quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ESPECIAL GP BRASIL: 2001, A BATIDA E O SUFOCO...

Tudo pronto para o GP Brasil de 2001. Ingressos comprados e a esperança de ver Rubens Barrichello vencer pela primeira vez no seu país natal faz com que uma verdadeira multidão invadisse Interlagos vestida de vermelho.

Após a sua primeira vitória e da sequência de bons resultados no final da temporada de 2000, esperava-se que ele pudesse fazer uma grande corrida e, por fim, acabar com o jejum que tanto o incomodava.

Mas tudo conspirou contra Rubinho no sábado, em nenhuma das 12 voltas em que ele tinha direito ele conseguiu encaixar aquela perfeita, aquela que fizesse vibrar a galera, aquela que animasse todos e incentivasse a aquele verdadeiro fervor que foi em 1999, resultado 8º no grid e uma ponta de frustração.

Chegou domingo, e pra quem gosta de corrida é o dia em que tudo acontece. Cinco horas da manhã todos de pé, últimos lanches sendo preparados, a ansiedade vai tomando conta de todos. Seis e pouquinho, todos à postos hora de sair e pegar os ônibus especiais (ainda não eram oferecidas as vans) com destino a Interlagos.

As surpresas começaram ao entrar no ônibus e perceber que o motorista não sabia direito o caminho, para ajudar um argentino se prontificou...resultado, fomos parar na avenida errada. As risadas e as insatisfações e xingamentos tomavam conta enquanto uma outra pessoa resolveu assumir o controle da situação e tentar acertar os rumos com o auxilio dos demais passageiros. Mais insatisfação e a impaciência foi tomando conta de todos. Nunca se viu tantos especialistas que sabiam chegar ao autódromo se prontificarem e conseguirem errar o caminho, sobrou pros "macacos velhos" reorientarem o motorista...

Mas tudo dá certo, como sempre, e tempos depois estávamos lá desembarcando na porta do Setor G que, por algum motivo tinha uma fila monstruosa que dava 2 voltas entre o portão do Kartódromo e o Portão 7. Nunca havia visto fila de tal tamanho. Muitos furavam fila, os vendedores ambulantes aproveitavam para vender capas de chuvas e outras "pechinchas" para inglês ver.

Enquanto a fila andava, uma vontade incontrolável de ir ao banheiro se fez presente e com o afunilamento da fila o desespero foi tomando conta e, com isso, o suor foi aparecendo. Suando frio não havia outra alternativa a não ser torcer para que a fila andasse o mais rápido possível, tarefa difícil já que a PM fazia um verdadeiro pente fino nas revistas. Quanto mais nos aproximávamos da entrada, mais incontrolável ficava a situação. Enfim passamos pela revista da polícia o alívio foi a melhor sensação naquele momento.

Passado o susto, voltamos a nossa atenção para a corrida e novas emoções aconteceriam. Após um período de marasmo, a galera se agitou quando os boxes eram abertos para a F-1. Na volta de verificação, antes do alinhamento para o grid, o carro de Barrichello apresenta um sério problema. Nas arquibancas ninguém entende nada, Rubinho corre, a equipe corre, o narrador global reza, todos torcem. Agonia.

Faltando 15 segundos para os boxes fecharem, o ronco da Ferrari toma conta de Interlagos, a galera vibra...a chance de ver Barrichello vencer estava de volta na mesa.

Veio a largada e com ela o acidente. Decepção logo cedo. Muitos pegaram, já na segunda volta, suas coisas e foram embora, os fanáticos que lá permaneceram puderam admirar a ultrapassagem clássica de Montoya sobre Schumacher...e o resto é história.

2 comentários: