A partir de hoje está no ar uma nova coluna neste blog, a coluna RETROVISOR, que trará a vocês acontecimentos interessantes ocorridos em data similar a de cada dia da postagem desta coluna.
E começamos lembrando do falecimento do piloto Tazio Giorgio Nuvolari ocorrido em 11 de Agosto de 1953.
Mas a lembrança desta data tem uma justificativa, pois não poderia eu vos falar da morte deste piloto sem antes contar um pouquinho de sua brilhante e marcante trajetória no automobilismo.
Tazio Giorgio Nuvolari (Castel d'Ario, 16 de Novembro de 1892 — Mantua, 11 de Agosto de 1953) foi um piloto italiano de motos e automóveis.
Aos 13 anos, em Castel d'Ario, estava a olhar para a moto do seu tio e este disse-lhe: "Se quiseres, empresto-a". Era uma brincadeira, mas não para o pequeno Tazio! Andou horas à volta da máquina, e numa manhã, não resistiu e montou nela. Contato, partida, mudanças... e a máquina arrancou aos trancos. Mas Nuvolari endireitou-se, acelerou... e aprendeu sozinho a pilotar.
Em 1915, com 23 anos, obteve a lincença de piloto de moto, mas é chamado ao Exército. Em 1917 casou-se numa cerimónia civil com Carolina Perina.
Finalmente, correu oficialmente pela primeira vez em 20 de Julho de 1920, em Cremona e a primeira vitória surgiu em 20 de Março de 1921, em Verona. Nessa altura conhece o ainda piloto Enzo Ferrari.
Sempre em motos Bianchi 350cc, nome da equipe a qual o contratou rapidamente após descobrir seu talento, ganha o GP da Europa em 1925, o GP das Nações por 4 vezes, entre 1925 e 1928, e o Circuito de Lario por 5 vezes, entre 1925 e 1929.
Seria campeão italiano, mas nos treinos do GP de Monza sofreu um acidente que resultou em duas pernas quebradas. Após terem engessado suas pernas os médicos lhe aconselharam a deixar as corridas. No dia seguinte entrou na corrida amarrado a sua moto, pediu aos mecânicos que o segurassem na largada e o agarrassem na chegada.
A lenda de Tazio Nuvolari teve início nesse dia, quando ele ganhou a corrida.
Começou a correr em automóveis em 1924 aos 32 anos de idade.
Em 1927 formou sua própria equipe comprando dois automóveis Bugatti 35BS junto a seu amigo e sócio Achille Varzi, mais tarde seu grande rival. Conhecido também por "il mantovano volante"(o mantuano voador).
Correu por varias equipes, entre elas aAlfa Romeo, Ferrari e Maserati.
Em 1932 Gabriele D'Annunzio presenteou Nuvolari com um emblema, uma tartaruga de ouro contendo a seguinte dedicatória: "Para o homem mais rápido do mundo, o animal mais lento". Tazio considerou essa peça como um amuleto de boa sorte e passou a usá-lo em seu macacão. E também como seu símbolo.
Ao longo dos anos de competição, desenvolvera problemas respiratórios crônicos que então se manifestavam. Os médicos proibiram-no de correr novamente.
Mas, nada o segurava.
Algumas semanas depois estava em Genebra para o GP das Nações, onde usava uma máscara sobre o nariz e a boca, e assim se passaram outras competições em que o piloto aparecia pilotando com uma só mão para que pudesse segurar um lenço, que ao final das corridas estaria sujo de sangue. Em outra ocasião terminou a corrida sentado em cima de um saco de laranjas, solução improvisada para amortecer os impactos dentro do carro devido a quebra da suspensão.
É improvável que aqueles que estiveram presentes no GP de Albi de 1946 soubessem ou suspeitassem que estavam assistindo à última vitória de Nuvolari, então já com 53 anos. Deve ter sido impactante, porém, vê-lo desmaiar logo após receber a bandeira quadriculada. Durante a prova, o piloto inalara mais fumaça do que podia suportar.
Em 15 de abril de 1950 disputou sua última prova e infelizmente em 1952 teve um derrame que paralisou seu lado esquerdo, privando-o de uma morte mais nobre.
Morreu em 11 de agosto de 1953, em Mântua, e foi enterrado com seu capacete de corridas e seu volante preferido. O cortejo foi visto por toda a cidade.
A Itália enterrava um de seus maiores ídolos da época.
Estima-se que entre 25000 a 55000 pessoas tenham assistido ao seu funeral, cujo cortejo se prolongava por 1 milha (1,6 km). O caixão foi colocado em cima de um chassis, acompanhado por Alberto Ascari, Luigi Villoresi e Juan Manuel Fangio.
Nesse dia, Enzo Ferrari disse: "Como ele, não nascerá mais nenhum."
o seu túmulo está escrito: "Camminerai più veloce per le vie del Cielo".
Espero que tenham gostado.
Até a próxima.
Carolina Loli
uma nova coluna...
ResponderExcluiruma nova colaboradora..
uma bela história...
começou bem, adorei!!!
Caraca véio, que história!!
ResponderExcluirNão tinha lido ainda sobre ele.
O cara era louco de pedra mesmo.
Belíssimo começo da nova colunista.
Te cuida hein, Roque!!
Coluna SENSACIONAL!!! Parabéns Carolina!!!
ResponderExcluiro Cara era louco mesmo... teria dado um belo integrante da GGOO!!!
Parabéns Carol, seja bem vinda.
ResponderExcluirO texto fantástico e a vida deste cara, maluca.
Mas os apaixonados pela velocidade, são sempre loucos.
Parabéns mais uma vez!