segunda-feira, 12 de março de 2012

Será duro para Alonso e Massa*

* Por Lívio Oricchio

Sábado conversei com um profissional muuuuito bem informado sobre o modelo F2012 da Ferrari e fiquei tão impressionado que escolhi o tema para a coluna de hoje no Jornal da Tarde, a qual reproduzo aqui. Sabia das dificuldades, não que eram tantas. Mas você tem consciência, como eu, de que na prova de Melbourne, pelas muitas variáveis extras que interferem no resultado, tudo pode acontecer. Seguindo a lógica, no entanto, Alonso e Massa deverão apenas assistir aos concorrentes mais próximos digladiando-se.

A coluna:

É pouco provável, como pensam alguns, que a imagem de um começo de campeonato difícil propagada pela Ferrari seja apenas um jogo de cena. Há quem acredite que o modelo F2012 esteja, ainda, distante do desempenho dos carros da Red Bull, McLaren e agora Lotus e Mercedes, mas não como os dirigentes da equipe italiana desejam que os concorrentes e a torcida imaginam.

Mas se o que Fernando Alonso e Felipe Massa podem realizar no fim de semana em Melbourne, abertura do campeonato, for baseado no último teste da pré-temporada, em Barcelona, entre os dias 1 e 4, o da última versão dos modelos de 2012, as projeções pessimistas de personagens como Nick Fry, diretor técnico da Ferrari, são mesmo procedentes. Pode-se ir até além: preocupantes.

Há muitos fatores que interferem no resultado de uma competição de Fórmula 1 e às vezes o inesperado acontece, porém, diante do exposto no Circuito da Catalunha, Alonso e Massa talvez sofram até para entrar no Q1 no treino classificatório, sábado, onde os dez mais velozes no Q2 lutam pelas dez primeiras colocações do grid. Como os próprios pilotos e Fry afirmam, “falta pressão aerodinâmica no carro”.

O problema é que uma das características dos 5.303 metros do Circuito Albert Park, em Melbourne, é a falta de aderência mecânica, por não se tratar de um pista permanente de velocidade, e a pouca abrasividade do asfalto. Como só existe para o GP da Austrália, não há acúmulo de borracha no circuito ao longo do ano, o que melhoraria a aderência. Sendo assim, a responsabilidade da geração de pressão aerodinâmica no desempenho do carro cresce. Sem ela, as frenagens são instáveis, a velocidade de contorno das curvas reduzida e a tração deficiente, dentre outras implicações comprometedoras.

A pouca geração de pressão aerodinâmica do modelo F2012 é, também, por exemplo, a razão de a durabilidade dos pneus estar dentre as menores verificadas nos ensaios. Em Barcelona, depois de seis voltas os pneus macios caíam muito de performance e os médios, nove. Tudo sob as temperaturas bem mais amenas do inverno europeu se comparadas com as que enfrentarão no fim do verão australiano, potencializadoras do desgaste de pneus. Ah, a Pirelli embarcou para Melbourne os mesmos pneus do Circuito da Catalunha, macios e médios.

A nota positiva do carro italiano é a resistência demonstrada em Jerez de la Frontera e Barcelona: com 4.993,7 quilômetros percorridos, foi a que mais acumulou voltas nesses traçados, seguida da Sauber, 4.877,5 km e da McLaren, 4.872,7 km.

Diante desse cenário bem mais desfavorável que encorajador, seria surpreendente se, de repente, Alonso e Massa se mostrassem capazes de lutar contra os colegas de Red Bull, McLaren, Lotus e Mercedes, mais velozes e regulares nos ensaios de inverno. E a versão B do modelo F2012 da Ferrari, já que a em uso dá mostras de ser muito deficiente, só será testada no treino coletivo de 1 a 3 de maio, em Mugello, visando estrear no GP da Espanha, dia 13 de maio.

A maior mudança será o novo posicionamento dos terminais de escape, bem mais para trás que agora, solução já utilizada pela Sauber e Red Bull, comprovadamente auxiliares da geração de pressão aerodinâmica. Mas para isso está sendo necessário reprojetar as laterais do F2012 e até solicitar um novo crash test (teste de resistência) à FIA. Até lá, muito provavelmente, Alonso e Massa vão ver os concorrentes andando bem à frente. Mesmo depois, em circuitos de caracteríticas distintas das de Albert Park.

3 comentários:

  1. Olha a minha cara de preocupado :) QUERO É MAIS... MAIS QUE SE F... HAHUAHUAHUAHUAHUA

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  2. que venha mais um fiasco... aguardo ansiosamente o fds para começar a rir... até ficar vermelho-fiarrari!!!

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