segunda-feira, 25 de junho de 2012

ALONSO, O MESTRE*

* Por Rodrigo Mattar


Na Fórmula 1 deste regulamento com pneus de diferentes compostos e asa móvel, raras vezes um piloto que partiu do meio do pelotão de largada chegou ao topo do pódio. Quando o piloto em questão é diferenciado, talvez o melhor de sua geração, é algo possível. E para Fernando Alonso, tudo é possível. Inclusive largar de 11º e vencer, como o espanhol venceu, o GP da Europa disputado nas ruas de Valência.

Não vi toda a corrida. Estava em trânsito, subindo o Alto da Boa Vista rumo à Barra, para trabalhar e comentar a corrida do Brasileiro de Gran Turismo. Vim ouvindo pelo rádio e foi assim que eu soube que Vettel, líder soberano, quebrou. Que Grosjean, que podia ser o oitavo vencedor diferente em oito provas, também quebrou. Que Bruno Senna foi tocado por Kobayashi e os comissários julgaram culpado o brasileiro da Williams (sem as imagens, não posso opinar). E Koba aprontaria para cima de Felipe Massa, para – aí sim – ser punido.

A única imagem do fim da corrida que vi foi a lambança de Pastor Maldonado para cima de Lewis Hamilton, tirando o inglês da disputa e que ocasionou uma punição ao bolivariano da Williams em decorrência da manobra infeliz de ultrapassagem. Faltou inteligência ao piloto da McLaren? Talvez. Sem pneus no fim da corrida, o britânico poderia ter marcado 12 pontos, se contentado com a quarta colocação e deixado Maldonado curtir um pódio. Mas acabou no muro, sem nada. E o piloto venezuelano perdeu o 10º lugar com um acréscimo de tempo de 20 segundos ao total da corrida, o que acabou por beneficiar o companheiro de equipe Bruno Senna. Soube também que Kimi Räikkönen, em excelente atuação, chegou em segundo e Mark Webber, não menos excelente, foi o quarto e desta forma, é o vice-líder do campeonato com 20 pontos de diferença para Fernando Alonso.

Alonso… quem diria, não? Com uma Ferrari tida como ruim – hoje, só na aerodinâmica – o asturiano é o único com duas vitórias após oito provas. Com 111 pontos somados, comanda a classificação do Mundial de uma forma que no começo do ano parecia impossível.

Mas será que existe no dicionário de Alonso a expressão “impossível”?

E Schumacher? Aos 43 anos e “blau”, o alemão torna-se o 12º piloto mais velho, de acordo com as efemérides, a subir num pódio numa corrida do Mundial de Fórmula 1. Foram sete longos anos de diferença entre a última aparição de Schumi como piloto da Ferrari para o ano da graça de 2012, onde ele defende a Mercedes. Um pódio muito ansiado por ele e que, aliás, já vinha fazendo por merecer porque ou o carro tinha problemas mecânicos ou ele aprontava das suas. Quem taxava o Schumacher de “velho”, “acabado” – e eu me incluo nesse rol – terá que aturá-lo mais um pouco.


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