segunda-feira, 8 de outubro de 2012

As chances do tri do alemão cresceram muito*

* Por Lívio Oricchio


Ia chegar uma hora que o discurso de Fernando Alonso acabaria por refletir sua indignação com o lento desenvolvimento do modelo F2012 da Ferrari. “Faz seis corridas que não temos nada novo de relevante no carro.” E prosseguiu nessa linha crítica ao comentar o notável desempenho de Felipe Massa, ontem, em Suzuka: “Foi por causa das coincidências da corrida que Felipe terminou em segundo. Ontem (sábado), nos classificamos em 6.º e 11.º. Felipe teve uma prova perfeita, mas viu também carros bem mais velozes cometerem erros e mais erros, o que o ajudou”.

Stefano Domenicali foi questionado sobre as críticas de Alonso. O espanhol deu tudo de si até agora e conseguiu, mesmo com um carro na média inferior ao da McLaren e Red Bull, liderar boa parte do campeonato. Mas agora, no fim, por conta de o F2012 ter literalmente ficado para trás, está vendo todo o seu enorme esforço para ser campeão fluir pelo ralo sem que seja possível fazer muita coisa para evitar. “Posso compreender perfeitamente sua frustração nesse momento”, afirmou o italiano. “Mas vocês (jornalistas) podem ter certeza de que estamos trabalhando muito para oferecer a Fernando um carro capaz de ele expor seu talento.”

Está claro que Alonso considera, hoje, bastante difícil manter-se na liderança do campeonato restanto cinco etapas e com Vettel somente 4 pontos atrás na classificação, 194 a 190. E ao contrário da Ferrari em relação ao F2012, a Red Bull tornou o seu RB8 bem mais eficiente nas últimas corridas. Vettel venceu em Cingapura, há duas semanas, e ontem no Japão, circuitos bem distintos.

A esperança de Alonso nesse fim de temporada reside primeiro na eficiência dos novos componentes que a Ferrari terá de incorporar no seu carro, urgentemente. Depois, na dupla da McLaren, Lewis Hamilton e Jenson Button, por conta do excelente carro que dispõe, o que os deverá permitir lutar com Vettel pelas primeiras colocações no grid e as vitórias, em outras palavras, impedir de o alemão somar muitos pontos.

Parece que estamos assistindo à repetição do campeonato de 2010, quando Vettel, já na Red Bull, atropelou nas corridas finais e sem que a maioria acreditasse surpreendeu o mesmo Alonso, na primeira temporada na Ferrari, na prova derradeira, em Abu Dabi, para conquistar seu primeiro título mundial, aos 23 anos. A diferença é que Vettel está mais maduro e a diferença para Alonso é de apenas 4 pontos, enquanto em 2010, a cinco etapas do fim, Vettel era o quinto, a 24 pontos do líder (187 a 163). As chances do tri do alemão cresceram muito.

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