quarta-feira, 30 de maio de 2012

MÔNACO: UMA DAS DISPUTAS MAIS APERTADAS DA HISTÓRIA*

* Por Michele Merlino, colaborador do FORIX


Fala-se muito sobre o início equilibrado da temporada, que oficialmente, segundo o livro oficial de recordes, é a mais competitiva na história do esporte em termos de vencedores graças ao triunfo de Mark Webber em Mônaco, no último domingo. Nunca antes uma temporada começou com seis vencedores diferentes nas seis primeiras provas, repartidos entre cinco construtores e três motores.

Mas com todo o sensacionalismo em torno do constante personagem no alto do pódio, você deve não ter notado que Mônaco, na verdade, produziu um dos finais mais apertados da história do esporte.

Na verdade, o tempo cobrindo os cinco primeiros foi de apenas 4s101, o que fez da corrida de domingo o quinto final de prova mais apertado da história envolvendo cinco carros.

RANKING – Os finais mais apertados da história com cinco carros

1971 - Itália – 0s61 – Peter Gethin, Ronnie Peterson, François Cevert, Mike Hailwood e Howden Ganley
1981 - Espanha – 1s240 – Gilles Villeneuve, Jacques Laffite, John Watson, Carlos Reutemann e Elio de Angelis
1999 - Canadá – 2s805 – Mika Hakkinen, Giancarlo Fisichella, Eddie Irvine, Ralf Schumacher e Johnny Herbert
1997 - Europa – 3s789 – Mika Hakkinen, David Coulthard, Jacques Villeneuve, Gerhard Berger e Eddie Irvine
2012 - Mônaco – 4s101 – Mark Webber, Nico Rosberg, Fernando Alonso, Sebastian Vettel e Lewis Hamilton


Notas da corrida

• Mark Webber é o sexto vencedor diferente em seis provas, o que é algo inédito na F1. Antes de Mônaco, o australiano nunca havia conquistado uma pole ou mesmo começado na primeira fila. Nem subiu ao pódio ou liderou uma corrida neste ano. A vitória marcou o 31º pódio de Webber, que se igualou ao conterrâneo Jack Brabham no 29º posto no ranking de todos os tempos. Mark também inverteu a maldição de nunca converter uma pole, o que se estendeu por cinco GPs – Turquia e Bélgica, em 2010, e Espanha, Inglaterra e Alemanha, em 2011;

• A Red Bull garantiu sua 29ª vitória, mas também conquistou a terceira vitória consecutiva em Mônaco. Uma sequência do tipo não acontecia desde o período entre 1988 e 1993, quando a McLaren venceu no país por seis anos, uma vez com Alain Prost e cinco com Ayrton Senna;

• Nico Rosberg conquistou seu primeiro pódio em Mônaco na F1 – um feito inédito para a Mercedes como construtor, desde o início do Mundial;

• Com 18 fins consecutivos nos pontos, a sequência de Fernando Alonso é a terceira melhor da história, igualando um feito que o espanhol havia obtido entre o GP da Turquia de 2005 e o da Alemanha de 2006. Há apenas duas marcas mais longas na história da F1: a primeira pertence a Michael Schumacher, da Hungria-2001 a Malásia-2003 (24), e a segunda a Sebastian Vettel, de Brasil-2010 à Índia-2011 (19);

• Desde o último pódio na China, Lewis Hamilton caiu do topo para o quarto lugar na classificação em três provas;

• O GP de Mônaco de 2012 marcou a segunda vez em que um mexicano registrou a melhor volta. A corrida de recuperação de Sergio Pérez proporcionou a primeira volta mais rápida de um mexicano desde Pedro Rodríguez, no GP da França de 1968. Neste ano, também seis pilotos diferentes registrando a volta mais rápida;

• Heikki Kovalainen registrou sua melhor posição final desde Monza no ano passado – 13º. Com isso, a Caterham alcançou o 10º posto no Mundial de Construtores.

• O término de Jenson Button fora dos pontos o tirou das seis primeiras posições no Mundial de Pilotos pela primeira vez desde o GP do Bahrein de 2010.

• Felipe Massa assumiu a liderança na 30ª volta do GP de Mônaco, fazendo dele o 12º líder diferente neste ano, quatro a mais do que a inteira temporada 2011. Outras evidências de imprevisibilidade nesta temporada: até agora, ninguém liderou por mais de duas provas seguidas, enquanto no ano passado, Sebastian Vettel ponteou todas as provas, exceto Alemanha e Abu Dhabi.

• Com dois décimos lugares, três falhas mecânicas e um acidente, Michael Schumacher é o penúltimo lugar no ranking de pilotos com quilômetros completados na temporada (1003 km). O último nesta lista ignominiosa é atualmente Romain Grosjean, o único que não chegou a marca de mil quilômetros (942).

Mônaco marcou a décima pole position da carreira de Webber, a 40ª da Red Bull. Também foi a 50ª vez que a equipe largou na primeira fila.

• Webber foi o quinto pole diferente em cinco corridas. Para encontrar uma sequência maior com pilotos diferentes na pole, você tem que voltar a 2003, quando, do GP da Europa ao GP da Itália, foram seis: Kimi Raikkonen, Ralf Schumacher, Rubens Barrichello, Juan Pablo Montoya, Fernando Alonso e Michael Schumacher.

A punição no grid de Schumacher impediu que a Mercedes chegasse à sua décima pole position oficial na história e o alemão deixou de entrar no grupo de elite de pilotos que conquistaram poles com mais de 43 anos: Nino Farina, Juan Manuel Fangio e Jack Brabham. A penalização também promoveu Nico Rosberg à sua terceira primeira fila na carreira. Michael caiu para a sexto, que foi a posição que ele ocupou em seu primeiro GP de Mônaco em 1992.

• Sebastian Vettel lembrou sua pior classificação em Mônaco desde seus dias de Toro Rosso. Em 2008, ele foi 19º no grid. Em anos pares, ele sempre é batido pelo seu companheiro de equipe nas classificações no Principado.

• Jenson Button falhou em chegar ao Q3 pela segunda vez consecutiva. É a primeira vez que isso acontece em corridas seguidas desde seu último na Honda, em 2008.

• Pela segunda corrida seguida o piloto mais rápido na classificação não largou na pole position por causa de uma punição.

• Pela primeira vez desde o GP do Brasil de 2010, nenhum campeão mundial largou na primeira fila.

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