Domingo cedo, todos os GGOOloucos na arquibancada após uma sexta e sábado muito agitados, após um Kart na madrugada e quase sem dormir, minha esposa me diz: "- Vamos descer pra tomar um café?"
Concordei, e quando passávamos por baixo da arquibancada, escutei um ronco que não era de carro de serviço, não era de safety car, não era um carro da Porsche Cup. Quando volto meu olhar pra pista, me deparo com uma Brabham branca nº 5, 1981. Num misto de susto e surpresa, paralisei e meu coração disparou. Fiquei olhando aquele carro contornar a curva do lago, e desaparecer rumo ao laranjinha. Mas ainda eram 9 da manhã, e a volta da homenagem ao Piquet estava só programada para as 12:00 hs, imaginei que fosse apenas uma volta de instalação para ajustes.
Nisso minha esposa que já estava bem a frente, me chama novamente, e assim fui. Quando estávamos comprando o café, ouço aquele ronco novamente, e novamente viro minha cabeça em direção à pista, mas desta vez não consigo visualiza-la devido ao local das barracas, apenas viajei com o som. E quando percebi que o som não diminui na reta, tive a certeza que ele passaria ali de novo, onde falei pra minha esposa, enquanto ela adoçava o café: "- Espere aí, já volto!" E corri para o alambrado.
E aquela Brabham passou ali na minha frente mais uma, mais duas, mais três vezes.
E aquela Brabham passou ali na minha frente mais uma, mais duas, mais três vezes.
Eu viajei no tempo como em poucas oportunidades. Me vi ainda criança na frente da TV, torcendo, pulando, enquanto as posições se alternavam na pista naquela tarde infernal em Las Vegas e vi o Piquezão se sagrar campeão pela primeira vez.
Lembro da sua fisionomia de dor dentro do carro, devido à exaustão física, lembro dele ter sido carregado pois não tinha forças para sair do cockpit, lembro dele no pódio, com sua coroa de louros.
Tudo isso me veio como um filme quando aquele carro desfilou ali, ao vivo e a cores, bem na minha frente, me fazendo reviver tão bons momentos.
Lembro-me ainda, antes de voltar junto à minha esposa, de enxugar uma lágrima que, inevitávelmente, escorreu.
Só depois me dei conta da loucura que fiz, largar a esposa sozinha, mesmo que por alguns minutos, lá no Gezão!! Ô vício....
No momento estava sem minha câmera. Consegui registrar depois, no horário programado, uma de suas passagens.
Mais um GP Brasil no currículo, com muitos amigos, muitas emoções, muita bagunça, muitos reencontros, conversas, muitas fofocas em dia e tudo mais característico desse evento e de toda essa galera quando se reúne, mas essa emoção que vivi em particular, valeu totalmente meu ingresso!!
GP Brazil 2011: I survived!!!
ResponderExcluirGP Brazil 2011: I survived!!!
ResponderExcluirSERIA o momento que valeria o ingresso... mas... tinha uma bandeira do vasco no cockpit... aí... "RUBINHO... RUBINHOOO!!!"
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