*Por Evelyn Guimarães
Quando a Honda de Jenson Button pegou fogo no pit-lane de Interlagos ao final da corrida de 2008, Jenson Button sequer imaginava que aquilo também significava o fim da equipe japonesa na F1 e o surgimento, poucos meses depois, de um novo e renovado time a partir do que restou da estrutura da montadora nipônica. Poucos, na verdade, acreditavam que o espólio da Honda, logo após o surpreendente anúncio da saída da equipe da F1, daria em alguma coisa útil. Nem mesmo Button.
Porém, 2009 se desenhou de maneira bastante surpreendente para os ex-integrantes da Honda. E o ano foi de reconhecimento para o britânico. O piloto, que quase ficou fora do Mundial um ano antes, se viu celebrando o primeiro título na F1 na mesma pista paulistana, depois de uma atuação arrojada e agressiva (por que não?) em busca da taça.
Mas antes de lembrarmos os caminhos que levaram o britânico à conquista máxima da F1, é importante ressaltar que tudo começou no dia 6 de março deste ano, quando Ross Brawn assumiu o comando da equipe japonesa. E já nos primeiros testes em Barcelona ficou claro que o time capitaneado pelo ex-diretor-técnico da Ferrari daria trabalho à concorrência.
Durante a pré-temporada, Ferrari e McLaren monopolizaram as conversas sobre o favoritismo para a temporada que estava prestes a começar, muito em função do ano anterior, claro. Algumas corridas mais tarde, entretanto, ficaríamos sabendo que ambas estavam muito aquém do esperado.
Apesar do assombro causado nos treinos coletivos, a Brawn ainda convivia com a dúvida. Era de conhecimento público que tanto Button quanto Barrichello apostaram quase que às cegas no projeto liderado por Ross Brawn, inclusive, aceitando um corte significativo nos salários. Por outro lado, o time ainda procurava parceiros. E a salvação veio da inglesa Virgin, que apresentou uma nova face na F1. Ainda assim, o primeiro e único carro da equipe inglesa correu com a pintura branca, com detalhes em amarelo e pouquíssimos anunciantes.
Em meio a tudo isso a pole e a vitória de Button e a dobradinha na abertura do campeonato, na Austrália, apenas serviram para provar que o desempenho apresentado durante os testes era mesmo real. O fato é que Button foi soberbo na primeira metade da temporada. Como se diz: não teve para ninguém. Jenson faturou seis das sete primeiras etapas do ano, mostrando uma performance perto da perfeição.
A exceção foi o GP da China, o terceiro do calendário, vencido por Sebastian Vettel e sua Red Bull, que viraria a grande pedra no sapato de Jenson na segunda parte do campeonato, além do próprio companheiro de equipe.
Voltando ao começo do Mundial, duas provas necessitam de destaque. A primeira foi a da Espanha. A mudança na estratégia de pit-stop causou certo constrangimento, especialmente por conta de Barrichello, que chegou a falar em favorecimento da equipe a Button.
Mesmo assim, o britânico se mostrou rápido no momento certo e soube lidar com ira do parceiro de equipe, que não gostou nada da alteração de última hora do companheiro inglês. Uma coisa importante a ser dita sobre Button neste ano é que o piloto soube como ninguém ficar longe das confusões e das polêmicas. Ao que pareceu, o campeão criou uma bolha de proteção e viveu nela por grande parte do ano.
O outro destaque vai para a etapa de Mônaco, a mais charmosa do calendário. Jenson aportou em Monte Carlo com uma vantagem considerável para Barrichello, Vettel e Mark Webber. E foi aí que a pressão começou a se fazer presente. Afinal, o piloto surgia como franco favorito ao título. Mas a pole e a vitória aliviaram a cobrança e as especulações da imprensa. Button ainda ganharia na Turquia, antes de assumir de vez uma postura cautelosa rumo ao título.
