segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Balanço dos testes (Jerez): parece que Red Bull largou na frente de novo*

* Por Lívio Oricchio


Olá amigos! Relacionei aqui o melhor tempo de cada equipe, com qual piloto o obteve, o tipo de pneu e também a quilometragem percorrida. A seguir redigi um texto retratando o que alguns profissionais da Fórmula 1 pensam da primeira série de testes.

Equipe Melhor tempo Pneu Piloto Km percorridos
Ferrari 1min17s879 Macio Felipe Massa 1.230,9
Lotus 1min18s148 Macio Kimi Raikkonen 1.204,4
Force India 1min18s175 Macio Jules Bianchi 1.580,7
Red Bull 1min18s565 Duro Sebastian Vettel 1.647,2
Sauber 1min18s669 Macio Steban Gutierrez 1.904,0
Toro Rosso 1min18s760 Macio Jean-Eric Vergne 1.461,2
Mercedes 1min18s766 Médio Nico Rosberg 1.425,8
McLaren 1min18s861 Duro Jenson Button 1.323,9
Williams (*) 1min19s851 Macio Valtteri Bottas 1.474,5
Caterham 1min21s105 Macio Charles Pic 1.408,1
Marussia 1min21s226 Macio Luiz Razia 974,1
(*) A equipe Williams treinou com o carro de 2012. O novo será apresentado no teste de Barcelona, dia 19.

O texto:
Pilotos e engenheiros são os primeiros a dizer que os tempos nos testes de pré-temporada têm pouca representatividade. Ninguém contesta. Mas é bem verdade também que depois de cerca de 1.500 quilômetros de treinos no circuito de Jerez de la Frontera, com a mesma gama de pneus distribuída pela Pirelli, durante quatro dias, alguma referência emerge desses ensaios. Por exemplo: apesar de não ter sido a mais veloz nenhum dia, a Red Bull com o seu modelo RB9-Renault, de Sebastian Vettel e Mark Webber, deu indicações de, mais uma vez, estar um pouco à frente dos concorrentes.

“Eles estão, nesse momento, melhores”, afirmou Niki Lauda, três vezes campeão do mundo, ao Estado, sexta-feira. “E logo atrás deles vejo um bloco com McLaren, Lotus, Ferrari e nós (Mercedes), todos próximos.” Lauda é dirigente da equipe alemã. Outro profissional da Fórmula 1 que também aponta o carro de Vettel como o mais eficiente nesse início de preparação é Gary Anderson, ex-diretor técnico da Jordan, Stewart e Jaguar. “Se você observar os tempos das sequências de voltas verá que Vettel estabeleceu excelentes marcas sem parar nos boxes, ou seja, transportava razoável volume de gasolina.”

Sexta-feira Vettel registrou 1min18s565 no início de uma dessas breves simulações de corrida com os pneus duros. O mesmo fez Jenson Button, da McLaren, terça-feira, ao percorrer os 4.428 metros da pista espanhola em 1min18s861. Quem apenas observa os tempos imagina que por Felipe Massa, da Ferrari, ter ficado em primeiro, com 1min17s879, tempo obtido quinta-feira, o time italiano dispõe do carro mais veloz. “A Ferrari evoluiu do primeiro para o terceiro dia de testes, como prova meu tempo, quando usei pneus macios” explicou Massa, mas reconheceu: “O tempo de Button com pneus duros é incrível”. Vettel melhorou a marca do inglês da McLaren sexta-feira, mas Massa não mais estava no autódromo. Deve tê-lo impressionado também.

O mexicano Jo Ramirez trabalhou nas principais escuderias da Fórmula 1 em seus tempos aureos, como Tyrrell e McLaren. Ele acompanhou os ensaios em Jerez. “Red Bull, McLaren e Lotus estão rápidas e constantes. Ferrari vem a seguir e depois a Mercedes, mas as diferenças são pequenas. Será outro campeonato muito disputado.” Toda vez que o regulamento é mantido por várias temporada, lembrou Jo, o nível de competitividade cresce.

“Basicamente trabalhamos com as mesmas regras desde 2009”, afirmou Adrian Newey, em Jerez, terça-feira, para também justificar sua projeção de um Mundial com vários vencedores, como o de 2012. O mago inglês deu a entender que é bom a torcida aproveitar as emoções de 2013 porque no ano que vem há grande chance de uma única escuderia se impor. “Com as restrições que temos para trabalhar o chassi, notadamente de aerodinâmica, quem fizer o melhor motor vai ter grande vantagem”, afirma. A partir do ano que vem os motores turbo voltam à Fórmula 1.

A boa notícia para o evento é que os novos pneus produzidos pela Pirelli devem contribuir para as equipes se aproximarem mais. Em entrevista exclusiva ao Estado, Paul Hembery, diretor da empresa, disse: “Nossos pneus, este ano, têm maior área de contato com o solo. A aderência mecânica aumentou. Carros com menor geração de pressão aerodinâmica tendem a ser mais favorecidos”. Além disso, a degradação dos pneus será mais elevada que em 2012. “E corridas com mais pit stops aumentam as chances de resultados inesperados.” Hembery prevê ainda poucos abandonos este ano. “Mesmo com carros novos aqui em Jerez, quase não tivemos bandeiras vermelhas (paralisações).”

A Lotus deixou boa impressão nos testes, como atesta o ótimo treino de Kimi Raikkonen, sexta-feira, o mais veloz e com boa simulação de corrida. James Allison é o seu diretor técnico. “Até chegarmos em Melbourne os carros vão estar bem diferentes”, disse. A abertura do campeonato será na Austrália, dia 17 de março. “Será difícil alguém aparecer com alguma solução que permita a seu carro ser muito mais rápido que os outros. Jerez comprovou que ganharemos ou perderemos pouco em relação ao que produzimos em 2012. Deveremos ter muitos vencedores de novo.”

Antes de o Mundial começar as 11 equipes que disputam a Fórmula 1 terão mais duas sessões de treinos: de 19 a 22 e de 28 a 3 de março, ambas no Circuito da Catalunha, em Barcelona.

Abraços!

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