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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
S.O.S automobilismo brasileiro
A situação do automobilismo brasileiro requer um pedido de S.O.S., ao estilo Titanic. Há tempos, desde que Cleyton Pinteiro foi eleito presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, este blog e o ex-blog vêm cobrando atitudes benéficas para o esporte neste país.
Infelizmente, não é o que temos visto. Desnecessário dizer que esta administração é a mais inapetente da história – uma das que mais deixou perecer categorias. aliás e a propósito. Basta dizer que, num curto espaço de tempo, chegaram ao fim a Copa Fiat (antigo Trofeo Linea), a Fórmula Futuro, a Copa Peugeot de Rali, o Brasileiro de Spyder Race, o Mini Challenge, a Top Series, o Audi DTCC e a Copa Montana. Esta última foi a única substituída pelo chamado Campeonato Brasileiro de Turismo.
Apesar desse rol assustador, as federações referendaram a permanência do mandatário em seu cargo e ele foi reeleito para permanecer como presidente da entidade por mais quatro anos. Aliás, é um critério bastante discutível esse que permeia a eleição da CBA.
Tão discutível quanto a atuação da Federação de Automobilismo do Distrito Federal na sua esfera administrativa, com o chamado “autoduto” e uma roubalheira de fazer inveja aos anões do orçamento e ao pessoal do mensalão, na mesma Brasília que hoje é palco de alguns dos maiores escândalos do automobilismo nacional.
Não bastasse as denúncias apuradas pelo site Grande Prêmio, a situação do autódromo de Brasília, inaugurado em 1974, beira a tragédia. Sem receber grandes reformas de estrutura e melhorias desde que foi erguida, a pista vai de mal a pior e mais uma vez assistimos um show de horror durante o fim de semana da 5ª rodada dupla do Brasileiro de Marcas e 6ª da Fórmula 3 Sul-Americana.
Aliás, o certame tido como continental beira o fundo do poço com uma quantidade pífia de carros na pista. Foram apenas seis carros no circuito externo planaltino – quatro da classe principal e dois da Light. Pelo visto não adiantaram os esforços em reduzir os custos da categoria. Não é todo mundo que dispõe de orçamento à altura para manter equipamentos importados (chassis Dallara italiano e motor Berta argentino) e muito menos existe incentivo da CBA e da Codasur para a permanência da F-3 como esteio de jovens valores para o tão combalido automobilismo brasileiro.
A CBA provou sua inépcia ao tentar organizar a chamada Fórmula Júnior por mais de uma vez e hoje os gaúchos dão um show de competência ao manter a competição viva. Esse certame e a Fórmula 1.6 são – além da Fórmula Vee de São Paulo – os únicos que trabalham a transição do piloto jovem do kart para o monoposto no país. São alternativas boas e baratas. Só não vê quem não quer. E há quem infelizmente não queira ver.
Não deixa de ser risível quando o presidente da CBA sorri daquele jeito característico e afirma, com todas as letras, que a base rende frutos. Se rendesse, não estaríamos nessa entressafra que caminha a passos largos no automobilismo internacional e uma das fases do Campeonato Brasileiro de Kart, no Eusébio (CE), não teria sido marcada pelo absoluto desastre que foi o asfalto se desprendendo em pedaços.
E aí, diante de tudo isso, pergunto: quantos pilotos, de fato, nós podemos contar para o futuro? Quem realmente tem potencial para fazer uma boa campanha lá fora?
Ok… hoje temos Augusto Farfus muito bem no DTM, João Paulo de Oliveira com o nome feito no automobilismo japonês, Lucas di Grassi a caminho de se tornar piloto fixo da Audi no WEC e Bruno Senna provando, como todos os outros que citei, que existe vida além da Fórmula 1. Sem contar Nelsinho Piquet e Miguel Paludo na Nascar e os já estabelecidos Tony Kanaan e Hélio Castroneves na Fórmula Indy.
Já na chamada categoria máxima, a situação é preocupante. No caminho da Fórmula 1, só Felipe Nasr, que em dois anos de GP2 jamais venceu uma corrida na categoria de acesso. O xará Massa ainda não está garantido para 2014 e, contrariando as expectativas, poderá ter que lançar mão do expediente de pagar por sua vaga e se tornar, ora vejam, um pay driver. A que ponto chegamos…
Voltando ao que aconteceu em Brasília: os pilotos se submeteram ao vexame de correr, neste fim de semana, numa pista onde foram construídas à guisa de gambiarra, logicamente, três lombadas na saída de algumas curvas do traçado, para que os pilotos não tirassem benefício do acostamento.
Muito bem: lombada é um negócio que eu não gosto no trânsito – que dirá num autódromo. Lombada é excelente para Rali e Motocross. Para circuito fechado, é uma brincadeira de mau gosto, um acinte. E essa brincadeira quase saiu muito caro.
Na corrida de ontem da F-3 em Brasília, o piloto Raphael Raucci foi vítima de uma destas lombadas: o piloto decolou ao passar por cima de um desses indesejáveis obstáculos, dando um impressionante voo de 25 metros com seu Dallara F308. Evidente que o carro teve danos, Raucci abandonou a corrida e o prejuízo foi material, financeiro e esportivo, pois o piloto perdeu a liderança do campeonato para Felipe Guimarães.
Rogério Raucci, o pai do piloto, que investe na carreira de Raphael e de seus outros filhos, no automobilismo, fez um desabafo com grande propriedade no facebook, que reproduzirei ipsis litteris aqui embaixo.
“Hoje foi um daqueles dias em que a vida passa na nossa cabeça como um raio!
Quem me conhece sabe que sou um cara super dedicado à minha família e às coisas em que acredito.
Quem me conhece sabe que sou amante do automobilismo e apoiador do esporte!
Quem me conhece sabe que eu sempre lutei para que os regulamentos e as normas sejam respeitadas.
Hoje estou chocado!
Meu Deus, estou colocando as pessoas mais importantes da minha vida em um esporte de risco, cujo risco é estupidamente aumentado pela incompetência, arrogância, ignorância e descaso de alguns assessores e colaboradores da CBA!
Como alguém em sã consciência pode colocar aquelas lombadas nas saídas de curva do Autódromo de Brasília?
Sabem qual foi a explicação? “Essas lombadas estão aí para evitar que o piloto use a área de escape além da zebra.”
Então as lombadas foram colocadas propositalmente e com o objetivo real de penalizar o piloto caso ele desse uma de espertinho e usasse mais pista do que o permitido.
Ótimo, caso ele não consiga evitar a área de escape ele morre?
