quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A luta de Bruno Senna para sobreviver na F-1*

* Por Felipe Motta


Os próximos dias, meses e GPs são decisivos para Bruno Senna em relação ao seu futuro. A disputa na Williams é muito complicada, quase uma luta olímpica por medalha.

Ajudará muito o brasileiro resultados como o do GP da Hungria. Bruno teve sua melhor atuação na Fórmula 1, em minha opinião. Claro que a prova na Malásia foi incrível, quando na bandeira vermelha estava em último e na chuva pulou para sexto.

Mas acho que a prova da Hungria gera mais perspectiva para o futuro do que a corrida em Sepang. Apesar de ter mostrado muito talento na chuva, as condições anômalas na prova malaia encobriam (para o bem e para o mal) o que podia acontecer nas próximas corridas. Em Budapeste, por sua vez, Senna foi bem no sábado, o que vinha sendo seu calcanhar de Aquiles. Na corrida apresentou ótimo ritmo e foi bem em todos os duelos em que se meteu.

Coincidência ou não, foi em Budapeste no ano passado que Bruno andou na sexta-feira. Na corrida seguinte substituiu Nick Heidfeld na Renault. Estamos, portanto, bem na fase em que Senna acumula experiência na F-1 com carro competitivo.

A briga na Williams é complexa. Temos um Pastor Maldonado, piloto rápido e inconstante que, apesar de vencer uma corrida, comete muitas falhas. Não podemos esquecer obviamente o seu cheque, que é bem gordinho.

Bruno Senna foi mais lento neste ano que Maldonado. Cometeu seus erros também, mas sua consistência é maior. Tanto que somou pontos em um número maior de corridas que o venezuelano, apesar de Maldonado ainda estar na frente no Mundial. Também tem um cheque considerável.

Valtteri Bottas tem como empresário Toto Wolff, que só cresce no organograma da Williams. Apesar do austríaco dizer que quem decide os pilotos é Frank Williams, convenhamos que se trata de um jogo de palavras. Comenta-se que o finlandês também tem seus patrocínios, mas duvido que o montante seja maior que o de Pastor e Bruno.

Seja como for a disputa pelas posições é intensa. No paddock especulava-se que Bottas estaria garantido, e que o brasileiro trava um “confronto direto” com o venezuelano. Hoje não parece ser uma verdade absoluta e é mais provável que os três estejam na mesa da cúpula da Williams como reais opções.

Se Bruno mantiver seu crescimento tem boas chances. O brasileiro precisa encaixar na classificação, algo que aconteceu na Hungria. Largando entre os dez primeiros, tem carro e cérebro para se manter na briga por pontos. Seja como for, Bruno precisa repetir a Hungria, se não nas nove corridas restantes em boa parte delas. Assim, pode tanto ficar no grid em 2013 na Williams como em outra equipe.

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