* Por Fábio Seixas
A atração de ontem na sala de imprensa do circuito de Buddh foi um morcego.
Funcionários foram chamados para espantar o bicho e receberam aplausos quando conseguiram fazê-lo sair por uma das portas.
O autódromo fica no meio do nada, próximo a um distrito industrial. A distância até Nova Déli, 50 km. O tempo de percurso, 1h30. Não há pontos de táxi ou de ônibus nas redondezas. A expectativa de público é um mistério.
Em Xangai, quando a F-1 desembarcou por lá para seu primeiro GP, em 2004, um jornalista local perguntou ao ferrarista Schumacher o porquê de ele correr de vermelho. "É a sua cor da sorte?"
Malásia, Bahrein, Turquia, Abu Dhabi e Cingapura guardam histórias parecidas...
Para Ecclestone, tudo bem. A paixão fica em segundo plano. O que interessa é ir aonde o dinheiro está, sob o pretexto de "conquistar novos mercados" para a categoria.
Tanto é falácia que a Turquia, cujo mercado está longe de ser conquistado, já foi sacada do calendário. A Coreia do Sul, após dois GPs, também corre risco por querer renegociar o contrato.
Nada contra a FOM faturar. O problema é quando essa busca muda o esporte.
E, na F-1, deixar para trás circuitos históricos é, sim, descaracterizá-la, mudá-la.
(Diferentemente do futebol, em que campos são iguais a despeito da estrutura do estádio em volta, cada autódromo tem o seu traçado, a sua identidade e proporciona um GP com a sua cara.)
A questão é matemática.
As equipes não aceitam mais do que os atuais 20 GPs. Em 2013, estreia Nova Jersey -sim, outro GP nos EUA. Em 2014, entra Sochi, na Rússia.
Alguém vai dançar. Spa é uma das pistas na berlinda. Para Ecclestone, tudo bem. Ele não liga para morcegos.
Nada muito diferente do que já falamos há tempos por aqui.
ResponderExcluirE tirar Spa da F-1 é a mesma coisa wque tirar uma roda gigante ou montanha russa de um parque de diversões.
Por isso, a campanha continua: M.B.E.!
M.B.E.
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