* Por Lívio Oricchio
A esperada confirmação de que Mark Webber vai disputar a temporada de de 2013 pela Red Bull, ontem, é uma boa notícia para Felipe Massa. Apesar de o australiano ter dito ao Estado, em Montreal, que não negociava com a Ferrari, sabe-se que os italianos o consultaram quando Massa estava muito mal no campeonato, até o GP da Espanha, quinto do calendário.
Webber foi, realisticamente, o único piloto que interessou à Ferrari no caso de ter de substituir Massa. A extensão de seu compromisso com a Red Bull transfere exclusivamente para Massa a responsabilidade de prosseguir na Ferrari. Antes tinha de continuar em ascensão e torcer para as negociações com Webber não evoluírem.
Na Fórmula 1 as coisas mudam logo, mas hoje parece não haver concorrência para Massa na Ferrari, a não ser o seu próprio desempenho. O quarto lugar domingo, em Silverstone, veio no melhor momento possível. “Foi importante para ele e para nós”, disse Luca di Montezemolo, presidente da empresa. “Os pontos que conquistou (12) foram em parte a razão de termos assumido a vice-liderança entre os construtores.” A Red Bull lidera com 216 pontos seguida agora da Ferrari, com 152. Antes da prova inglesa a Ferrari era a quarta, com 122, atrás de Lotus, 126, McLaren, 137, e Red Bull, 176.
Mais relevante que Massa chegar próximo ao pódio no GP da Grã-Bretanha foi o ritmo na classificação, quinto colocado, o melhor do ano, e na corrida. Recebeu a bandeirada 9 segundos depois de Webber, o vencedor, e 6 de Alonso, segundo. O que não pode fazer, em Hockenheim, dia 22, é jogar fora a expectativa criada ao seu redor pelo bom trabalho como fez no Canadá, ao rodar no começo quando possuía chances de terminar no pódio. Na etapa anterior, havia tido belo desempenho em Mônaco, sexto, e recebido a bandeirada próximo dos líderes, como em Silverstone.
Ainda restam 11 etapas para o encerramento do campeonato. A prova em Silverstone foi apenas a nona do calendário. Mas diante da melhora do modelo RB8-Renault da Red Bull e de como Webber está pilotando – o único junto de Fernando Alonso a vencer duas corridas este ano -, o australiano de 35 anos pode disputar o Mundial de 2013 com o número 1 no carro. É o vice-líder da competição, com 116 pontos. Alonso está em primeiro, 129. E o bicampeão Sebastian Vettel, companheiro de Red Bull, responsável por lançar dúvidas sobre a real capacidade de Webber, no ano passado, por não permiti-lo vencer quase nada, ocupa apenas a terceira colocação, com 100 pontos.
“Mark está pilotando com grande competência. Ganhou duas das mais importantes corridas do ano, Mônaco e Grã-Bretanha”, comentou domingo Christian Horner, diretor da Red Bull. Webber não hesita em acreditar que, ao contrário de 2010, em que Horner e o homem-forte da Red Bull, Helmut Marko, sem esconder, favoreceram Vettel, desta vez a concorrência será limpa. “Oh, sim, o time vai trabalhar comigo até o fim na luta pelo título, mas estamos longe, ainda”, disse Webber, na Inglaterra.
Sobre a renovação, ontem, comentou: “Conheço o time desde 2007, sinto-me muito bem aqui. Crescemos juntos com o passar dos anos. Estou seguro de que é a melhor opção para disputar outro campeonato”. De fato, compartilhar a Ferrari com Alonso seria muito mais desafiador que ter como companheiro Vettel na Red Bull. Poderia apressar o fim da sua carreira. No primeiro ano de Webber na Red Bull, 2007, a escuderia foi a quinta colocada entre os construtores. Em 2008, sétima; 2009, vice-campeã, 2010 e 2011, bicampeã.
Outra notícia que circulou ontem na Europa diz respeito ao início das conversações entre Lewis Hamilton, da McLaren, e Gerard Lopez, proprietário da equipe Lotus, e Eric Boullier, diretor da organização. O contrato do jovem inglês termina no fim do ano. Mas todas as indicações, nesse caso, são no sentido de que Hamilton esteja usando a eventual negociação para pressionar Ron Dennis, sócio da McLaren, a aceitar suas condições para renovar o compromisso.
O piloto campeão do mundo de 2008 sabe que a estrutura da McLaren é bastante superior à da Lotus, bem como sua capacidade de investimento. As chances de continuar pensando em acumular títulos são bem maiores se permanecer na McLaren, apesar da crise técnica experimentada. Ontem houve importante reunião em Woking, sua sede, ao sul de Londres, para discutir o que fazer para voltar a lutar por pódios e vitórias.
Hamilton deseja um carro melhor, claro, e manter os valores do contrato que termina este ano, cerca de US$ 25 milhões (R$ 50 milhões) por temporada, enquanto Dennis acena com 20% menos, pelo que se pode compreender da proposta que chegou até na imprensa, US$ 60 milhões (R$ 120 milhões) por três anos.
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