segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

VETTEL JÁ É MELHOR QUE SENNA?*

Por Edd Straw, do AUTOSPORT.com



Sebastian Vettel é melhor que Ayrton Senna.

Sim, eu afirmei isso. Muitos vão considerar a sentença um sacrilégio, mas o que temos presenciado durante as últimas duas temporadas da F1 é o surgimento de um dos grandes de todos os tempos.

Se você é um "anti-Vettel", para parafrasear uma metáfora religiosa, então talvez este artigo te faça refletir sobre o que temos visto ser protagonizado por esse alemão de 24 anos, em comparação com o brasileiro tricampeão mundial.

Antes de seguirmos, alguns apartes: primeiro, Senna é comumente reconhecido como o padrão de piloto ideal para muitos competidores atuais, embora esta não seja uma posição com a qual eu necessariamente concorde. Por isso mesmo, o brasileiro é um ponto válido de comparação. O objetivo deste artigo não é colocar à prova a grandeza de Senna.

Segundo, não há nenhuma intenção de impor uma conclusão definitiva. Alguns alegam que é impossível comparar pilotos de épocas diferentes e, se sua crença é a de que há uma forma de conceber um paralelo entre cada período, isso é verdade.

Fazer um parâmetro de qualidades e defeitos dos grandes nomes nos permite analisar de forma um pouco mais profunda suas características. Mesmo que você não leve isso tão a sério, pode ser um exercício fascinante.

Terceiro, não podemos continuar sem ressaltar que Vettel ainda está construindo sua carreira. A forma de avaliar o alemão pode mudar se ele entrar em ostracismo no restante da década.

Estabelecidas as limitações, vamos avaliar o atual bicampeão mundial em mais detalhes.

Classificação

É muito difícil separar Vettel e Senna quando se trata de desempenho em uma volta lançada, já que seus recordes são muito similares nesse estágio de suas carreiras.

Após 81 corridas, Vettel possui 30 pole positions, duas a menos que Senna (até o GP de Mônaco de 1989). O tedesco passou 26 dessas provas em carros que não eram capazes de lhe dar a pole em condições de pista seca, na BMW e na Toro Rosso, entre 2007 e 2008. Ayrton, em compensação, teve 15 GPs desse tipo pela Toleman, em 1984.

A diferença média de Vettel para o segundo colocado nos treinos classificatórios este ano foi de 325 milésimos, uma vantagem consistente, porém reflexo sintomático de um carro que tinha tamanha vantagem, que nenhum outro conseguia desafiá-lo em uma disputa pela pole, conforme ficou caracterizado o RB7. Esse é um indicador bruto de que Vettel se aproximava do limite do seu carro regularmente.

As McLaren que Senna pilotou entre 1988 e 1990 possuíam grande vantagem sobre os concorrentes, embora tenhamos que levar em conta que ele teve de vencer Alain Prost em duas dessas três temporadas.

Mais revelador é observar seus dois primeiros anos na Lotus, 85 e 86, quando o carro definitivamente não era o melhor aos domingos, mas era bastante competitivo em uma só volta. As 15 poles conquistadas pelo brasileiro nesse período vieram com diferença média de 480 milésimos para o segundo colocado.

Veredito: Impossível separar a dupla nessa contagem, mas o fato de Vettel ter como parâmetro estatístico um piloto reconhecido como o melhor de todos os tempos em voltas lançadas fala bastante sobre o alemão.

Controle da corrida

Vettel foi formidável controlando as corridas que liderava em 2011. Enquanto outros sofriam com problemas de pneus, estratégias e regularidade, o alemão ponteava desde a largada, mantinha um ritmo que beirava à perfeição e deixava seus adversários totalmente desarmados.

Ele também desfez o mito de que não sabe ultrapassar, quando colocou metade do carro na grama a mais de 250 km/h para superar Fernando Alonso em Monza, além de outras ultrapassagens praticadas ao longo do ano.

Sebastian provou em 2011 que seu controle sobre as situações de corrida é excelente, mas comparar esse aspecto com Senna sem partir para a subjetividade é muito difícil.