Foi isso que poderia ter acontecido hoje! Um do seus tesouros poderia ter se machucado.
A organização está tirando as lombadas agora, estive na pista e filmei tudo. Pasmem, teve gente que não gostou da minha filmagem. Talvez eu devesse perguntar a ele se fosse o filho dele que estivesse exposto ao risco o que ele faria.
Vamos tratar desse assunto com a serenidade que o assunto merece e vamos nos unir à CBA para evitar que esses péssimos assessores e responsáveis pelas vistorias de pista continuem a cometer esses desmandos e sejam responsabilizados e afastados.”
Some-se a esse completo desastre o fato de que a sinalização aos pilotos do Marcas e da Fórmula 3 foi improvisada, totalmente “nas coxas”, graças à iniciativa do Guará Motor Clube, comandado pelo mentor do “autoduto” de Brasília.
Vai mal, muito mal, o automobilismo brasileiro.
Categorias morrem, circuitos são extintos, kartódromos destruídos, as montadoras preferem patrocinar Copa do Mundo e Olimpíadas (e quem investiria num automobilismo tão mal gerido?) e o presidente da CBA continua achando tudo lindo e rindo, como se nada acontecesse.
Sim, está acontecendo o desastre diante dos nossos olhos. Se não houver união em torno de um nome de consenso capaz de reerguer o esporte desse momento terrível que ele vive, a morte do esporte no país será infelizmente decretada de fato – porque na visão de muitos, o automobilismo aqui já morreu faz algum tempo.
Infelizmente, não é o que temos visto. Desnecessário dizer que esta administração é a mais inapetente da história – uma das que mais deixou perecer categorias. aliás e a propósito. Basta dizer que, num curto espaço de tempo, chegaram ao fim a Copa Fiat (antigo Trofeo Linea), a Fórmula Futuro, a Copa Peugeot de Rali, o Brasileiro de Spyder Race, o Mini Challenge, a Top Series, o Audi DTCC e a Copa Montana. Esta última foi a única substituída pelo chamado Campeonato Brasileiro de Turismo.
Apesar desse rol assustador, as federações referendaram a permanência do mandatário em seu cargo e ele foi reeleito para permanecer como presidente da entidade por mais quatro anos. Aliás, é um critério bastante discutível esse que permeia a eleição da CBA.
Tão discutível quanto a atuação da Federação de Automobilismo do Distrito Federal na sua esfera administrativa, com o chamado “autoduto” e uma roubalheira de fazer inveja aos anões do orçamento e ao pessoal do mensalão, na mesma Brasília que hoje é palco de alguns dos maiores escândalos do automobilismo nacional.
Não bastasse as denúncias apuradas pelo site Grande Prêmio, a situação do autódromo de Brasília, inaugurado em 1974, beira a tragédia. Sem receber grandes reformas de estrutura e melhorias desde que foi erguida, a pista vai de mal a pior e mais uma vez assistimos um show de horror durante o fim de semana da 5ª rodada dupla do Brasileiro de Marcas e 6ª da Fórmula 3 Sul-Americana.
Aliás, o certame tido como continental beira o fundo do poço com uma quantidade pífia de carros na pista. Foram apenas seis carros no circuito externo planaltino – quatro da classe principal e dois da Light. Pelo visto não adiantaram os esforços em reduzir os custos da categoria. Não é todo mundo que dispõe de orçamento à altura para manter equipamentos importados (chassis Dallara italiano e motor Berta argentino) e muito menos existe incentivo da CBA e da Codasur para a permanência da F-3 como esteio de jovens valores para o tão combalido automobilismo brasileiro.
A CBA provou sua inépcia ao tentar organizar a chamada Fórmula Júnior por mais de uma vez e hoje os gaúchos dão um show de competência ao manter a competição viva. Esse certame e a Fórmula 1.6 são – além da Fórmula Vee de São Paulo – os únicos que trabalham a transição do piloto jovem do kart para o monoposto no país. São alternativas boas e baratas. Só não vê quem não quer. E há quem infelizmente não queira ver.
Não deixa de ser risível quando o presidente da CBA sorri daquele jeito característico e afirma, com todas as letras, que a base rende frutos. Se rendesse, não estaríamos nessa entressafra que caminha a passos largos no automobilismo internacional e uma das fases do Campeonato Brasileiro de Kart, no Eusébio (CE), não teria sido marcada pelo absoluto desastre que foi o asfalto se desprendendo em pedaços.
E aí, diante de tudo isso, pergunto: quantos pilotos, de fato, nós podemos contar para o futuro? Quem realmente tem potencial para fazer uma boa campanha lá fora?
Ok… hoje temos Augusto Farfus muito bem no DTM, João Paulo de Oliveira com o nome feito no automobilismo japonês, Lucas di Grassi a caminho de se tornar piloto fixo da Audi no WEC e Bruno Senna provando, como todos os outros que citei, que existe vida além da Fórmula 1. Sem contar Nelsinho Piquet e Miguel Paludo na Nascar e os já estabelecidos Tony Kanaan e Hélio Castroneves na Fórmula Indy.
Já na chamada categoria máxima, a situação é preocupante. No caminho da Fórmula 1, só Felipe Nasr, que em dois anos de GP2 jamais venceu uma corrida na categoria de acesso. O xará Massa ainda não está garantido para 2014 e, contrariando as expectativas, poderá ter que lançar mão do expediente de pagar por sua vaga e se tornar, ora vejam, um pay driver. A que ponto chegamos…
Voltando ao que aconteceu em Brasília: os pilotos se submeteram ao vexame de correr, neste fim de semana, numa pista onde foram construídas à guisa de gambiarra, logicamente, três lombadas na saída de algumas curvas do traçado, para que os pilotos não tirassem benefício do acostamento.
Muito bem: lombada é um negócio que eu não gosto no trânsito – que dirá num autódromo. Lombada é excelente para Rali e Motocross. Para circuito fechado, é uma brincadeira de mau gosto, um acinte. E essa brincadeira quase saiu muito caro.
Na corrida de ontem da F-3 em Brasília, o piloto Raphael Raucci foi vítima de uma destas lombadas: o piloto decolou ao passar por cima de um desses indesejáveis obstáculos, dando um impressionante voo de 25 metros com seu Dallara F308. Evidente que o carro teve danos, Raucci abandonou a corrida e o prejuízo foi material, financeiro e esportivo, pois o piloto perdeu a liderança do campeonato para Felipe Guimarães.
Rogério Raucci, o pai do piloto, que investe na carreira de Raphael e de seus outros filhos, no automobilismo, fez um desabafo com grande propriedade no facebook, que reproduzirei ipsis litteris aqui embaixo.
