quinta-feira, 11 de abril de 2013

De volta às raízes*

* Por Luis Fernando Ramos




O Grande Prêmio da China deve expor novamente a tônica da Fórmula 1 em 2013. A pista em Xangai é especialmente dura com os pneus - quem não se lembra de Lewis Hamilton atolando sua McLaren na caixa de brita com a carcaça de um deles à mostra em 2007. E o desgaste da borracha neste ano já se mostrou excessivo nas duas primeiras corridas.

Com tudo isso, a prova do domingo vai ser uma para correr “com o freio de mão puxado”. Os pilotos vão reclamar que não podem dar o máximo do carro o tempo todo e alguns fãs também vão chiar nas redes sociais - mesmo que jamais consigam distinguir, na tevê ou ao vivo, se os bólidos cruzam a reta com 10 km/h a menos de velocidade ou se os pilotos estão freando uma fração de segundo antes para poupar borracha. Protestos que procedem?

Certamente é uma Fórmula 1 diferente da de 2008, quando os pilotos podiam andar em ritmo de classificação o tempo todo em cada fase da corrida, que contava com pneus resistentes e reabastecimento. Mas a categoria mudou bastante desde então. Começar com o carro lotado de gasolina e com pneus sensíveis para administrar fez a tristeza dos pés-de-ferro e a alegria dos volantes mais cerebrais do grid.

Mas não é um cenário inédito na categoria, muito pelo contrário. Em sua origem nos anos 50, a Fórmula 1 também era mais uma prova de resistência do que de velocidade pura. Os carros eram pesados, os pneus eram finos, a segurança era mínima e as corridas chegavam até a 500 quilômetros de duração, contra os 300 atuais.

Assim, não é coincidência que foi uma era dominada por um piloto conhecido por sua extrema inteligência: Juan Manuel Fangio. Que acharia uma tremenda bobagem as reclamações da turma de hoje sobre o desgaste excessivo do equipamento. Afinal, ele já tinha a receita do sucesso há seis décadas atrás: largar na frente, e andar o mais devagar possível. No fundo, essa “fórmula economia” é uma mera revisão do DNA da Fórmula 1.

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