A segunda metade do campeonato, que começou com o GP da Inglaterra, já viu um Jenson completamente diferente. Além disso, a Brawn não apresentava o mesmo domínio das primeiras etapas, enquanto a rival Red Bull passava a ditar o ritmo.
É bem verdade que Button não cometeu erros durante a temporada, mas também é certo dizer que o inglês teve atuações que sequer lembraram o piloto seguro, constante e rápido do início do ano. Ainda assim, Jenson conseguiu, com maestria, controlar o campeonato até final, mesmo diante das atuações impecáveis dos principais rivais, como Barrichello, em Valência e em Monza, e Vettel. Mas contou com erros e incidentes dos adversários para chegar a Interlagos com chance de fechar de vez o campeonato. E foi o que aconteceu.
A prova paulistana mostrou um terceiro Button, na verdade. Não foi aquele dominante do início da temporada e nem tão pouco o cara cauteloso que surgiu na garagem da Brawn a partir da prova de Silverstone. O Jenson que apareceu no autódromo José Carlos Pace no dia da corrida estava mesmo a fim de sair do Brasil campeão. Mas não foi uma decisão de tirar o fôlego, como a luta entre Felipe Massa e Lewis Hamilton um ano antes.
Na verdade, a definção do título foi um reflexo de como Button conduziu o campeonato inteiro, em uma mistura de arrojo, cautela e perfeição. Mas o que vimos em São Paulo teve a mais a ver com arrojo. O britânico brigou por posições, fez boas ultrapassagens e cruzou a linha de chegada em quinto, o que foi o suficiente para garantir a taça com uma prova de antecedência. Depois, desabafou: "Foi um alívio."
Finalmente, a corrida de Abu Dhabi foi apenas um bônus. E Button, ainda sob o efeito de Interlagos, ensaiou uma bela briga com Mark Webber nas últimas voltas da prova árabe, vencida de forma categórica por Vettel, para fechar 2009 em grande estilo. Literalmente.
Quando a Honda de Jenson Button pegou fogo no pit-lane de Interlagos ao final da corrida de 2008, Jenson Button sequer imaginava que aquilo também significava o fim da equipe japonesa na F1 e o surgimento, poucos meses depois, de um novo e renovado time a partir do que restou da estrutura da montadora nipônica. Poucos, na verdade, acreditavam que o espólio da Honda, logo após o surpreendente anúncio da saída da equipe da F1, daria em alguma coisa útil. Nem mesmo Button.
Porém, 2009 se desenhou de maneira bastante surpreendente para os ex-integrantes da Honda. E o ano foi de reconhecimento para o britânico. O piloto, que quase ficou fora do Mundial um ano antes, se viu celebrando o primeiro título na F1 na mesma pista paulistana, depois de uma atuação arrojada e agressiva (por que não?) em busca da taça.
Mas antes de lembrarmos os caminhos que levaram o britânico à conquista máxima da F1, é importante ressaltar que tudo começou no dia 6 de março deste ano, quando Ross Brawn assumiu o comando da equipe japonesa. E já nos primeiros testes em Barcelona ficou claro que o time capitaneado pelo ex-diretor-técnico da Ferrari daria trabalho à concorrência.
Durante a pré-temporada, Ferrari e McLaren monopolizaram as conversas sobre o favoritismo para a temporada que estava prestes a começar, muito em função do ano anterior, claro. Algumas corridas mais tarde, entretanto, ficaríamos sabendo que ambas estavam muito aquém do esperado.
Apesar do assombro causado nos treinos coletivos, a Brawn ainda convivia com a dúvida. Era de conhecimento público que tanto Button quanto Barrichello apostaram quase que às cegas no projeto liderado por Ross Brawn, inclusive, aceitando um corte significativo nos salários. Por outro lado, o time ainda procurava parceiros. E a salvação veio da inglesa Virgin, que apresentou uma nova face na F1. Ainda assim, o primeiro e único carro da equipe inglesa correu com a pintura branca, com detalhes em amarelo e pouquíssimos anunciantes.
