* por Bruno Vicária
Já era sabido que as acusações contra o diretor de prova da Stock Car causariam polêmica. Já tinha conhecimento deste conteúdo no fim de semana, pois alguns pilotos, como Thiago Camilo, não se conformaram com o que ouviram. No domingo, ainda no hospital, sob o impacto da morte de Gustavo Sondermann, o barulho ficou cada vez mais alto.
A boa cobertura apresentada pelos sites especializados Tazio e Grande Prêmio sobre o assunto ajudou a colocar ainda mais o dedo na ferida. Contudo, a resposta do diretor Sérgio Berti nada mais é do que um outro procedimento padrão da CBA: fingir que nada aconteceu. Ele é só mais um fantoche entre tantos dali. Quem me conhece sabe que há muito tempo critico a postura das pessoas que realmente comandam a entidade, e que não são aquelas com o título de presidente e vice.
É prática comum por ali negar, minimizar, rebater e ridicularizar qualquer tipo de argumento que vá contra eles. E é também prática comum fazer com que comissários, diretores e outros membros, mesmo vendo a verdade, neguem. E ai de quem operar a verdade. A coisa é tão bem-feita por ali que não existem provas. Por mais que você tenha todos os argumentos possíveis, eles conseguem por A + B inverter o que você diz, já que manipulam a informação e seus comissários. E pior: te enfiar nas costas um processo por calúnia, difamação e injúria, ou, em alguns casos, aniquilar o seu cliente, caso você trabalhe diretamente com algum piloto.
É por isso que, de tempos para cá, parei de me manifestar com tanta veemência. Vi que não adiantava nada lutar sem ter algo mais para lutar além de palavras e correr o risco de ser prejudicado. Como jornalista, é preciso de provas para apontar o dedo, mas todas as provas são mascaradas, escondidas e, até, destruídas com maestria por parte de quem comanda o esporte nacional. E já estou há um bom tempo trabalhando em silêncio atrás de provas concretas para poder colocar minha cara a tapa. As pessoas que possuem provas têm medo de se manifestar, com medo de represálias (como ir para a geladeira e ficar suspenso de várias corridas, no caso dos comissários), perder o emprego, ou a licença, pois tudo dentro da entidade é operado por um sistema ditatorial, que consegue até fazer pessoas mudarem de opinião como quem troca Coca-Cola por guaraná no restaurante.
Cansei de ouvir pessoas que comentam as coisas com medo, comissários amigos que se lamentam "in off", pois, se fizerem isso abertamente, correm sérios riscos diante do "Todo Poderoso". Você pode ouvir as mais graves acusações dos mais diversos tipos, provenientes de pessoas de várias áreas do esporte, mas nada pode fazer: sem provas contra, todos os tiranos dão risada da nossa cara, com os cheques das inscrições e de todas as taxas que cobram no bolso.
A coisa é tão bem nivelada que as eleições são feitas de uma forma que a mesma corja é eleita em todos os pleitos. E isso em todos os âmbitos: nacional e regional. Pilotos e equipes, os participantes e vítimas do espetáculo, que sustentam as entidades pagando as altas taxas de inscrição e botam o deles na reta sem saber se sairão vivos da pista, não têm poder de voto, não podem eleger presidentes, muito menos exigir mudanças. Esta mesma corja criou a tal da comissão, com os mesmos integrantes inúteis, que vai investigar o acidente do Gustavo e, assim como em 2007, farão cena, jogarão a bola para a FIA e deixarão a poeira baixar, fingindo que nada aconteceu. Eles tentarão, mas desta vez não será assim.
Espero que este momento de tristeza sirva para gerar uma coisa que só uma tragédia pode fazer: unir a todos para uma profunda alteração nas fundações da CBA, começando pela substituição de toda a base e, principalmente, o CTDN, que caga regra mal-escrita e pune conforme for o desejo de seu mandante, sem fundamento algum. Se uma andorinha não faz verão, todas juntas e unidas em prol desse esporte que tanto amamos pode fazer a diferença. Como eu disse e repeti em tweets inúmeras vezes no ano passado e retrasado, é tudo uma questão de atitude, de pilotos e equipes, sem medo de represálias. Mas é preciso união e organização. Não podemos mais seguir como reféns.
Estamos apenas na casca da ferida. A hora que tirarmos ela, será possível fazer um curativo decente. Essa é a minha esperança, e a esperança é a última que morre. Aliás, nem precisava morrer nada...
rebelião já... que morram vc's, tiranos da CBA!!!
ResponderExcluiros pilotos que fazem a categoria, então tem q chegar geral num dia de etapa e tocar o f*da-se e nao correr. Duvido que tenha gente pra por no lugar e se ter, a qualidade cai e os mandantes perderão muito. Sou a favor do pessoal de diretoria de qualquer esporte seja um ex-atleta ou que vivenciou de alguma forma na área in loco.
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