segunda-feira, 1 de março de 2010

PILOTOS: ROBERTO PUPO MORENO

Começou no kart em 1974, com 15 anos de idade, e já participou de diversas categorias, incluindo a Fórmula 1, quando tentou fazer a sua estréia com a Lotus em 1982 substituindo Nigel Mansell, que estava com problemas de saúde, mas o piloto brasileiro * não conseguiu vaga para o grid de largada do GP da Holanda, em Zandvoort. A sua estreia pra valer aconteceu na penúltima etapa, o GP do Japão, em Suzuka, no ano de 1987 substituindo o francês Pascal Fabre na nanica equipe AGS. Na etapa seguinte, no GP da Austrália, em Adelaide, Moreno terminou em 6º lugar - marcou o seu primeiro ponto e também o primeiro da equipe francesa na categoria. Naquele ano, foi o 3º colocado na Fórmula 3000.


Em 1988, o piloto brasileiro cedeu a vaga da AGS para o francês Philippe Streiff, demitido da Tyrrell. Naquele ano, disputou novamente a F-3000 Internacional, sendo o campeão na categoria e o primeiro piloto brasileiro a conquistá-la. Retornaria á F-1 em 1989 para disputar o Mundial pela equipe Coloni. Como a equipe italiana não marcou nenhum ponto no ano anterior, teria que participar da famigerada pré-classificação. Das 16 etapas, 7 ficava ainda na pré, 5 conseguiu passá-la e em 4 conseguiu se alinhar; ele não conquistou nenhum ponto na ocasião. Em 1990,Moreno assinou contrato pela EuroBrun - das 14 provas, 9 ficava na pré, 3 conseguiu passá-la e apenas 2 conseguiu se alinhar, e nenhum ponto marcado. Porém, ainda naquele ano, substituiu Alessandro Nannini na equipe Benetton, pois o italiano sofrera um acidente de helicóptero que encerrou sua carreira. Na estréia pela sua nova equipe, conquistou seu melhor resultado na carreira, um segundo lugar no polêmico GP do Japão, em Suzuka, etapa vencida pelo seu companheiro de equipe, o tri-campeão Nelson Piquet, amigo de Moreno. Foi a primeira dobradinha de pilotos brasileiros da mesma equipe.

Em 1991, na semana do GP da Itália, em Monza, o piloto recebeu um comunicado de demissão da Benetton, e teve que ceder o lugar para o jovem alemão Michael Schumacher, vindo da Jordan, em virtude dos milhões de dólares da Mercedes. Como Eddie Jordan perdeu a sua grande promessa, a solução encontrada foi colocar Moreno na vaga deixada pelo futuro heptacampeão. A previsão era para essa corrida, e o GP de Portugal, em Estoril. Depois, na última corrida, o chuvoso GP da Austrália, em Adelaide, pilotaria para a Minardi no lugar do italiano Gianni Morbidelli, que foi como titular para a Ferrari no lugar do demitido Alain Prost. Em 1992, tentou a sorte pela Andrea Moda, que surgira da compra da Coloni. Com o péssimo carro que possuía em mãos, conseguiu se classificar para o GP de Mônaco. Retornaria em 1995 para fazer dupla com o compatriota Pedro Paulo Diniz na equipe Forti Corse.

Após deixar a F-1, Moreno voltou (e para ficar) para o automobilismo dos EUA. Em 1996, ele, com o patrocínio da Data Control, assinou um contrato com a Payton Coyne, apelidada de "Minardi norte-americana", por largar constantemente no fundo do grid. Entretanto, Moreno se sobressaiu, fazendo 25 pontos e conseguindo a 21ª posição no campeonato. Sua grande corrida foi a U.S. 500. Aproveitando-se dos abandonos e fazendo uma corrida perfeita, Moreno subiu ao pódio com a 3ª posição, a melhor posição de chegada de um carro da Payton-Coyne.

Para 1997, Moreno continuaria no calvário da Payton-Coyne. O conjunto Lola-Ford estava ainda pior e o brasileiro não esperava nada. Correu apenas em Homestead, segundo ele, "morrendo de medo de não bater" e terminando fisica e mentalmente esgotado, pois seu carro era indirigível. Diante disso, Moreno decidiu sair da equipe. Aí, aconteceu o acidente de Christian Fittipaldi em Surfers Paradise e Moreno conseguiu sua vaga na Newman-Haas. Infelizmente, sua passagem pela equipe não foi muito boa. Moreno ainda fez duas corridas discretas na Bettenhausen.

