* Por Lívio Oricchio
Senti o fato de Lewis Hamilton abandonar o GP de Cingapura, ontem, na 22.ª volta de um total de 61 por causa da quebra do câmbio da McLaren. Sua provável vitória poria ainda mais fogo no campeonato. Mas o primeiro lugar de Sebastian Vettel, da Red Bull, depois de nove provas apenas vendo os outros festejarem, atendeu em parte o desejo dos que torcem para um final de temporada dos mais emocionantes.
Penso que o resultado da corrida no circuito Marina Bay serviu para definir praticamente de vez os candidatos ao título, este ano: o merecedor da vitória final e justo líder da competição, Fernando Alonso, com 194 pontos, Vettel, 165, a 29 do espanhol, e Hamilton, quarto colocado, 142, a distantes 52 do piloto da Ferrari. Mas e Kimi Raikkonen, da Lotus, até com mais pontos de Hamilton, 149, terceiro no Mundial?
Seria bem legal ver o finlandês se inserir nessa luta de forma contundente, mas o modelo E20-Renault da Lotus deu sinais nas últimas etapas de ter ficado mais para trás que Ferrari e Red Bull em relação ao melhor carro no momento, McLaren MP4/27-Mercedes. Por essa razão vejo Hamilton com maiores chances de Raikkonen de aparecer brigando pelo campeonato.
O campeão do mundo de 2008 precisa que Alonso experimente frutração semelhante a sua, ontem, numa das corridas a seguir, Japão, Coreia do Sul, Índia, Abu Dabi, EUA e Brasil, para voltar com força total à luta. Refiro-me ao abandono decorrente de pane com o equipamento. Pela lei das probabilidades, é possível, como não? Alonso só não marcou pontos este ano no GP da Bélgica e por causa daquele arrastão realizado por Romain Grosjean na largada. Um acidente, não uma quebra mecânica.
Os demais pilotos que até a etapa de Spa-Francorchamps eram também aspirantes dificilmente vão ter, agora, a oportunidade de desafiar Alonso, Vettel e Hamilton. Mark Webber, companheiro de Vettel, soma 132 pontos, quinto colocado, e Jenson Button, de Hamilton, apesar do bom segundo lugar, ontem, apenas 119, sexto. São diferenças consideráveis para o líder, 62 e 75 pontos. Não impossível, lógico, mas bem pouco provável.
Outra lição do GP de Cingapura e destacada por Alonso depois da bandeirada: se a Ferrari não tornar o modelo F2012 mais veloz urgentemente, já para Suzuka, não será possível se manter à frente no Mundial em breve. Os concorrentes avançam numa velocidade maior que a da equipe italiana. Realisticamente, Alonso tem carro, hoje, para se classificar na quinta colocação, tanto na definição do grid como nas corridas. Não mais. Como ocorreu em Cingapura.
O grid deveria ser duas McLaren e duas Red Bull na frente. Pastor Maldonado, segundo, entrou no lugar de Mark Webber, sétimo. E surpresas dessa natureza podem se repetir. Primeira fila: Hamilton e Maldonado. Segunda: Vettel e Button. Na sequência, num retrato fiel da realidade, Alonso, em quinto. Ao longo das 61 voltas da prova, Hamilton e Maldonado abandonaram e Alonso subiu duas colocações, terceiro.
A diferença entre os pontos do primeiro colocado e o quinto é de 15 pontos (25 – 10). E a diferença entre Alonso e Vettel é, como já exposto, 29; para Hamilton, 52, o que mostra ser possível uma aproximação definitiva dos dois candidatos ao espanhol. Este tem a seu favor, porém, um talento capaz de aumentar sempre suas possibilidades de melhores resultados, tornando esse raciocínio lógico menos valido.
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