quinta-feira, 24 de março de 2011

AS REGRAS DA F-1 EM 2011

Entra ano, sai ano, e a Fórmula 1 não para de mudar. Para 2011, o regulamento passou por mais uma bateria de reformulações, com destaque para os dois dispositivos para aumentar o número de ultrapassagens e a promessa de punições mais severas a manobras excessivas. A grande maioria das mudanças busca a tentativa de correção de algo que não funcionou bem ano passado.

Asa traseira móvel
A FIA chama o novo dispositivo para ajudar nas ultrapassagens de sistema de redução de arraste (drag reduction system, ou DRS). Sua função é, basicamente, a mesma do F-duct: flexionar uma das lâminas do aerofólio para gerar um ganho de velocidade nas retas. As diferenças são que a asa traseira móvel será acionada por meio de um botão no volante, é item obrigatório a todos os carros e tem regras especiais de uso.

A novidade poderá ser utilizada a todo o momento nos treinos livres e de classificação. Aos domingos, a FIA determinará uma zona de ultrapassagem – geralmente nas retas dos boxes, a partir de 600m do próximo ponto de freada – e esse será o único local em que a asa poderá ser utilizada. Somente o piloto que está menos de 1s atrás do concorrente na tomada da curva anterior a essa zona pode acionar a asa nas corridas. Linhas pintadas no asfalto ajudarão a mostrar quando e onde isso ocorrerá. Neste momento, a FIA emitirá um sinal e o piloto verá uma luz acender em seu volante e, só assim, poderá acionar o botão. As transmissões também terão um aviso de que o procedimento está liberado.

Kers
O sistema de recuperação de energia cinética volta mais atraente após a desastrosa estreia de 2009. O aparato capta a energia térmica gerada pela frenagem, a transforma em energia cinética e em potência para o motor. Com o aumento do peso mínimo do conjunto carro mais piloto de 605 kg para 640 kg, o problema deixou de ser os quilos a mais.

A batalha agora é distribuir as baterias de maneira que não comprometam a aerodinâmica, respeitando a distribuição de peso fixa, sobre a qual trataremos no item a seguir. O piloto pode acionar o botão em qualquer momento da volta, mas apenas por 6,67s por giro. Sua maior valia é o torque nas saídas de curva e nas largadas.

Mais poder aos comissários
Quando um piloto cometia uma infração esportiva, os comissários tinham três opções: drive-through, subtrair 10s do tempo total da prova ou tirar 10 posições no grid no evento seguinte. A partir de 2011, essas punições por tempo podem ser dadas na quantidade estabelecida pelos comissários, não necessariamente de apenas 10s; uma reprimenda (que, informalmente, já era usada); exclusão da prova ou até a suspensão para a próxima corrida.

Novas regras de conduta de pilotos
Comportamentos dentro da pista cuja legalidade ou não era uma questão de acordo de cavalheiros, agora estão nas regras. Ações como mudar de traçado mais de uma vez na defesa de posição, espremer o carro até que ele saia do circuito e mudanças anormais de direção serão punidas. O comportamento dos retardatários também terá atenção especial.

A volta da regra dos 107%
Pilotos cuja melhor volta no Q1 for 7% pior que daquele que foi o mais rápido na sessão não largarão. Há exceções, em caso de “circunstâncias excepcionais”.

A queda das ordens de equipe
O artigo 39.1, que proibia as ordens de equipe, foi retirado do regulamento. Presente desde 2003, o texto pouco foi respeitado pelas equipes. Porém, isso não quer dizer que esteja tudo liberado. O artigo 151c, sobre ações que prejudiquem o esporte, será usado para punir excessos.

Mais segurança no pitlane
O pitlane agora pode ser fechado por questões de segurança. A “fila dupla”, a qual às vezes assistíamos na saída do pit, estão proibidas.

Limitações nos pneus
Cada piloto terá à disposição 11 jogos de pneus de seco, sendo seis prime (duros) e cinco option (macios), além de quatro jogos de intermediários e três de chuva. Cinco dos jogos de seco são devolvidos antes do treino de classificação. Para o qualifying e a corrida, sobram três jogos de prime e três de option. Em eventos selecionados, as equipes testarão compostos experimentais da Pirelli ou receberão um jogo extra de pneus prime (os mais duros disponíveis), somente na sexta-feira.

Duração dos câmbios
O câmbio tem que durar por 5 provas consecutivas, em vez de 4, como ocorria até o ano passado. Trocas antes disso só serão permitidas se o piloto não completou a corrida anterior. Isso faz com que a vida útil de uma caixa de câmbio tenha que aumentar de 2100 para 2625 km. Apenas em 2011, os pilotos não receberão a punição prevista (perda de 5 posições no grid) na primeira troca.

Limite mínimo e distribuição de peso
Como dito anteriormente, o limite mínimo de peso subiu para 640 kg, para que a adoção do Kers fosse vantajosa. Outra alteração é na distribuição de peso, fixada em 53.5% a 54.5% na traseira e 45.5% a 46.5% na dianteira. Como os pneus Pirelli são novidade para todos, a decisão de engessar esses números, apenas neste ano, veio para prevenir mudanças na distância entre eixos durante a temporada, o que traria um gasto a mais.

Banimento dos dutos aerodinâmicos e difusores duplos
Dois diferenciais de performance que causaram polêmica nos últimos anos estão banidos. O difusor duplo, que Brawn, Williams e Toyota interpretaram como legal no início de 2009 e o duto trazido pela McLaren no início de 2010, não são mais permitidos.

Rodas mais presas
Depois de vermos várias rodas saírem voando em acidentes em 2010, as equipes terão que instalar uma segunda barra que resista aos impactos.

Toque de recolher dos mecânicos
Todos os profissionais cujo trabalho esteja ligado à operação dos carros não pode entrar no circuito na madrugada. Normalmente, isso quer dizer que ninguém trabalha da meia-noite às 6h na sexta e da 1h às 7h no sábado, pelo horário local.

Fonte: Total Race

NB: com referência a asa móvel só poder ser usada na tal zona de ultrapassagem e regra do 1 segundo, na minha humilde e singela opinião, é uma das coisas mais estúpidas já inventadas na F-1.
Mas as equipes e pilotos aceitam essa baderna toda....

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