De qualquer forma, a tendência da F1 nos últimos tempos é ter carros com nível mais próximo de competitividade do que no passado. Isso destaca a segurança de Vettel quando está na frente, especialmente se você leva em conta a vitória "à la Senna em Estoril 1985" conquistada no GP de Monza de 2008, com a Toro Rosso.

Os triunfos de Senna foram obtidos sob regulamentos muito diferentes. É verdade que, em muitas ocasiões, o tricampeão teve que lidar com múltiplas possibilidades na escolha dos compostos de pneus e administrar o consumo de combustível, isso no auge da era turbo. Mas também é fato que os carros tão superiores que ele pilotou lhe proporcionavam margem muito maior perante os concorrentes do que o que Vettel encontra nos dias atuais.

É claro que Ayrton também provou ser capaz de vencer em condições adversas, particularmente em 1992 e 1993, quando as Williams tinham a vantagem, mas a era moderna da F1 é inquestionavelmente mais parelha.

Veredito: Nenhum dos dois apresenta falhas aqui, mas a habilidade de Vettel em controlar uma corrida com um carro que possui uma vantagem relativamente modesta o eleva ao topo. Além disso, excetuando alguns erros no começo da carreira, Senna possuía uma conduta ética em pista que, por vezes, extrapolava os limites aceitáveis.

Domínio

É raro ver um competidor dominar uma temporada de forma tão completa quanto Vettel fez neste ano. Suas 11 vitórias e 15 poles em 19 GPs formaram um recorde formidável.

Novamente, a maior proximidade no nível dos carros de ponta contam a favor do alemão. Por outro lado, é difícil saber qual dos títulos de Senna pode ser considerado o de maior domínio.

A temporada 1988 foi, em termos de vitórias, sua melhor, com oito em 16 etapas, formando um percentual de 50%, contra os 58% alcançados por Vettel em 2011. Em favor dele, pesa o fato de que ter Prost como companheiro é um desafio muito maior do que ter Mark Webber.

Mas o ponto nevrálgico é que os dois campeonatos vencidos por Senna em duelos contra Prost, em 1988 e 1990 (quando o francês pilotava uma Ferrari aerodinamicamente mais avançada), não conseguiram ser tão enfáticas quanto os de Vettel.

Levemos em conta que a confiabilidade do equipamento de Ayrton era comparável ao dos dias atuais, com apenas três abandonos por problemas mecânicos na soma das duas temporadas.

Com isso, a campanha de 1991 é forte candidata ao posto, quando visualizamos a vantagem em pontos que Senna construiu sobre o vice-campeão, Nigel Mansell. Mas, à medida em que a McLaren passou a ser ofuscada pela Williams, de forma até rápida, ao longo do ano, não foi possível para o brasileiro concluir o ano "ao modo Vettel".

Se Senna não teve as circunstâncias perfeitas para impor uma temporada dominadora, Vettel construiu seu domínio com uma campanha muito sólida, extraindo sempre o máximo de seu carro e cometendo poucos erros.

Veredito: Vettel mais uma vez vence o embate, em partes pelas circunstâncias e em outras por ter feito o que fez em uma época mais competitiva.

Trabalho em equipe

Mesmo com o problema alardeado pela mídia com o companheiro Webber no ano passado (incluindo as críticas do australiano contra a atitude da equipe em tirar a única asa dianteira nova disponível no GP da Inglaterra de seu carro para colocá-la no de Vettel), o alemão nunca foi pivô de conflitos na Red Bull.

Até mesmo a maneira como Sebastian lidou com a pressão de Webber para que o time trabalhasse por ele no fim do ano passado prova o quanto o alemão não teme ninguém que divida a garagem com ele.

É notório o quanto Senna era capaz de criar ou contribuir para discordâncias dentro de uma equipe. A rivalidade Senna x Prost é muito bem documentada, mas há também o antagonismo na Toleman, em 84, quando ele assinou com a Lotus para o ano seguinte na surdina, para não mencionar o veto a Derek Warwick como seu colega de equipe em 1986.

Nenhum desses fatos cria um impacto significativamente negativo para Ayrton, mas todos sugerem a necessidade do brasileiro em construir um ambiente que satisfaça suas excentricidades. Nada disso é para atacar Senna, afinal, ele estava no direito de conduzir sua carreira de acordo com suas preferências. Mas é possível observar uma postura muito mais suave de Vettel nesse sentido.

