quinta-feira, 11 de agosto de 2011

AS CHANCES DE BRUNO SENNA*

* Por Luiz Fernando Ramos

Os números impressionam: a junção dos investidores luxemburgueses da Genii Capital com os brasileiros do WWI Group foi anunciada como um portfólio de dez bilhões de dólares (cerca de R$ 15 bilhões) para investir em projetos nas áreas de infra-estrutura e de imóveis no Brasil. São, garantem eles, a oitava maior empresa de investimento privado da América do Sul.

Não sou um especialista em economia, mas o anúncio pode ser traduzido na linha do “temos dez bilhões de dólares para gastar”. Não aleatoriamente, claro, mas para investir em projetos que possam render bons lucros depois. Um exemplo disso foi dado pelo próprio WWI Group antes mesmo da criação dessa joint-venture, quando eles adquiriram os prédios do antigo Hospital Umberto Primo, numa área nobre de São Paulo, para uma ambiciosa reforma e revitalização do lugar com a criação de escritórios, consultórios, lojas e uma área para uma universidade.

A chegada da Genii Capital praticamente sextuplicou o portfólio inicial do WWI Group. Em sua visita recente ao Brasil, o dono da empresa Gerard Lopez viu um grande potencial de investimento e resolveu chegar no país com tudo - e a tempo de pegar carona no boom de obras emergenciais de infra-estrutura que deve marcar a correria da Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Afinal, o governo não vai bancar tudo sozinho e investidores privados estão aí para isso - embora costumam ser bem mais cuidadosos aonde colocam seu dinheiro.

Um porcento desse portfólio (cerca de dez milhões de dólares) seria o suficiente para justificar a presença de um piloto na equipe de Fórmula 1 que pertence a Lopez, a Renault - é o valor estimado do que o russo Vitaly Petrov traz para a equipe de empresas russas.

Assim, a entrada do Grupo Genii no Brasil aumenta as chances de Bruno Senna correr na equipe no ano que vem. Mesmo que no final das contas ele não traga apoio de nenhuma empresa nacional, sua presença no time pode ajudar a alavancar o perfil da joint-venture no país e esta é uma opção considerada por Lopez.

O brasileiro agrada a equipe no contato diário nas corridas e seu trabalho realizado nos dois testes que fez com o carro atual, um na pré-temporada e outro no primeiro treino livre do GP da Hungria, foi considerado bom. Deve ganhar mais chances de andar às sextas-feiras neste ano para mostrar mais o potencial do que pode realizar se for eventualmente efetivado.

A decisão final do time para 2012, porém, vai depender também do que acontecer com Robert Kubica, cujos relatos apontam uma recuperação muito boa e que ele quer ter um contato com um carro de F-1 antes do final do ano. As chances de Vitaly Petrov continuar na equipe são boas, não só pelo apoio de empresas que ele traz, mas por sua performance diante de Nick Heidfeld em classificações. E Romain Grosjean, que faz um bom trabalho neste ano na GP2, também é nome que está sendo considerado. Certo mesmo é que o alemão Heidfeld não continua na equipe. Talvez nem termine o ano nela.



2 comentários:

  1. É uma pena pelo sobrenome que carrega, mas como já disse dezenas de vezes e repito, brasileiro por brasileiro, o Nelsinho é mais piloto!
    Lamentável o que ocorreu, mas ele estaria com certeza na F-1 hoje tendo mais resultados.
    Mas isso, é apenas a minha humilde e singela opinião!

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