segunda-feira, 18 de junho de 2012

Oitavo vencedor diferente em Valência? Possível, sim senhor!*


* Por Lívio Oricchio

Jenson Button, da McLaren, na Austrália. Fernando Alonso, Ferrari, Malásia. Nico Rosberg, Mercedes, China. Sebastian Vettel, Red Bull, Bahrein. Pastor Maldonado, Williams, Espanha. Mark Webber, Red Bull, em Mônaco. E Lewis Hamilton, McLaren, no Canadá. Sete pilotos distintos de cinco equipes diferentes venceram as sete primeiras etapas do campeonato. Recorde histórico.

Desde a primeira edição do Campeonato Mundial de Pilotos, em 1950, nunca houve tamanha competitividade. A pergunta mais frequente dentre os que se interessam por Fórmula 1 é: há como haver um oitavo vencedor na próxima etapa, dia 24, nas ruas de Valência, na Espanha?

A resposta é sim. E olha que nem estou forçando a barra. Mas quem? Os pilotos da equipe Lotus, Romain Grosjean e Kimi Raikkonen. É uma realidade possível. E as probabilidades não são apenas matemáticas. Acredite, até boas. Ouvi James Allison, diretor técnico da escuderia, explicar em Montreal que não estão conseguindo desfrutar dos pneus nas sessões de classificação como nas corridas. “É apenas o que nos falta para lutar pelas vitórias, largar mais na frente no grid.”

Não é desculpa, mas a pura realidade. O ritmo de corrida, em geral, do modelo E20-Renault é dos melhores quando não, o mais eficiente. O que lhe falta para fazer os pneus Pirelli responderem com o máximo de aderência nos treinos de classificação, aos sábados, sobra ao longo dos 305 quilômetros da prova, domingo.

Vocês viram a evolução dos tempos de Grosjean no circuito Gilles Villeneuve, no Canadá, com um pit stop apenas, na 21.ª volta de um total de 70? Só vi uma melhor: a de Sergio Perez, da Sauber. O carro suíço impressionantemente é o que menos desgasta os pneus. Tá certo que a condução de Perez tem a ver com isso de forma direta.

Há um fator que, quando se manifesta, transforma o desempenho do modelo da Lotus: calor. Tenha a certeza de que a elevação da temperatura no domingo, em Montreal, permitiu a notável corrida de Grosjen. E o que provavelmente vamos enfrentar em Valência? A doce presença do verão. Oficialmente a estação vai começar na quinta-feira anterior à prova, dia 21. E se o histórico das quatro edições anteriores do GP da Europa nessa cidade do sudeste espanhol valer para projetarmos a deste ano, será quente.

A Lotus tem, portanto, ou deverá ter, o principal fator que a faz desenvolver superperformances, calor. Mas vimo no circuito Gilles Villeneuve que o carro também aceita bem esse tipo de traçado, caracterizado por trechos de aceleração plena, freadas fortes e curvas lentas, de 1.ª, 2.ª, 3.ª marchas, como a grande maioria nos 5.419 metros do Circuito da Comunidade Valenciana. É outro ponto a seu favor. Ou pelo menos não contra.

Mas ganhar corrida largando lá atrás, em especial numa pista de rua, não é bem mais dificil? Verdade. Por isso Grosjean e Raikkonen têm de dispor de meios, o E20 ser rápido também na classificação, e eles fazerem a sua parte. Conseguirem, digamos, estar dentre os oito primeiros no grid. Não é imprescindível na Fórmula 1 de hoje estar nas primeiras filas, mas ainda é de grande ajuda. Só queria lembrar que Perez começou o GP do Canadá em 15.º e chegou em 3.º. Grosjean, em 7.º e recebeu a bandeirada em 2.º.

A Pirelli vai levar para a Espanha os pneus médios e os macios. Nas duas últimas etapas, Mônaco e Canadá, foram os macios e os supermacios. Muda um pouco o cenário. O desafio em Valência deverá ser garantir maior autonomia aos pneus macios, diante do calor e do tipo de pista, com freadas duras e elevada exigência de tração. Não é muito diferente do exame de Montreal com pneus de resitência ainda menor, onde a Lotus, domingo, trabalhou muito bem.

Meu amigo italiano Alberto Antonini perguntou a Allison o que se passa com Raikkonen, referindo-se às constantes dificuldades com o sistema de direção da Lotus. Allison explicou que o finlandês gosta da maior sensibilidade possível no volante, ou seja, deseja que a caixa de direção seja a menos desmultiplicada possível. Aprecia relações mais diretas entre movimentar o volante e as rodas esterçarem.

Conheço gente da equipe que remonta à época da Renault. Estão começando a se encher com Raikkonen e essa história do volante. Já lhe disponilizaram várias opções e nenhuma parece servir. E Grosjeam tem se mostrado bem mais rápido nas classificações, apesar da sua inexperiência. A disputa entre ambos está 6 a 1 para o francês.

A Lotus pode até contrariar o bom desempenho esperado para o GP da Europa, mas temos elementos concretos para acreditar numa performance das melhores. A ponto de pensarmos ser possível lutar lá na frente com Lewis Hamilton, Fernando Alonso, Sebastian Vettel, os mais prováveis protagonistas do evento, sem que, por favor, não haja espaço para outros pilotos, como Mark Webber, Nico Rosberg e até alguma agradável surpresa, como temos visto este ano, a exemplo de Perez, no Canadá e na Malásia, e Maldonado, em Barcelona.

3 comentários:

  1. nessa pista chata, não teremos o oitavo vencedor do ano!!!

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  2. Acredito! acredito que sim!

    Senna atravessa o carro no meio do Hamiltonm...alonso força o carro e fufa o motor. Vettel terá dificuldades com shumi e os dois se tocam a 3 voltas do fim...mika da um passeio em webber e maldonado...grosjean faz o papel e tira qualquer tentativa de ameaça a Massa, Massa lidera faltando 15 volta para o fim e crava o melhor tempo..vence a prova e poe fogo no campeonato!

    É possível!....

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