segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

2013: um ano para premiar a organização*

* Por Luis Fernando Ramos


Um dos temas mais interessantes da entrevista coletiva de Stefano Domenicali ontem em Madonna di Campiglio foi falando sobre o trabalho no desenvolvimento do carro deste ano ao longo da temporada. Como a Fórmula 1 se prepara para uma grande mudança técnica em 2014 com a adoção dos motores de seis cilindros, os times vão precisar centrar mais recursos humanos e financeiros nos carros desta nova Era. Assim, os modelos de 2013 serão trabalhados no máximo até o meio do ano, quando a tendência é deixá-los de lado e pensar apenas nos desafios dos V6.

Mas o que vai acontecer se tivermos novamente uma temporada equilibrada? Um time vai abrir mão dessa disputa por um título para pensar exclusivamente no futuro? É uma equação complicada de resolver. Para se ter uma ideia, a Red Bull admite que não deve ter o carro novo pronto na primeira semana de testes deste ano porque gastou muito tempo desenvolvendo o carro do ano passado para prevalecer na briga com a Ferrari. Até que o prejuízo não é muito grande, pois os regulamentos técnicos dos dois anos são quase idênticos. Mas o carro do ano que vem será completamente diferente.

Assim, as chances maiores de sucesso ficam com os times mais organizados. Não é o caso da Ferrari, que além de usar um túnel de vento na Alemanha por não ter o próprio está com uma turma praticamente nova de engenheiros do setor aerodinâmico para trabalhar pensando no modelo de 2014. Também não é o caso da Red Bull, cujo atraso no modelo deste ano mostra que Newey precisa se concentrar em um projeto de cada vez para obter os melhores resultados possíveis. Pode ser a chance da McLaren, uma equipe com uma ótima fábrica e um competente grupo de engenheiros - com exceção da Red Bull, foi com folga o time que mais corridas venceu nos últimos quatro anos. Resta saber Jenson Button vai se sair no papel de líder do time.

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