“Hoje foi um daqueles dias em que a vida passa na nossa cabeça como um raio!
Quem me conhece sabe que sou um cara super dedicado à minha família e às coisas em que acredito.
Quem me conhece sabe que sou amante do automobilismo e apoiador do esporte!
Quem me conhece sabe que eu sempre lutei para que os regulamentos e as normas sejam respeitadas.
Hoje estou chocado!
Meu Deus, estou colocando as pessoas mais importantes da minha vida em um esporte de risco, cujo risco é estupidamente aumentado pela incompetência, arrogância, ignorância e descaso de alguns assessores e colaboradores da CBA!
Como alguém em sã consciência pode colocar aquelas lombadas nas saídas de curva do Autódromo de Brasília?
Sabem qual foi a explicação? “Essas lombadas estão aí para evitar que o piloto use a área de escape além da zebra.”
Então as lombadas foram colocadas propositalmente e com o objetivo real de penalizar o piloto caso ele desse uma de espertinho e usasse mais pista do que o permitido.
Ótimo, caso ele não consiga evitar a área de escape ele morre?
Foi isso que poderia ter acontecido hoje! Um do seus tesouros poderia ter se machucado.
A organização está tirando as lombadas agora, estive na pista e filmei tudo. Pasmem, teve gente que não gostou da minha filmagem. Talvez eu devesse perguntar a ele se fosse o filho dele que estivesse exposto ao risco o que ele faria.
Vamos tratar desse assunto com a serenidade que o assunto merece e vamos nos unir à CBA para evitar que esses péssimos assessores e responsáveis pelas vistorias de pista continuem a cometer esses desmandos e sejam responsabilizados e afastados.”
Some-se a esse completo desastre o fato de que a sinalização aos pilotos do Marcas e da Fórmula 3 foi improvisada, totalmente “nas coxas”, graças à iniciativa do Guará Motor Clube, comandado pelo mentor do “autoduto” de Brasília.
Vai mal, muito mal, o automobilismo brasileiro.
Categorias morrem, circuitos são extintos, kartódromos destruídos, as montadoras preferem patrocinar Copa do Mundo e Olimpíadas (e quem investiria num automobilismo tão mal gerido?) e o presidente da CBA continua achando tudo lindo e rindo, como se nada acontecesse.
Sim, está acontecendo o desastre diante dos nossos olhos. Se não houver união em torno de um nome de consenso capaz de reerguer o esporte desse momento terrível que ele vive, a morte do esporte no país será infelizmente decretada de fato – porque na visão de muitos, o automobilismo aqui já morreu faz algum tempo.
Rubinho pode disputar o GP do Brasil*
* Por Lívio Oricchio
Quando Rubens Barrichello se apresentou para disputar o GP do Brasil de 2011, pela Williams, foi questionado se considerava aquela sua última corrida de Fórmula 1, afinal não tinha contrato para disputar a temporada seguinte. Rubinho respondeu “não” porque “trabalhava duro para se manter na Fórmula 1”. Não foi possível, a Williams optou por Bruno Senna, em 2012, e o piloto de maior longevidade na Fórmula 1, de 1993 a 2011, nada menos de 325 Gps de experiência, não teve sua despedida da Fórmula 1.
Pois sua história na competição pode não ter acabado: aos 41 anos, Rubinho tem chance de disputar o GP do Brasil, última etapa do calendário, dia 24 de novembro, possivelmente pela equipe Sauber. E aí, sim, teria a merecida despedida da Fórmula 1. É o que ele está tentando realizar.
Nos dias do GP de Cingapura, Rubinho conversou com o Estado. Ele é comentarista nas transmissões da Fórmula 1 na TV Globo. Ao saber que o repórter do Estado tinha uma entrevista agendada com Bernie Ecclestone, pediu que perguntasse ao promotor do campeonato o que achava de ele disputar o GP do Brasil.
Ontem o piloto não atendeu o celular, para falar do assunto. Apenas enviou uma mensagem ao repórter do Estado dizendo “quem sabe”. Há bons indícios de que Rubinho está preparando uma surpresa. E pode até ser que Ecclestone já saiba da história. Ao Estado, em Cingapura, quando questionado, conforme solicitação de Rubinho, o homem-forte da Fórmula 1 respondeu: “Good” ou “Bom”. Sem a definição do título, que possívelmente acontecerá antes, com Sebastian Vettel, da Red Bull, campeão, a presença de Barrichello no evento o ajudaria a promover bastante.
Não se sabe se tudo está acertado e até se a equipe é mesmo a Sauber. O que é certo é que Rubinho pode mesmo alinhar um carro no grid, em Interlagos, no encerramento da temporada. Seria o fim de uma carreira que começou no dia 14 de março de 1993, em Kyalami, na África do Sul, e se estendeu até o dia 27 de novembro de 2011, em Interlagos, para o que pode ter sido apenas o seu penúltimo GP e não o último.
Nos próximos dias ficará mais claro se o seu projeto vai dar certo. Ele parece dispor de patrocinadores, do apoio de Ecclestone e, principalmente, da TV Globo.
Nesse espaço de 19 anos na Fórmula 1 Rubinho foi duas vezes vice-campeão do mundo, em 2002 e 2004, pela Ferrari, venceu 11 corridas e largou 14 vezes na pole position.Mais: transformou-se no piloto brasileiro mais controverso que o Brasil já produziu. Amado por muitos, motivo de gozação para outros.
Quando Rubens Barrichello se apresentou para disputar o GP do Brasil de 2011, pela Williams, foi questionado se considerava aquela sua última corrida de Fórmula 1, afinal não tinha contrato para disputar a temporada seguinte. Rubinho respondeu “não” porque “trabalhava duro para se manter na Fórmula 1”. Não foi possível, a Williams optou por Bruno Senna, em 2012, e o piloto de maior longevidade na Fórmula 1, de 1993 a 2011, nada menos de 325 Gps de experiência, não teve sua despedida da Fórmula 1.
Pois sua história na competição pode não ter acabado: aos 41 anos, Rubinho tem chance de disputar o GP do Brasil, última etapa do calendário, dia 24 de novembro, possivelmente pela equipe Sauber. E aí, sim, teria a merecida despedida da Fórmula 1. É o que ele está tentando realizar.
Nos dias do GP de Cingapura, Rubinho conversou com o Estado. Ele é comentarista nas transmissões da Fórmula 1 na TV Globo. Ao saber que o repórter do Estado tinha uma entrevista agendada com Bernie Ecclestone, pediu que perguntasse ao promotor do campeonato o que achava de ele disputar o GP do Brasil.
