quarta-feira, 20 de junho de 2012

Maior adversário de Bruno Senna é o tempo*

* Por Felipe Motta


Eu havia dito que gostaria de escrever sobre Bruno Senna e o momento pelo qual passa na Williams ao lado de Pastor Maldonado. O assunto é importante, porque a equipe oscila bons e maus momentos, e o fato está relacionado à performance dos pilotos, naturalmente.

Em Mônaco, a Williams deixou clara sua insatisfação com os pilotos. Senna teve menos lampejos que Maldonado no ano, enquanto o venezuelano alterna ótima velocidade com erros tolos. Enfim, falhas constantes e até certo ponto esperadas de uma dupla de pilotos inexperiente. Não precisava ser gênio para imaginar que a Williams teria dificuldades. No entanto, duvido que alguém imaginasse uma vitória precoce.

Em Montreal a corrida de Bruno Senna foi muito apagada. Em nossa transmissão na Jovem Pan, evitamos críticas precipitadas pois o ritmo era muito ruim, o que sugeria que havia algum problema em seu carro.

Após a prova, Bruno disse que não tinha nada no carro, além de um mau acerto. Maldonado foi na mesma linha e a equipe, através de comunicado, declarou que o time se perdeu ao longo do fim de semana em Montreal com mudanças de temperatura e dados de desgaste de pneus.

Episódios como esse acontecem em corridas com frequência, isso é inegável. O time se perde em um buraco negro e encontrar uma solução parece ser impossível, ainda mais quando se tem dois pilotos jovens.

O discurso de Bruno Senna alinhado ao do time alivia o ritmo pífio em Montreal. Depois do que os chefes disseram em Mônaco ficou claro que se Bruno tivesse feito besteira sozinho não teria sido poupado. A tradicional escuderia inglesa assumiu os erros como uma falha coletiva, diferentemente do Principado.

De qualquer forma, após sete etapas convém ao brasileiro, em minha opinião, adotar uma postura mais agressiva. Bruno, como sempre, foi muito honesto em recente entrevista ao Lance!. O piloto, entre outras coisas, disse que os anos na Le Mans Series e na Hispania minaram sua confiança, que sempre foi um de seus pontos fortes. Parece claro que o brasileiro, de 2009 em diante, só deu passos para trás por motivos que fugiram ao seu controle.

O problema maior é que no paddock é dada como certa a efetivação de Valtteri Bottas em 2013. Sobraria então o caminho da rua para Bruno ou Maldonado. E neste momento é o venezuelano que está na frente.

Para Bruno resta trabalhar para melhorar, especialmente em classificações. E parece ser o momento, como escrevi acima, de uma postura mais agressiva. Infelizmente, por mais que o brasileiro tenha razão em dizer que lhe falta experiência, o discurso de que é importante aprender com a experiência de Maldonado não vai agradar, tampouco convencer alguém no time. Primeiro, porque Maldonado não é Alonso. Segundo, porque o currículo do venezuelano apresenta menos provas do que Bruno, ainda que seja o segundo ano dele na Williams enquanto o brasileiro faz sua estreia com os ingleses.

Seja como for, em um mercado implacável como o da Fórmula 1, Bruno tem uma luta importante a vencer. E não é contra Maldonado ou qualquer outro piloto. É contra o tempo!

Um comentário:

  1. Véi, na boa, vamos torcer pro Nars vingar na GP2, senão tamo fú, o jejum de títulos brasileiros na F-1 vai perdurar sabe Deus até quando!

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