* Por Luis Fernando Ramos
Na verdade era para Lewis Hamilton já ter assinado sua renovação com a McLaren faz tempo. Afinal, que horizontes ele espera encontrar em alguma outra equipe? Correr na Ferrari de Fernando Alonso é impossível desde a explosiva convivência dos dois na mesma equipe em 2007. Red Bull? Se quisessem o inglês, não teriam corrido para renovar com Mark Webber mesmo sabendo que Hamilton estava disponível no mercado.
Na Mercedes? Bem, primeiro é preciso saber se Michael Schumacher quer se aposentar - e ele não está com pressa para decidir. De qualquer jeito, seria um passo atrás para alguém que está sentado no único carro prateado do grid capaz de brigar pelo título desta temporada, o da McLaren. Restaria a Lotus, mas é uma equipe de futuro incerto e que demonstra estar muito satisfeita com sua dupla de pilotos.
O fato é que a relutância em renovar com a McLaren reside na questão financeira. O contrato em vigor de Hamilton é de uma época em que a realidade econômica, da F-1 e Mundial, era outra. Mas ele se recusa a se adaptar à realidade atual, ciente do que é capaz de fazer quando está num final de semana endiabrado, como na Hungria.
O que Hamilton não enxergou ainda é que abrir mão de um salário astronômico é fundamental para a própria competitividade da McLaren. No final deste ano a equipe vai perder seu principal patrocinador, a Vodafone. E a Mercedes pára de ceder motores de graça para o time no final de 2013. Sem falar nos custos de manutenção da suntuosa sede da equipe e do prejuízo financeiro que a McLaren Cars causa aos cofres do grupo.
A McLaren chegou a um ponto em que cinco milhões a mais fazem uma diferença tremenda. É um dinheiro que renderia mais se for empregado no motor ou no desenvolvimento do carro. Afinal, de que adianta Hamilton renovar com a McLaren para ganhar bem, mas sem um carro competitivo em mãos?
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