Em meio a tudo isso a pole e a vitória de Button e a dobradinha na abertura do campeonato, na Austrália, apenas serviram para provar que o desempenho apresentado durante os testes era mesmo real. O fato é que Button foi soberbo na primeira metade da temporada. Como se diz: não teve para ninguém. Jenson faturou seis das sete primeiras etapas do ano, mostrando uma performance perto da perfeição.
A exceção foi o GP da China, o terceiro do calendário, vencido por Sebastian Vettel e sua Red Bull, que viraria a grande pedra no sapato de Jenson na segunda parte do campeonato, além do próprio companheiro de equipe.
Voltando ao começo do Mundial, duas provas necessitam de destaque. A primeira foi a da Espanha. A mudança na estratégia de pit-stop causou certo constrangimento, especialmente por conta de Barrichello, que chegou a falar em favorecimento da equipe a Button.
Mesmo assim, o britânico se mostrou rápido no momento certo e soube lidar com ira do parceiro de equipe, que não gostou nada da alteração de última hora do companheiro inglês. Uma coisa importante a ser dita sobre Button neste ano é que o piloto soube como ninguém ficar longe das confusões e das polêmicas. Ao que pareceu, o campeão criou uma bolha de proteção e viveu nela por grande parte do ano.
O outro destaque vai para a etapa de Mônaco, a mais charmosa do calendário. Jenson aportou em Monte Carlo com uma vantagem considerável para Barrichello, Vettel e Mark Webber. E foi aí que a pressão começou a se fazer presente. Afinal, o piloto surgia como franco favorito ao título. Mas a pole e a vitória aliviaram a cobrança e as especulações da imprensa. Button ainda ganharia na Turquia, antes de assumir de vez uma postura cautelosa rumo ao título.
A segunda metade do campeonato, que começou com o GP da Inglaterra, já viu um Jenson completamente diferente. Além disso, a Brawn não apresentava o mesmo domínio das primeiras etapas, enquanto a rival Red Bull passava a ditar o ritmo.
É bem verdade que Button não cometeu erros durante a temporada, mas também é certo dizer que o inglês teve atuações que sequer lembraram o piloto seguro, constante e rápido do início do ano. Ainda assim, Jenson conseguiu, com maestria, controlar o campeonato até final, mesmo diante das atuações impecáveis dos principais rivais, como Barrichello, em Valência e em Monza, e Vettel. Mas contou com erros e incidentes dos adversários para chegar a Interlagos com chance de fechar de vez o campeonato. E foi o que aconteceu.
A prova paulistana mostrou um terceiro Button, na verdade. Não foi aquele dominante do início da temporada e nem tão pouco o cara cauteloso que surgiu na garagem da Brawn a partir da prova de Silverstone. O Jenson que apareceu no autódromo José Carlos Pace no dia da corrida estava mesmo a fim de sair do Brasil campeão. Mas não foi uma decisão de tirar o fôlego, como a luta entre Felipe Massa e Lewis Hamilton um ano antes.
Na verdade, a definção do título foi um reflexo de como Button conduziu o campeonato inteiro, em uma mistura de arrojo, cautela e perfeição. Mas o que vimos em São Paulo teve a mais a ver com arrojo. O britânico brigou por posições, fez boas ultrapassagens e cruzou a linha de chegada em quinto, o que foi o suficiente para garantir a taça com uma prova de antecedência. Depois, desabafou: "Foi um alívio."
Finalmente, a corrida de Abu Dhabi foi apenas um bônus. E Button, ainda sob o efeito de Interlagos, ensaiou uma bela briga com Mark Webber nas últimas voltas da prova árabe, vencida de forma categórica por Vettel, para fechar 2009 em grande estilo. Literalmente.
Tá, levou o caneco, mas patriotismo à parte, não me convenceu!!
ResponderExcluirNão gosto de pilotos estilo "Prost", sem agressividade, não arriscam, e muita coisa cai no colo.
resumindo... button nunca foi ameaçado durante o ano... foi chato!!!
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