Ontem o piloto não atendeu o celular, para falar do assunto. Apenas enviou uma mensagem ao repórter do Estado dizendo “quem sabe”. Há bons indícios de que Rubinho está preparando uma surpresa. E pode até ser que Ecclestone já saiba da história. Ao Estado, em Cingapura, quando questionado, conforme solicitação de Rubinho, o homem-forte da Fórmula 1 respondeu: “Good” ou “Bom”. Sem a definição do título, que possívelmente acontecerá antes, com Sebastian Vettel, da Red Bull, campeão, a presença de Barrichello no evento o ajudaria a promover bastante.
Não se sabe se tudo está acertado e até se a equipe é mesmo a Sauber. O que é certo é que Rubinho pode mesmo alinhar um carro no grid, em Interlagos, no encerramento da temporada. Seria o fim de uma carreira que começou no dia 14 de março de 1993, em Kyalami, na África do Sul, e se estendeu até o dia 27 de novembro de 2011, em Interlagos, para o que pode ter sido apenas o seu penúltimo GP e não o último.
Nos próximos dias ficará mais claro se o seu projeto vai dar certo. Ele parece dispor de patrocinadores, do apoio de Ecclestone e, principalmente, da TV Globo.
Nesse espaço de 19 anos na Fórmula 1 Rubinho foi duas vezes vice-campeão do mundo, em 2002 e 2004, pela Ferrari, venceu 11 corridas e largou 14 vezes na pole position.Mais: transformou-se no piloto brasileiro mais controverso que o Brasil já produziu. Amado por muitos, motivo de gozação para outros.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Sobre as polêmicas de Cingapura*
* Por Luis Fernando Ramos
Para uma corrida pouco animada, aconteceu de tudo depois da bandeirada em Cingapura. Dois momentos que merecem reflexão, mas que geraram mais polêmica do que deveria no meio da Fórmula 1. Aliás, este é o mal do mundo atual: antes de falar bem ou mal disso ou daquilo, as pessoas deveriam sentar com calma e pensar, para opinar só depois.
Vamos começar sobre a polêmica carona que Fernando Alonso deu a Mark Webber na volta de desaceleração. Na transmissão da prova pelo Grupo Band de Rádio, fui perguntado pelo Odinei Edson se isto não daria punição. Fiz uma defesa apaixonada das caronas, um momento legal para o público ver na pista e pela televisão, e que os pilotos jamais se exporiam a um risco desnecessário. Emendei: seria muito “coxinha” se punissem os dois pilotos.
Já se passavam algumas horas depois da bandeirada e, como de costume, os monitores da sala de imprensa exibiam os highlights da prova. De repente aparece uma vinheta chamando para as imagens do “Webber-Alonso inccident”. Foi de prender a respiração.
Hoje, os dois pilotos se divertiram pelo twitter, condenando a punição pela carona. O australiano publicou uma colagem com várias caronas dadas na história da F-1, o espanhol uma montagem de um cartaz do filme “Táxi” com o rosto dos dois. De propósito ou não - apostaria na primeira opção - ambos ignoraram a verdadeira natureza da advertência que levaram: o risco a que expuseram os outros pilotos.
Parar na linha ideal na saída de uma curva não foi muito inteligente da parte de Alonso. E Webber teve de entrar no meio da pista para subir pelo lado esquerdo do carro, colocando assim o seu braço mais forte, o direito, na melhor posição para se agarrar na carenagem e fazer do transporte um evento seguro.
Fico imaginando se, ao invés da habilidosa dupla da Mercedes, quem viesse logo atrás seria um dos muitos inexperientes ou estabanados do grid. Estaria num ritmo menor, mas poderia estar distraído com aquelas tradicionais conversas engenheiro/piloto ao final da corrida. Aí faz a curva, tem um carro parado e um cara do lado. Podia ter terminado mal esta história.
O pior é que se Webber e Alonso tivessem feito o ponto de táxi no acostamento, como é comum nas vias públicas, o caso não daria muito o que falar. Alguns achariam ruim do mesmo jeito, mas a maioria acharia bacana, bonito, um exemplo de esportividade. Mas dê um episódio de imprudência na mão dos inconsistentes comissários da FIA para ver o samba do crioulo doido que criaram: deram uma advertência (o que foi pouco) e proibiram as caronas (o que foi muito). Seria melhor uma advertência e uma polpuda multa, mais uma conversa com os pilotos no próximo briefing para orientar como se comportar em casos assim (pare fora da pista, etc).
Sobre as vaias para Sebastian Vettel, penso que o texto do colega Felipe Motta resume muito do que eu penso. É uma babaquice vaiar um esportista depois de uma vitória que foi conquistada por méritos, esforço e, o mais importante, sem trapaça. Fico com a frase de Nelson Rodrigues: a vaia é o aplauso dos desanimados.
O mais interessante é que o alemão realmente não se importa com isso. Certamente acha chato, certamente gostaria que fosse diferente, afinal ele não passou anos ralando respirando todos os aspectos do automobilismo como um obstinado para ser desrespeitado. Mas no fundo ele está muito ocupado em fazer o que gosta e aprendeu a ler a reação de alguns torcedores como Nelson Rodrigues fazia: um tipo de aplauso que soa diferente, mas que reconhece a força do trabalho seu e da equipe Red Bull.
Vettel festejou sua primeira vitória na F-1 no pódio mais espetacular da temporada: o de Monza, sobre uma reta apinhada de torcedores festejando o triunfo de um piloto que corria com motores Ferrari e cuja sede era na Itália. Não sou o único a acreditar que um dia ele viverá o mesmo, mas com a intensidade amplificada por estar vestindo o macacão da Ferrari - o velho sonho do guri de Heppenheim que cresceu vendo o ídolo Michael Schumacher fazer isso.
Se isto acontecer, os mesmos que vaiam hoje estarão aplaudindo amanhã. Mais animados, sem dúvida nenhuma.
Para uma corrida pouco animada, aconteceu de tudo depois da bandeirada em Cingapura. Dois momentos que merecem reflexão, mas que geraram mais polêmica do que deveria no meio da Fórmula 1. Aliás, este é o mal do mundo atual: antes de falar bem ou mal disso ou daquilo, as pessoas deveriam sentar com calma e pensar, para opinar só depois.
Vamos começar sobre a polêmica carona que Fernando Alonso deu a Mark Webber na volta de desaceleração. Na transmissão da prova pelo Grupo Band de Rádio, fui perguntado pelo Odinei Edson se isto não daria punição. Fiz uma defesa apaixonada das caronas, um momento legal para o público ver na pista e pela televisão, e que os pilotos jamais se exporiam a um risco desnecessário. Emendei: seria muito “coxinha” se punissem os dois pilotos.