Veredito: Não há dúvidas de que Vettel tem ampla vantagem no que tange à harmonia dentro da equipe.

Papel de embaixador do esporte

Os mitos em volta da figura Senna cresceram muito ao longo dos últimos 15 anos. Há tanta coisa escrita e dita sobre o brasileiro, que se tornou impossível enxergá-lo dentro do contexto apropriado.

Jackie Stewart sempre fala sobre a responsabilidade que um campeão mundial tem de ser um embaixador do esporte. Enquanto Senna proporcionou um aumento tão grande na reputação da F1 depois de falecido, durante a vida o brasileiro evocava uma miscelânea de reações.

Havia momentos em que ele demonstrava uma dignidade tremenda e outros onde o comportamento não condizia com a posição de um campeão mundial.

Vettel é um caso diferente. Fora do carro, ele lida com a fama com muita auto-confiança e carisma.

Esqueça a imagem de um piloto petulante e exigente - imagem curiosamente criada por alguns setores da mídia em 2010. Vettel possui a mesma postura dentro e fora da pista.

Veredito: Vettel vence.

A análise acima não foi concebida para ser a prova conclusiva de nada. Nas estatísticas, Senna ainda supera Vettel, com mais títulos, mais pole positions e vitórias. Ninguém duvida das qualidades do brasileiro.

O que podemos ver é que Vettel dá claros sinais de ser um piloto a caminho de se tornar lenda. Da próxima vez que você se pegar aborrecido com mais uma vitória fácil do alemão, lembre-se que você pode estar assistindo a um piloto que vai entrar para a história como um dos maiores.

Depois de tudo, não é impossível cogitar que Vettel se transforme no melhor da história.

11 comentários:

  1. AFF QUE BOSTA KKKKKKKKKKKKK que viagem

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  2. Cara, muito cedo para essa discussão. Vettel tem muito tempo pela frente e as épocas são muito diferentes... além do mais, Senna não era adepto do esporte F1 e sim da vitória na F1. Qdo não vencia, geralmente não chegava, por tanto seus números não podem ser parametro p seu talento mesmo sendo dos melhores. Outro fator importante é o fato de Senna ter corrido em desvantagens durante quase toda sua carreira, seja por situações políticas e ou esportivas, ao contrário de Vettel! Marcelo Taioba

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  3. COM CERTEZA, VETTEL É MUITO MELHOR QUE O (bruno) SENNA... é dele que o gringo está falando, não é???

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  4. Vettel melhor que Senna????? HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA ESPERA UM POUCO...DEIXA EU RESPIRAR...HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

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  5. Piada mesmo kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Larga um carro na mão do vettel com cambio manual sem esse monte de controle eletrônico que ele tem hoje quero ver se é melhor mesmo, a quero ver ele ganhar só com a 6ª marcha do rb7...

    matéria tosca sem noção esse é o tipo de matéria que o cara faz só pra causar "polemica"

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  6. não concordo com o texto , eram épocas totalmente diferentes , e não é por ser mt fã de senna

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  7. O gringo escreveu o seguinte: "a habilidade de Vettel em controlar uma corrida com um carro que possui uma vantagem relativamente modesta o eleva ao topo".
    Vantangem modesta??? Só se esse maluco estiver se referindo ao Mark Webber, pois a vantagem do carro de Adrian Newey sobre as demais equipes foi absurda!
    Faltam argumentos não apaixonados ao repórter para fazer essa comparação extremamente prematura.
    Se for caso de amor enrustido, eu até entenderei a queda dele pelo alemão.

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  8. Ei, Edd Straw, vai tomar no "cool"!!
    (desculpa, gente, não resisti)

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  9. na verdade, para o stik... barrichello > todos os outros pilotos do universo!!!

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  10. haaaaaaaaa como vc ousa a dizer isso seu grande miseravel isso jamais vai acontecer o senna tinha abilidade de pilotar o vettel tem carro bom com o carro do vettel ate o rubinho seria bom.
    vc e muito viaaaadooooo
    haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
    vc vai ve

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