quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

KIMI ESTÁ DE VOLTA. MAS QUAL DELES?*

* Por Luis Fernando Ramos

Kimi Raikkonen voltou à Fórmula 1. Um ganho importante para a categoria. À sua maneira, o caladão finlandês vai enriquecer o paddock. Pouco se importando com o que pensam sobre ele, com a imprensa, com o companheiro de equipe. Uma espécie de Buster Keaton das pistas, sempre parecendo sério e enfadado, mas genial no que faz.

A grande dúvida que fica é essa: qual Kimi veremos em ação nesse retorno? O genial ou o genioso? Se for o endiabrado moleque que ameaçou o título de Michael Schumacher em 2003 na base de uma regularidade incrível, ótimo. Ou o aguerrido piloto que brigou pelo título de 2005 e só saiu da disputa com antecedência porque o carro quebrou em momentos decisivos. Ou o campeão de 2007, que operou uma ótima virada na tabela vencendo três das quatro corridas finais do Mundial.

Mas eu temo encontrar o Raikkonen de 2009. Completamente desmotivado com o carro pouco competitivo que tinha nas mãos. O enigmático e silencioso piloto parece crescer em cima de bons resultados na mesma medida em que se apaga na ausência deles. E, todo mundo sabe, a atual Renault (que será rebatizada de Lotus no ano que vem) vai permitir que ele brigue, no máximo, por sétimos lugares. Quantas corridas até o finlandês ficar de saco cheio das cobranças e da falta de um bom carro para passar a fazer figuração? Acho que não muitas.

Conversando com um colega finlandês que é quase um segundo pai do piloto,ficou claro que sua volta foi motivada especialmente pela questão financeira. Como um profissional valorizado na sua área, o finlandês vai ganhar na F-1 o dinheiro que estava gastando do próprio bolso para correr de rali. Está no seu direito. Mas parece que a volta em si não vai bastar para vermos os lampejos de um Kimi que brilhava e nos encantava como no passado. Espero que ele prove que estamos enganados.

De qualquer jeito, um "meio Kimi" já seria mais piloto que muitos dos que estão no grid atualmente.

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