Estávamos eu e um grupo de amigos, loucos por Fórmula 1 querendo novas emoções após o GP Brasil e a primeira dobradinha brasileira da história em Interlagos.
Devido ao milagre econômico vigente na época, após uma breve discussão entre possíveis destinos, chegamos a um consenso de onde iríamos gastar nosso rico dinheirinho: Mônaco.
Um mês antes, Marcos, Igor, Carolina e eu já preparávamos ansiosamente a viagem dos nossos sonhos, comprando passagens e reservando o hotel perto da curva Lewis.
Chegada a hora do embarque, camisas amarelas à postos, calças boca de sino vestidas rumo à Mônaco, onde nos encontraríamos com alguns pilotos brasileiros que estavam por lá para assistir a corrida.
Mal chegamos e o clima era totalmente diferente das demais corridas, faltava a festa de Interlagos, mas tinha um charme inconfundível. O glamour estava presente nos iates, nas lanças, no porto e a cada esquina.
Logo após encontramos Alex Dias Ribeiro que foi nos apresentar a pista, já fechada para o transito comum, mas aberta para um passeio de bicicleta. E de bicicleta lá fomos nós, percorrendo todos os pontos do circuito.
Na quinta feira os carros finalmente foram para a pista, pudemos assitir todas as emoções do restaurante que fica em frente a curva Lewis, feita em baixíssima velocidade, parecia que eles passariam reto, a cada nova freada.
O ronco dos motores, as freadas, as batidas, nada mais aguçava a vontade de estar um pouco mais além dos guardrails, de tocar nos carros, de fazer parte do circo todo, a alegria se misturava com a ansiedade.
Na sexta feira, o dia é monotonia para a F-1 e então, decidimos dar umas voltas, andando pelo túnel em direção aos S das Piscinas, ao chegarmos na rascasse, entramos nos boxes, lá longe José Carlos Pace conversava com Ingo Hoffman e Wilsinho Fittipaldi. Não perdemos tempo, fomos lá cumprimentá-los e, receptivos que são, nos mostraram alguns detalhes da pista e tudo mais.
Minutos depois, Emerson Fittipaldi se junta à turma e, com seu jeito característico de falar com as mãos, começa a explicar como é controlar um carro tão veloz nas estreitas ruas de Montecarlo.
Mas uma surpresa ainda nos restava, Emerson nos contou com exclusividade que correria de Coopersucar a partir do ano seguinte, para alegria de Wilsinho, cria e criador estaríam juntos.
Já era tarde, hora de ir embora, quando pudemos entrar nos boxes da equipe brasileira e ver como funcionava o FD-01, um dos carros mais lindos da história, Wilisinho fez questão de ligar os motores para ouvirmos o ronco do motor, só não pudemos entrar no carro.
A viagem dos sonhos estava perfeita, para ficar ainda melhor, só se um brasileiro ganhasse a corrida. Na sexta a noite, os festejos reais foram sem graças apesar dos bons champanhes servidos e de todos os pilotos participarem.
No sábado, os treinos começaram e a pole ficou com Niki Lauda e sua Ferrari relusente. Para a nossa alegria, Pace estava no pelotão da frente, seguido por Emerson, entre os 10 primeiros. Mas a tristeza ficou por conta da despedida de Graham Hill das pistas, ao não se classificar para o GP que o coroá-lo.
No domingo, chuva e a certeza de uma corrida emocionante, cheia de alternativas e alegrias. No final um resultado surpreendente. Lauda ganha, Emerson chega em segundo e Pace em terceiro.
Festa da torcida brasileira, festa com os brasileiros.
Horas depois era hora de voltar e relembrar, para sempre, essa aventura feita por quatro amigos...
Nossa, nunca vou me esquecer daquilo, foi emocionante, só quem esteve lá pra saber.
ResponderExcluirE na corrida, o bicho pegou mesmo, tá aqui uma amostra:
http://www.youtube.com/watch?v=2t2Ui0oK0n8
putz, me lembro como se fosse hj desse fds mágico (apesar de ainda nem ter nascido)
ResponderExcluire essas colunas "viagem" do roque ainda vão acabar em livro (ou em internação)
Prefiro que acabe em livro.
ResponderExcluirMÔNACO..será que foi o pedido de alguém..ahah
Mas eu queria estar tbm :(
Vlw Roque