Já se passavam algumas horas depois da bandeirada e, como de costume, os monitores da sala de imprensa exibiam os highlights da prova. De repente aparece uma vinheta chamando para as imagens do “Webber-Alonso inccident”. Foi de prender a respiração.
Hoje, os dois pilotos se divertiram pelo twitter, condenando a punição pela carona. O australiano publicou uma colagem com várias caronas dadas na história da F-1, o espanhol uma montagem de um cartaz do filme “Táxi” com o rosto dos dois. De propósito ou não - apostaria na primeira opção - ambos ignoraram a verdadeira natureza da advertência que levaram: o risco a que expuseram os outros pilotos.
Parar na linha ideal na saída de uma curva não foi muito inteligente da parte de Alonso. E Webber teve de entrar no meio da pista para subir pelo lado esquerdo do carro, colocando assim o seu braço mais forte, o direito, na melhor posição para se agarrar na carenagem e fazer do transporte um evento seguro.
Fico imaginando se, ao invés da habilidosa dupla da Mercedes, quem viesse logo atrás seria um dos muitos inexperientes ou estabanados do grid. Estaria num ritmo menor, mas poderia estar distraído com aquelas tradicionais conversas engenheiro/piloto ao final da corrida. Aí faz a curva, tem um carro parado e um cara do lado. Podia ter terminado mal esta história.
O pior é que se Webber e Alonso tivessem feito o ponto de táxi no acostamento, como é comum nas vias públicas, o caso não daria muito o que falar. Alguns achariam ruim do mesmo jeito, mas a maioria acharia bacana, bonito, um exemplo de esportividade. Mas dê um episódio de imprudência na mão dos inconsistentes comissários da FIA para ver o samba do crioulo doido que criaram: deram uma advertência (o que foi pouco) e proibiram as caronas (o que foi muito). Seria melhor uma advertência e uma polpuda multa, mais uma conversa com os pilotos no próximo briefing para orientar como se comportar em casos assim (pare fora da pista, etc).
Sobre as vaias para Sebastian Vettel, penso que o texto do colega Felipe Motta resume muito do que eu penso. É uma babaquice vaiar um esportista depois de uma vitória que foi conquistada por méritos, esforço e, o mais importante, sem trapaça. Fico com a frase de Nelson Rodrigues: a vaia é o aplauso dos desanimados.
O mais interessante é que o alemão realmente não se importa com isso. Certamente acha chato, certamente gostaria que fosse diferente, afinal ele não passou anos ralando respirando todos os aspectos do automobilismo como um obstinado para ser desrespeitado. Mas no fundo ele está muito ocupado em fazer o que gosta e aprendeu a ler a reação de alguns torcedores como Nelson Rodrigues fazia: um tipo de aplauso que soa diferente, mas que reconhece a força do trabalho seu e da equipe Red Bull.
Vettel festejou sua primeira vitória na F-1 no pódio mais espetacular da temporada: o de Monza, sobre uma reta apinhada de torcedores festejando o triunfo de um piloto que corria com motores Ferrari e cuja sede era na Itália. Não sou o único a acreditar que um dia ele viverá o mesmo, mas com a intensidade amplificada por estar vestindo o macacão da Ferrari - o velho sonho do guri de Heppenheim que cresceu vendo o ídolo Michael Schumacher fazer isso.
Se isto acontecer, os mesmos que vaiam hoje estarão aplaudindo amanhã. Mais animados, sem dúvida nenhuma.
Vaias para Vettel no pódio são enorme babaquice*
* Por Felipe Motta
Sempre que a rotina de viagens e aeroportos me permite gosto de escrever sobre as corridas já na segunda-feira para que o assunto não morra.
E hoje começo com o final da prova de ontem. A cena do pódio em Cingapura foi vergonhosa. Sebastian Vettel, depois de dominar a corrida como poucas vezes vimos na F-1, foi vaiado no pódio. Vaiado por quê? Porque é safado, bandido, arrogante e otário? Ou por simplesmente estar, ao lado de sua equipe, escrevendo uma história bonita de dominação em um dos esportes mais competitivos do mundo?
Vocês gostam de equilíbrio? Ok, eu também gosto. Um domínio de um piloto assim (qualquer esportista em geral) não é bom para a F-1 ou qualquer esporte. Sim, cansa, irrita, afasta. Mas daí ir à beira do pódio para vaiar o moleque? Que babaquice!
O domínio no esporte é bonito, é poético, é mágico, ainda que nos canse. Quando vemos o Barcelona goleando rivais como se jogasse contra equipe do jardim de infância aplaudimos. Quando um lutador como Floyd Mayweather fica invicto por tantos anos, quando Usain Bolt destrói rivais, quando Michael Phelps faz história os saudamos. Agora Vettel será crucificado?
Vettel não mereceria ser vaiado nem mesmo se fosse um malaça. O cara, pelo contrário, é uma pessoa absolutamente simples, um dos poucos da equipe Red Bull que não empinou o nariz após tantas vitórias - sim, o time não adota mais a postura que sempre vendeu em seu marketing. Em Monza, mesmo sendo terreno da Ferrari já é ridículo. Quando o Corinthians empata com o Náutico em casa a torcida vaia seu time, e não o rival. Se o mesmo se repetir em outras pistas só aumentará ainda mais essa piada.
Repito, seria bem melhor para mim, que trabalho com esse esporte, ver 10 pilotos brigando por vitórias. Se me dissessem que Vettel perderia duas das três próximas corridas eu esboçaria um sorriso. Mas jamais eu pensaria mal dele após o que fez ontem. Muito pelo contrário, a performance de ontem exige mais que aplausos. É para se levantar, aplaudir, curvar-se.
Vocês podem dizer: "ganhar com um foguete assim é fácil". Lembremos que esse foguete não veio no saco do Papai Noel. Um time todo se matou para fazê-lo. E Vettel, mesmo apesar de tantas vitórias, não esboça puxar freio de mão. É incansável! Não se entrega aos prazeres da vida que um jovem de 26 anos poderia se deixar vencer.
Sinceramente, não entendo as vaias. Quando um pugilista ou lutador de MMA termina uma luta em 15 segundos ninguém lamenta o domínio. Vocês podem responder, ok, mas não somos obrigados a ver 4 rounds sabendo que um lutador já venceu. Sim, ontem tudo estava encaminhado para Vettel na volta 2, e fomos até a 61.
Ainda bem!
