sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O QUE HOUVE COM O SONHO DE PIETRO FITTIPALDI?*

* Por Erick Gabriel



Há pouco mais de um ano, os fãs da Nascar no Brasil começaram a aguardar ansiosamente por mais um nome representativo para a categoria norte-americana e com um ótimo potencial: Pietro Fittipaldi.

O garoto, que hoje tem 16 anos, começou nas categorias de base da Nascar fazendo sucesso. Nas Late Models, venceu algumas corridas e seu discurso deu a entender claramente que seu maior sonho era correr e vencer na Sprint Cup. Citou pilotos que admirava, como Kyle Busch, e planejou sua subida até a divisão principal em entrevistas à imprensa brasileira.

Se Pietro herdar um pouco do talento de seu avô, poderíamos ter uma “fornada” ótima de brasileiros na Sprint Cup daqui a sete ou oito anos. Nelsinho Piquet e Miguel Paludo já consolidados e a vinda de Pietro incomodaria os pilotos de ponta, já que, diferentemente de Nelsinho e Miguel, ele estaria pensando somente em Nascar desde criança e teria uma trajetória muito parecida com a maioria dos pilotos americanos.

Tudo parecia perfeito, não é mesmo? Parecia.

GP do Brasil de F1: Pietro compareceu à Interlagos com seu avô, Emerson, anunciando a mudança de rumos na carreira do garoto. De repente, Pietro se viu tomado pelo sonho de correr na principal categoria de monopostos do mundo. Quem acompanha a Nascar há algum tempo foi pego de surpresa. Como tamanha dedicação foi substituída pelo sonho de correr na F1? Até pouco tempo atrás, notava-se que as intenções de Pietro eram seguir na Nascar e ele nem dava bola para o que acontecia na F1. Mistério.

Mas esse mistério pode ter sua solução quando entrarmos no assunto dinheiro. Não vou entrar aqui naquele assunto, já divulgado aqui no Tazio com maestria, sobre o 1 milhão de reais que o Instituo Emerson Fittipaldi pediu ao governo, com o intuito de financiar a carreira do garoto. Mas, nesse caso, tudo leva a crer que há uma forte influência de patrocinadores por trás dessa súbita mudança de sonho. Lembramos que a carreira do neto de Emerson Fittipaldi começou com um forte apoio da Garoto e das baterias Moura – eterna parceira do bicampeão da F1. O instituto e o próprio Emerson têm grande capacidade de conseguir anunciantes poderosos e que também poderiam influenciar na divulgação da Nascar aqui no Brasil.

Sempre disse aqui como a Nascar é apaixonante e não canso de repetir que é a categoria mais emocionante do mundo do automobilismo – disparado – mas infelizmente poucos brasileiros a conhecem. Fica óbvio imaginar que quem queira investir na carreira de um jovem promissor queira também o máximo de exposição possível. Para que esperar uma categoria dar certo se há a possibilidade de grande exposição na já consagrada F1?

Ninguém aqui é hipócrita de dizer que Pietro e a família Fittipaldi têm que sonhar em se dar bem na Nascar custe o que custar. Todos precisam pagar suas contas. O que me pareceu precipitado foi a declaração de amor à Nascar de Pietro em algumas entrevistas. Os fãs da principal categoria americana esperam mais nomes – nesse caso o sobrenome – de peso. Isso cria curiosidade para o público que ainda não a conhece. Se você adiciona talento e sucesso, a Nascar deixaria de ser uma mera desconhecida para a maioria do povo.

Nos resta aguardar para ver se Pietro permanece neste novo sonho ou volta para aquele que ele já havia começado a trabalhar. Além do mistério de saber o quanto teve de participação do garoto na tomada de decisão da mudança de sua carreira.


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