* Por Luiz Fernando Ramos
Minha coluna de hoje no Lance! trata do preocupante fato que o Brasil parou de preparar pilotos para a Fórmula 1. Em cima disso, Bruno Senna e Lucas di Grassi falaram coisas interessantes aos jornalistas presentes em Cingapura sobre as dificuldades de conseguir patrocínio no país. Vale muito a pena ler, ouvir e refletir sobre possíveis soluções:
COLUNA
Acostumados a um grande número de vitórias e títulos em um curto período de tempo na época de Nelson Piquet e Ayrton Senna, o torcedor brasileiro teve de engolir uma seca de seis temporadas sem ver um piloto do país no alto do pódio. E, desde então, mostrou dificuldades em aceitar que o sucesso de Rubens Barrichello e Felipe Massa em um ambiente extremamente competitivo não tenha se traduzido em um título. Pior, se sentiu traído em ver os dois tendo de se dobrar à mentalidade corporativa da Ferrari.
Mas se olhássemos para o futuro, talvez fosse o caso de saborear mais estes triunfos pontuais. Porque há muitos indícios de que não teremos mais nenhum piloto em condições de lutar por vitórias quando o contrato de Felipe Massa com a Ferrari terminar. E as perspectivas atuais de surgir um outro nome para tomar a F-1 de assalto não são nada boas. Não vai tardar o dia em que contaremos para nossos netos que brasileiros eram campeões na categoria. E eles acharão tão exótico quanto imaginarmos uma seleção nacional ganhando o mundial de Curling.
A melhor tradução destes dias difíceis está nas categorias de base. Bruno Junqueira, que hoje corre na F-Truck, foi o último piloto do país a ser campeão no último degrau antes da Fórmula 1. Isso foi em 1999 e, sabemos todos, o mineiro jamais conseguiu dar o passo final e ascender para a categoria. Nelsinho Piquet, Lucas di Grassi e Bruno Senna até conseguiram boas campanhas na GP2, mas não o suficiente para lhes garantir uma condição ideal para estrear na categoria.
É claro que não é o caso de culpar os pilotos. O problema está na absoluta falta de um sistema que dê suporte a novos talentos. A base do monopostos no Brasil praticamente desapareceu, embora a criação da Fórmula Future, uma categoria pós-kart apoiada por Felipe Massa, seja um passo positivo para mudar isso. E a Stock Car, principal foco de atividade profissional de automobilismo no país, virou uma lamentável bagunça na qual os resultados, na maioria das vezes, são definidos no tapetão horas depois da bandeira quadriculada.
Já estamos no limite da hora dos dirigentes acordarem para a realidade que Piquet e Senna foram duas exceções à regra.
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O problema no Brasil se agrava porque o esporte entrou num círculo vicioso: os patrocinadores somem porque não há uma administração consistente e os dirigentes ficam de mãos atadas porque os recursos são raros e/ou mal empregados. É por isso que precisa haver um projeto bem pensado para mudar isso, feito por gente séria (fora com os oportunistas) e mesmo com um dos pilotos da F-1 atual como embaixador.
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Se a Alemanha terá seis pilotos disputando o GP de Cingapura com seis pilotos, isso não se deve a nenhum “efeito Schumacher”, mas ao trabalho sério que é feito em todas as esferas no automobilismo por lá. Alô CBA, tem vôos diários ligando São Paulo a Frankfurt para ir aprender como se faz. Se precisar de um intérprete, é só me chamar que eu trabalho de graça. Também quero ajudar.
essa tragédia tá anunciada faz tempo... tá chegando o dia em que apenas ter um brasileiro na F1 já será motivo de comemoração!!!
ResponderExcluirE faz teeeeeempo que a gente comenta isso...
ResponderExcluirNão desmerecendo o autor da coluna, mas essa situação é uma coisa clara como o dia, só cego não vê.
Ou se fazem de cegos né...pra que ter trabalho, o bolso tá cheio mesmo.