Por esse motivo, ficamos na expectativa se aconteceria algo com ele, como em 2012 quando Lewis Hamilton foi traído. Vimos uma largada magistral de Fernando Alonso, e uma grande arriscada do espanhol na estratégia. Testemunhamos uma corrida fantástica de Kimi Raikkonen, que com dores nas costas, deu show, além de uma ultrapassagem inesquecível em Jenson Button. E o que falar do pega do final da corrida, com McLarens, Mercedes, Sutil, Hulkenberg e Massa?
Não pensem que com isso digo que a corrida foi o máximo. Não, ela teve momentos arrastados, sem dúvida. Mas a vida é assim, cíclica! Ano passado a maioria dos campeonatos europeus, os maiores do mundo, conheceram seus campeões com muita antecedência. Jogos de futebol, muitas vezes têm um lance só. E aí? Simplesmente acontece!
Ontem, Seb deu uma declaração à TV alemã que ilustra um pouco sua tristeza, ainda que no geral ele minimize o que ocorreu: "A diferença mora nos detalhes e enquanto os outros estão enfiando o saco dentro de uma piscina continuamos fuçando no carro para extrair algo a mais e isto faz diferença num final de semana e também num campeonato inteiro."
Outro indignado foi Niki Lauda, tricampeão do mundo e Diretor da Mercedes. “Essas pessoas não entendem o que este cara está fazendo. Eu honestamente tiro o chapéu porque o cara liderou a corrida desde a primeira volta, foi muito melhor que todos, poderia ter dado uma volta em todo mundo. Se eu pudesse, daria o campeonato para ele agora porque foi uma performance fantástica.”
Vocês podem argumentar que esporte é isso, tem aplauso e vaia. Sim, claro! Mas na F-1, vaias no pódio não são comuns. Apenas em momentos, como Áustria 2002, quando o público se sentiu lesado, é que as vaias emergem.
Em 2010, após episódio de Hockenheim, Alonso foi hostilizado antes da corrida em Interlagos "Fernando, viado, Fernando, viado" e o famoso "hein, Fernando, vai tomar...". Bonito não foi, mas era compreensível. Ainda assim, quando terminou no pódio foi aplaudido. Antes do "jogo" ok, faça o que quiser. Mas reconheça o valor da vitória de alguém.
Vettel não teve um foguete desde o início do ano. Trabalhou muito, não errou e maximizou todos os pontos. Para mim, uma temporada impecável. Ano passado ele já tinha dado uma aula de pilotagem. Está na hora de acompanhar com admiração o que ele e seu time fazem, e torcer para que os outros sejam menos incompetentes e equilibrem a briga, além de um companheiro menos patético, que seja capaz de medir forças com ele. Porque torcer para Vettel bater no muro, quebrar a perna ou outra coisa, não adianta. Além de ridículo, é pequeno.
Sempre que a rotina de viagens e aeroportos me permite gosto de escrever sobre as corridas já na segunda-feira para que o assunto não morra.
E hoje começo com o final da prova de ontem. A cena do pódio em Cingapura foi vergonhosa. Sebastian Vettel, depois de dominar a corrida como poucas vezes vimos na F-1, foi vaiado no pódio. Vaiado por quê? Porque é safado, bandido, arrogante e otário? Ou por simplesmente estar, ao lado de sua equipe, escrevendo uma história bonita de dominação em um dos esportes mais competitivos do mundo?
Vocês gostam de equilíbrio? Ok, eu também gosto. Um domínio de um piloto assim (qualquer esportista em geral) não é bom para a F-1 ou qualquer esporte. Sim, cansa, irrita, afasta. Mas daí ir à beira do pódio para vaiar o moleque? Que babaquice!
O domínio no esporte é bonito, é poético, é mágico, ainda que nos canse. Quando vemos o Barcelona goleando rivais como se jogasse contra equipe do jardim de infância aplaudimos. Quando um lutador como Floyd Mayweather fica invicto por tantos anos, quando Usain Bolt destrói rivais, quando Michael Phelps faz história os saudamos. Agora Vettel será crucificado?
Vettel não mereceria ser vaiado nem mesmo se fosse um malaça. O cara, pelo contrário, é uma pessoa absolutamente simples, um dos poucos da equipe Red Bull que não empinou o nariz após tantas vitórias - sim, o time não adota mais a postura que sempre vendeu em seu marketing. Em Monza, mesmo sendo terreno da Ferrari já é ridículo. Quando o Corinthians empata com o Náutico em casa a torcida vaia seu time, e não o rival. Se o mesmo se repetir em outras pistas só aumentará ainda mais essa piada.
Repito, seria bem melhor para mim, que trabalho com esse esporte, ver 10 pilotos brigando por vitórias. Se me dissessem que Vettel perderia duas das três próximas corridas eu esboçaria um sorriso. Mas jamais eu pensaria mal dele após o que fez ontem. Muito pelo contrário, a performance de ontem exige mais que aplausos. É para se levantar, aplaudir, curvar-se.
Vocês podem dizer: "ganhar com um foguete assim é fácil". Lembremos que esse foguete não veio no saco do Papai Noel. Um time todo se matou para fazê-lo. E Vettel, mesmo apesar de tantas vitórias, não esboça puxar freio de mão. É incansável! Não se entrega aos prazeres da vida que um jovem de 26 anos poderia se deixar vencer.
Sinceramente, não entendo as vaias. Quando um pugilista ou lutador de MMA termina uma luta em 15 segundos ninguém lamenta o domínio. Vocês podem responder, ok, mas não somos obrigados a ver 4 rounds sabendo que um lutador já venceu. Sim, ontem tudo estava encaminhado para Vettel na volta 2, e fomos até a 61.
Ainda bem!
Por esse motivo, ficamos na expectativa se aconteceria algo com ele, como em 2012 quando Lewis Hamilton foi traído. Vimos uma largada magistral de Fernando Alonso, e uma grande arriscada do espanhol na estratégia. Testemunhamos uma corrida fantástica de Kimi Raikkonen, que com dores nas costas, deu show, além de uma ultrapassagem inesquecível em Jenson Button. E o que falar do pega do final da corrida, com McLarens, Mercedes, Sutil, Hulkenberg e Massa?
Não pensem que com isso digo que a corrida foi o máximo. Não, ela teve momentos arrastados, sem dúvida. Mas a vida é assim, cíclica! Ano passado a maioria dos campeonatos europeus, os maiores do mundo, conheceram seus campeões com muita antecedência. Jogos de futebol, muitas vezes têm um lance só. E aí? Simplesmente acontece!
