À chegada ao Brasil, o pelotão da Formula 1 tinha um novo inquilino: a Arrows, ausente na Argentina, apresentava o seu carro, o FA1, desenhado por Tony Southgate, para ser dirigido unicamente por Riccardo Patrese. O carro tinha sido desenhado num tempo recorde. Tão pouco tempo para desenhar um carro novo, começou a levantar suspeitas na antiga equipa deles, a Shadow. Era o começo de uma longa batalha…
Já agora, o carro só tinha um patrocínio, o da companhia Varig. Reza a história que foi assim que a equipa conseguiu transporte de graça para o seu carro para a Africa do Sul…
Entretanto, o restante pelotão tentava mostrar as suas forças em mais uma corrida disputada debaixo de calor. Uma delas tinha uma responsabilidade dupla: a Copersucar-Fittipaldi. O F5A era um carro de efeito-solo, e não tinha tido uma estreia fácil na Argentina, com Fittipaldi a chegar na nona posição. No Brasil, as coisas tinham que ser diferentes, pois estavam a jogar em casa. Nos treinos, o carro portou-se bem e levou ao sétimo lugar da grelha, um bom resultado.
Quanto ao resto, os Lotus continuavam a mostrar a sua forma, mesmo com outro piloto: Ronnie Peterson alcançava aqui a sua 12ª pole-position da sua carreira, enquanto iria ter a seu lado o McLaren de James Hunt. Na segunda fila da grelha, o americano Mário Andretti tinha a seu lado o argentino Carlos Reutmann. A terceira fila era ocupada por dois amigos: a McLaren do francês Patrick Tambay tinha a seu lado o Ferrari do canadiano Gilles Villeneuve. Só depois vinha Fittipaldi e o piloto que estava a seu lado: o australiano Alan Jones, no seu Williams. Riccardo Patrese punha o seu carro na 18ª posição da grelha, enquanto que Arturo Merzário, Eddie Cheever, Vittorio Brambilla e Divina Gálica (sim, uma mulher!) não conseguiam o bilhete para correr no Domingo…
A corrida não teve grande história. Reutmann teve uma “partida-canhão”, ultrapassando Ronnie Peterson para a liderança e não mais a largou. Fittipaldi aproveita e também salta algumas posições, lutando com os Lotus de Andretti e Peterson. Quando ele chega à segunda posição, os fãs brasileiros começaram a gritar para o Ferrari, sempre que passava pela meta: “Quebra, quebra!”. Como vêm, as relações entre “brazucas” e “porteños” são tudo menos chatas… Mais atrás, depois de Reutmann e Fittipaldi, Villeneuve e Peterson tiveram um “contacto imediato”, pondo o sueco fora da pista. O canadiano abandona mais tarde, vitima de despiste, a mesma coisa sofreu James Hunt. Enquanto isso, Niki Lauda instalava-se na terceira posição, deixando Mário Andretti num distante quarto posto. Fechando os pontos, aproveitando os despistes e as desistências na frente, acabaram por ficar Clay Regazzoni e Didier Pironi, que conseguia com o sexto lugar final, o seu primeiro ponto da sua carreira. Quanto ao Arrows de Riccardo Patrese, ficava na décima posição.
No final da corrida, Reutmann comemorava a sua primeira vitória desde 1975, e a primeira vitória de sempre da Michelin e dos pneus radiais na Formula 1. Mas a alegria maior vinha a seguir: Emerson Fittipaldi, no seu F5A, cortava a meta em segundo lugar, batendo o Brabham Niki Lauda. Nas boxes, após a corrida, a alegria que Wilson Fittipaldi transpirava dizia tudo: era o melhor resultado até então a equipa tinha conseguido. Isso parecia mostrar que o F5A era um carro potencialmente competitivo, e que as vitórias poderiam estar à esquina. Infelizmente, o tempo diria que nada disso iria acontecer…
Resultado final
1 - Carlos Reutemann - Ferrari
2 - Emerson Fittipaldi - Copersucar-Cosworth
3 - Niki Lauda - Brabhan- Alfa Romeo
4 - Mario Andretti - Lotus-Cosworth
5 - Clay Regazzoni - Shadow-Cosworth
6 - Didier Pironi - Tyrrell-Cosworth
Pole-position - Ronnie Peterson - Lotus-Cosworth
Fonte: Blog Speedcal, 4 Rodas, Dr. Roque
"o ministério da saúde adverte, fumar blá-blá-blá...
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