Em 1998, Moreno correria na Project Indy, pior equipe da categoria naquele ano. Ficou por lá por duas corridas. Disputou o GP de Milwaukee pela Newman-Haas, novamente no lugar do contundido Christian Fittipaldi. Fechou o ano zerado. A temporada de 1999 foi bem melhor. Substituindo o inglês Mark Blundell (ex-piloto de F-1, assim como Moreno), o brasileiro marcou pontos em 6 corridas, com destaque para dois 4ºs, em Gateway e em Toronto. Mais um acidente com Christian Fittipaldi (pra variar) e Moreno assumiu o lugar na Newman-Haas, conseguindo um excelente 2º lugar em Laguna Seca.
Mais uma prova do esforço de Moreno: no início do ano, com contrato para disputar duas corridas na IRL pela Truscelli, chegou a disputar as 500 Milhas de Indianápolis e a corrida de Gateway no mesmo dia. Já estava na hora de ele ter um lugar definitivo na CART. E essa chance veio.

A Patrick, que estava muito interessada em dispensar o dinamarquês Jan Magnussen por conta dos seus fracos resultados, chamou Moreno para correr já em 1999, o que não ocorreu, porque ele tinha contrato com a Newman-Haas. Em 2000, aos 41 anos, Moreno integrou a Patrick e fez um campeonato espetacular, vencendo a corrida de Cleveland e brigando pelo título até o final. No final do ano, ficou em 3º, com 147 pontos, atrás de Gil de Ferran e Adrián Fernández.



Moreno seguiu na equipe em 2001. Só que o Reynard-Toyota não se mostrou tão eficiente, e ele fez uma temporada que não lembrava a de 2000. Ainda assim, conseguiu vencer em Vancouver e fazer a pole em Surfers Paradise. No final, um discreto 13º lugar.

Como a Patrick não estava bem das finanças e correria apenas com um carro em 2002, Moreno acabou demitido e ficou sem lugar. Com 44 anos de idade, voltou em 2003, para correr na Herdez, ao lado de Mario Domínguez. O carro era ruim, mas Moreno conseguiu ótimas performances, como o 5º lugar em St. Petersburg e o excelente 2º lugar em Miami, na chuva. Moreno marcou pontos em mais 7 corridas e terminou o ano em 13º, com 67 pontos. Nada espetacular, mas as corridas foram melhores que o resultado em si.

Moreno, desde então, pula de galho em galho no automobilismo. Já correu na ALMS e até na Stock Car Brasil. Ainda teve mais duas oportunidades no automobilismo dos EUA. Em 2006, substituiu Ed Carpenter na Vision Racing na corrida de St. Petesburg. Depois disso, foi o test-driver oficial do novo Panoz da Champ Car, andando cerca de 4.000 km com este carro. Ainda por cima, Moreno, aos 48 anos, voltou à Champ Car para correr o GP de Houston no lugar de Alex Figge na Pacific Coast Motorsports.

Moreno, em sua passagem no automobilismo norte-americano, tinha fama de "super-substituto" (SuperSub, como os norte-americanos apelidaram o brasileiro), correndo no lugar de pilotos lesionados. O piloto que mais cedeu sua vaga por acidentes foi Christian Fittipaldi, que se acidentou gravemente por três temporadas seguidas (1997, 1998 e 1999), seguido por Mark Blundell, Patrick Carpentier, Ed Carpenter, Stéphan Grégoire e Alex Figge. Em 1999, a última corrida do ano foi disputada no Superspeedway de Fontana. Antes dos treinos, o canadense Greg Moore, da Forsythe sofreu um acidente quando caiu de sua scooter, e machucando sua mão esquerda. Moreno foi chamado às pressas. O brasileiro já estava com o macacão, pronto para entrar na pista, mas Moore disse que iria correr, mesmo saindo em último. O canadense morreu, mas o incansável Roberto Moreno estava lá para correr por sua quarta equipe naquela temporada na CART, sem contar as corridas na IRL.

4 comentários:

  1. moreno foi um guerreiro, nômade das pistas... nunca teve medo de encarar nenhuma das (muitas) "cadeiras elétricas" que apareceram para guiar durante sua carreira!!!

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  2. É, com ele não tinha tempo ruim não, era pra correr, ele ia.
    Pela sua dedicação, merecia ter mais bons resultados e conquistas na carreira.

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  3. If you want to take one of my photographs, you might have the courtesy to ask my permission.
    Secondly, you might choose a photograph which shows Roberto's eyes.

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  4. O Moreno nasceu só para sofrer ele foi humilhado pelo Flávio na Benetton, quando criticou a sua pilotagem

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