Ontem, Seb deu uma declaração à TV alemã que ilustra um pouco sua tristeza, ainda que no geral ele minimize o que ocorreu: "A diferença mora nos detalhes e enquanto os outros estão enfiando o saco dentro de uma piscina continuamos fuçando no carro para extrair algo a mais e isto faz diferença num final de semana e também num campeonato inteiro."
Outro indignado foi Niki Lauda, tricampeão do mundo e Diretor da Mercedes. “Essas pessoas não entendem o que este cara está fazendo. Eu honestamente tiro o chapéu porque o cara liderou a corrida desde a primeira volta, foi muito melhor que todos, poderia ter dado uma volta em todo mundo. Se eu pudesse, daria o campeonato para ele agora porque foi uma performance fantástica.”
Vocês podem argumentar que esporte é isso, tem aplauso e vaia. Sim, claro! Mas na F-1, vaias no pódio não são comuns. Apenas em momentos, como Áustria 2002, quando o público se sentiu lesado, é que as vaias emergem.
Em 2010, após episódio de Hockenheim, Alonso foi hostilizado antes da corrida em Interlagos "Fernando, viado, Fernando, viado" e o famoso "hein, Fernando, vai tomar...". Bonito não foi, mas era compreensível. Ainda assim, quando terminou no pódio foi aplaudido. Antes do "jogo" ok, faça o que quiser. Mas reconheça o valor da vitória de alguém.
Vettel não teve um foguete desde o início do ano. Trabalhou muito, não errou e maximizou todos os pontos. Para mim, uma temporada impecável. Ano passado ele já tinha dado uma aula de pilotagem. Está na hora de acompanhar com admiração o que ele e seu time fazem, e torcer para que os outros sejam menos incompetentes e equilibrem a briga, além de um companheiro menos patético, que seja capaz de medir forças com ele. Porque torcer para Vettel bater no muro, quebrar a perna ou outra coisa, não adianta. Além de ridículo, é pequeno.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
GGOO BOLÃO F1 2013 - RESULTADOS DO GP CINGAPURA
RESULTADO OFICIAL DA CORRIDA:
Pole Position - VETTEL
Posição no Grid Aleatória (15º) - SUTIL
Volta mais rápida na corrida - VETTEL
01º colocado na corrida - VETTEL
02º colocado na corrida - ALONSO
03º colocado na corrida - RAIKKONEN
04º colocado na corrida - ROSBERG
05º colocado na corrida - HAMILTON
06º colocado na corrida - MASSA
07º colocado na corrida - BUTTON
08º colocado na corrida - PEREZ
09º colocado na corrida - HULKENBERG
10º colocado na corrida - SUTIL
PONTUAÇÃO NO BOLÃO:
+65 pontos - RICARDO
+62 pontos - SANDRA BARROS
+59 pontos - MILTON NEVES
+57 pontos - ANDREY NEPERIANO
+55 pontos - NETO ROX
+53 pontos - A. ROQUE
+51 pontos - DÉBORA LONGEN | RODRIGO PIOIO
+49 pontos - ANDRÉ PEREIRA | DR. ROQUE
+48 pontos - CÁSSIO EDUARDO
+47 pontos - FABRICIO
+46 pontos - S
+45 pontos - LUISFH | FABIO MAROTTI | JOÃO GUILHERME
+42 pontos - NICOLAS 007
+41 pontos - MARCELÃO | RUDSON | CARLOS MONTEIRO | JOÃO FELICIANO | LUIZ CARLOS ZUIM | IGOR DPN
+39 pontos - SANDRA TARALLO
+33 pontos - FABRICIO DUTRA
+16 pontos - GUSTAVO LUZÓRIO
+08 pontos - BUCÉFALO | SÂNDERSON VEIGA
+00 pontos - MURILO MOURA | ADEMIR
-10 pontos - SEVERIEN | ARTHUR A&B | RAFAEL FREITAS | ÍTALO SANTOS | NATÁLIA WENDY | DIMAS CARVALHO | MARCOS | OSORIO FEC | MARCUS LOPES | CRISTIANO FARIAS | ALVARO WANDERLEY | LUCAS NOGUEIRA | GILDO A. | ANDRÉ ROQUE | DUFF | ANDERSON RANGEL | RODRIGO CABRAL
Pole Position - VETTEL
Posição no Grid Aleatória (15º) - SUTIL
Volta mais rápida na corrida - VETTEL
01º colocado na corrida - VETTEL
02º colocado na corrida - ALONSO
03º colocado na corrida - RAIKKONEN
04º colocado na corrida - ROSBERG
05º colocado na corrida - HAMILTON
06º colocado na corrida - MASSA
07º colocado na corrida - BUTTON
08º colocado na corrida - PEREZ
09º colocado na corrida - HULKENBERG
10º colocado na corrida - SUTIL
PONTUAÇÃO NO BOLÃO:
+65 pontos - RICARDO
+62 pontos - SANDRA BARROS
+59 pontos - MILTON NEVES
+57 pontos - ANDREY NEPERIANO
+55 pontos - NETO ROX
+53 pontos - A. ROQUE
+51 pontos - DÉBORA LONGEN | RODRIGO PIOIO
+49 pontos - ANDRÉ PEREIRA | DR. ROQUE
+48 pontos - CÁSSIO EDUARDO
+47 pontos - FABRICIO
+46 pontos - S
+45 pontos - LUISFH | FABIO MAROTTI | JOÃO GUILHERME
+42 pontos - NICOLAS 007
+41 pontos - MARCELÃO | RUDSON | CARLOS MONTEIRO | JOÃO FELICIANO | LUIZ CARLOS ZUIM | IGOR DPN
+39 pontos - SANDRA TARALLO
+33 pontos - FABRICIO DUTRA
+16 pontos - GUSTAVO LUZÓRIO
+08 pontos - BUCÉFALO | SÂNDERSON VEIGA
+00 pontos - MURILO MOURA | ADEMIR
-10 pontos - SEVERIEN | ARTHUR A&B | RAFAEL FREITAS | ÍTALO SANTOS | NATÁLIA WENDY | DIMAS CARVALHO | MARCOS | OSORIO FEC | MARCUS LOPES | CRISTIANO FARIAS | ALVARO WANDERLEY | LUCAS NOGUEIRA | GILDO A. | ANDRÉ ROQUE | DUFF | ANDERSON RANGEL | RODRIGO CABRAL
CLASSIFICAÇÃO GERAL:
AS APOSTAS PARA O GP CORÉIA 2013 JÁ ESTÃO ABERTAS, CLIQUE AQUI E PARTICIPE!
