* Por Lívio Oricchio
Amigos, essa é a Fórmula 1 que a FIA oferece por não ouvir as equipes e a própria fornecedora de pneus da competição, a Pirelli. Agora são para mim 11 horas e 7 minutos, 7 horas e 7 minutos em Brasília. Restam 22 minutos para encerrar o treino livre da manhã. Chove, desde o início da sessão, às 10 horas. Não há carros na pista. Opa, um deles saiu, deixe-me ver quem é… Romain Grosjean. Apenas ele.
No total, Grosjean completou 8 voltas, Lewis Hamilton, 6, Felipe Massa, 5, Fernando Alonso, 1. Quanto não? E não é porque a previsão do tempo indica que irá melhorar nos próximos dias e não valeria a pena andar com o carro agora, pois as referências não poderiam ser aproveitadas. Pelo contrário. Todos sabem que deverá ser assim amanhã e depois. Portanto, recolher o máximo de dados agora será útil para a classificação e a corrida.
Por que então não estão na pista? Como escrevi ontem, por causa da limitação de pneus de chuva. Rídiculo, não? No caminho para o autódromo, no eterno caos de Silverstone, vê-se muitos campings, cidadãos abnegados, dispostos a tudo para assisitir ao GP da Grã-Bretanha. Estão, agora, sob frio, vento e chuva nas arquibancadas. Com botas longas, em razão da lama nos campings. Ou quem veio de casa se encolhe sob capas e guarda-chuvas. Para ver o quê? Nada.
É impressionante e no mínimo desrespeitoso como os homens que comandam a Fórmula 1 não enxergam a necessidade de rever algumas regras. Como essa de distribuir quatro jogos de pneus de chuva e três do tipo intermediário por piloto por fim de semana de competição. Essa é a razão de os pilotos permanecerem nos boxes. Têm de economizar os pneus para os treinos de maior importância, sábado pela manhã e a classificação, à tarde, além da corrida, domingo.
Isso é Fórmula 1 ou gincana? Quem gasta menos pneu tem maior chance de se dar bem?
A fornecedora de pneus defende o aumento do número de jogos por piloto. A FIA não se manifesta. Esses torcedores e milhões no mundo todo têm direito de questionar duramente a entidade. Venha a público e explique essa idiotioce. Estamos aqui na sala de imprensa assistindo ao cronômetro avançar sem carros na pista. O que os pilotos querem é que acabe a sessão livre.
Profissional, não?
Já passou da hora de os homens que pensam a Fórmula 1 começar a se sensibilizar com o que os fãs da competição apreciam, como ver carros na pista. É o mínimo, não? Mais: como elaborar um regulamento que vai gerar carros com o degrau no bico a exemplo dos modelos deste ano? O aspecto elegância também faz parte do espetáculo.
Marcas como Ferrari, Mercedes investem milhões no desenvolvimento do design de seus projetos para atrair o consumidor também no aspecto visual. E justamente na sua atividade de maior tecnologia e emprego de dinheiro, a Fórmula 1, o carro que produzem se contrapõe a tudo o que fazem nos veículos de série. Que coerência da FIA não?
Como sempre, não estão nem aí para as consequências de suas medidas, muitas vezes descabidas, como essa, de limitar o número de jogos de pneus e obrigar todos a ver os monopostos de Fórmula 1 parados nos boxes. Bravo, pessoal!
foi duro assistir dois treinos tão chatos!!!
ResponderExcluir