao lado de Vettel na Red Bull. A dúvida é saber como ficará sua cabeça e a própria relação com a Lotus.

O proprietário da Lotus, Gerhard Lopez, disse ao site da revista inglesa Autosport não acreditar na saída de Raikkonen no fim do ano. “O relacionamento com Kimi é excelente.” O empresário sempre alega que o piloto tem total liberdade na Lotus, até mesmo de ir a poucos eventos promocionais, algo que não lhe agrada. E essa possibilidade de fazer o que deseja Raikkonen não teria em outra organização.

No ano passado, depois de assinar contrato com a McLaren, restando seis etapas para o encerramento da temporada, Sergio Perez não fez um único ponto pela Sauber. O próprio Perez iniciou sua trajetória na McLaren com dificuldades. O carro não ajuda e é sua estreia numa equipe vencedora. Conseguiu um nono lugar, somente, diante de um quinto e um nono do parceiro, Jenson Buton.

Paul Di Resta, da Force India, da mesma forma passou a produzir muito menos que o companheiro, o alemão Nico Hulkenberg, em 2012, ao saber que os contatos com Ferrari e McLaren não evoluíram. A queixa é dos integrantes da Force India.

Há quem acredite em má-fé da Red Bull com relação a Webber, em Xangai, depois de acusar o time no pódio do GP da Malásia de proteger Vettel, em seu detrimento. Christian Horner, diretor da Red Bull, afirmou tratar-se de uma besteira. É mesmo provável que não faça sentido.

É verdade, também, que Webber se apresenta no circuito de Sakhir sabendo que o dono da Red Bull, Dietrich Mateschitz, deseja Raikkonen no seu lugar e que precisa recuperar os pontos perdidos em Xangai, por causa do abandono. E como já disse o mentor da escuderia, Helmut Marko, a estabilidade emocional não é o forte de Webber. Tanto Raikkonen quanto Webber terão de ser fortes para isolarem o que cerca seu futuro para produzir o seu melhor em Bahrein.

Manama, capital de Bahrein, era uma cidade tranquila, ontem. Não houve nenhuma manifestação política. A oposição ao regime monárquico da família Al Kalifa, no entanto, prometeu uma passeata para os dias da prova na estrada de acesso ao circuito de Sakhir. O calor é intenso nesse pequeno país árabe do Golfo Pérsico.

Por conta de entender que o desgaste dos pneus macios seria muito elevado no traçado barenita de 5.412 metros a Pirelli mudou os tipos disponíveis na prova: substituiu o macio pelo médio, mas manteve os duros. “Estamos prevendo três pit stops”, explicou Paul Hembery, diretor da Pirelli. Hembery se reunirá com representantes das escuderias em Manama. Adiantou ser possível endurecer um pouco os pneus para reduzir a degradação, se a maioria desejar.

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