Daqui para a frente deverá ser sempre assim*
* Por Lívio Oricchio
Vale a pena voltarmos um pouco no tempo, até a temporada de 2008. A equipe Red Bull competia com Mark Webber e David Coulthard. O diretor técnico, Adrian Newey, foi o responsável pelo modelo RB4 equipado como motor Renault, assim como já havia coordenado o carro anterior da escuderia, o RB3-Renault, de 2007.
Naquele ano, 2008, Lewis Hamilton, da McLaren, foi campeão, com 98 pontos, seguido por Felipe Massa, da Ferrari, com 97. O piloto da Red Bull mais bem colocado acabou sendo Mark Webber, 11.º, com 21 pontos. Entre os construtores, a Ferrari ficou com o título, com 172 pontos, e a McLaren, com o vice, 151. A Red Bull obteve o distante sétimo lugar, com 29 pontos.
Na temporada seguinte, 2009, tudo mudou. David Coulthard foi substituído por Sebastian Vettel. E o jovem alemão disputou o título até a última etapa, no GP do Brasil. Perdeu para Jenson Button, da McLaren, 95 a 84. E a Red Bull terminou na segunda colocação, com 153,5 pontos, ao passo que a campeã, Brawn GP, fez 172.
O que ocorreu para a Red Bull ser protagonista de um instante para o outro na Fórmula 1? E provavelmente não ter conquistado o campeonato porque a Brawn GP desfrutava de um recurso aerodinâmico ilegal, o duplo difusor, autorizado pelo presidente da FIA, Max Mosley, por interesses políticos. A Red Bull foi obrigado a adaptar o RB5-Renault de 2009 ao uso do duplo difusor enquanto a Brawn GP concebeu seu monoposto, BGP001-Mercedes, para explorar o conceito.
Resposta: a mudança importante do regulamento técnico em 2009. Essencialmente, visava fazer o carro reduzir em 40% sua capacidade de gerar pressão aerodinâmica. “Trabalhávamos já há cerca de dez anos nos estudos dos mesmos desafios técnicos”, disse Newey. “A partir de 2009 tivemos a oportunidade de repensar tudo o que fazíamos. É o tipo de desafio que mais aprecio.”
Cenário semelhante
E o que irá acontecer em 2014? Nova mudança drástica do regulamento técnico. É nessas horas que a critividade de Newey melhor se manifesta. E a maturidade atingida pelo engenheiro aeronáutico inglês reduziu bastante a possibilidade de um projeto equivocado, como o que fez para a McLaren, em 2003, o modelo MP4/18-Mercedes.
O carro nunca chegou a disputar um GP. A organização de Ron Dennis teve de rever o monoposto do ano anterior para seus pilotos, Kimi Raikkonen e David Coulthard, disputarem o campeonato.
Escrevo tudo isso para dizer que se a vitória de Sebastian Vettel, da Red Bull, neste domingo no GP de Cingapura, impressionou pela facilidade com que foi obtida, a histórico de Newey, quando as regras experimentam alterações importantes, pode fazer com que as corridas, em 2014, se assemelhem bastante à do circuito Marina Bay.
Na 31.ª volta, Vettel cruzou a linha de chegada com uma vantagem de 1 segundo e 16 milésimos para Nico Rosberg, da Mercedes, então o segundo colocado. O safety car acabara de deixar a pista.
Na 40.ª volta, ou seja, nove depois da relargada, uma antes de Rosberg fazer sua segunda parada, a vantagem de Vettel atingiu 22 segundos e 104 milésimos. Isso quer dizer que abriu, em nove voltas, 21 segundos e 88 milésimos (22 segundos e 104 milésimos menos 1 segundo e 16 milésimos). Nesse segmento da prova, portanto, Vettel obteve uma diferença média de 2,3 segundos por volta. É impensável na Fórmula 1!
E se havia alguma dúvida na cabeça de James Allisson, da Ferrari, Ross Brawn, Mercedes, e Nick Chester, substituto de Allison na Lotus, quanto ao que poderiam conquistar este ano, neste domingo foi dirimida por completo. Será preciso uma combinação de fatores bastante rara para Vettel e a Red Bull não serem campeões este ano.
Esquecer 2013
Em outras palavras, o melhor a fazer é gastar as 40 horas por semana permitidas de estudos no túnel de vento com o modelo de 2014. Esquecer o campeonato em curso. Manter o grupo trabalhando nos monopostos atuais muito provavelmente não levaria o time a nada.
Com o carro que tem, capaz de fazer Vettel manter-se invicto nas três últimas etapas, Bélgica, Itália e Cingapura, ou seja, estabeleceu as três pole positions e venceu as três corridas, e a desistência de os adversários melhorarem seus monopostos daqui para a frente, a tendência é no mínimo as coisas permanecerem como estão: a Red Bull muito à frente.
Hoje a diferença de Vettel para Alonso, segundo na classificação, é de 60 pontos (247 a 187). Restam seis etapas para o encerramento da temporada. Se, por exemplo, depois do GP da Índia, dia 27 de outubro, o 16.º do calendário, Vettel abrir uma diferença de 75 pontos para o segundo colocado irá celebrar o tetracampeonato. Sim, porque depois restarão somente as etapas de Abu Dabi, Austin e Interlagos.
Vettel pode ser campeão nas próximas duas corridas, Coreia, 14.ª do ano, daqui a duas semanas, ou Japão, dia 13 de outubro? Na Coreia matematicamente não é possível. Depois teremos, ainda, mais cinco provas ou 125 pontos (25 x 5) em jogo. Mesmo que Vettel vença e Alonso não faça pontos, chegaria no máximo a 85 (60 + 25).
Já no GP do Japão não é impossível, ainda que pouco provável. Como depois o campeonato teria mais quatro corridas, ou 100 pontos em jogo, Vettel teria de ampliar na Coreia e no Japão a atual diferença de 60 para 100 pontos. Necessitaria de uma vitória e uma terceira colocação (25 + 15), que lhe dariam os 40 pontos. E ainda torcer para Alonso, se ele for ainda o vice-líder, não somar ponto algum.
Índia, local provável do tetra
É por isso que faz mais sentido acreditarmos que Vettel possa comemorar o quarto título seguido no GP da Índia. O histórico de seu avanço depois das férias da Fórmula 1, em agosto, invicto, ganhou tudo, sugere ser bem possível aumentar a atual diferença de 60 para 75 pontos para o segundo colocado até lá, tendo ainda duas corridas no meio do caminho, Coreia e Japão, para ajudá-lo.
Quem gosta de assistir a belos pegas na Fórmula 1 deve torcer para que o modelo de 2014 que Newey está produzindo para a Red Bull não tenha a mesma maior eficiência que todos os seus carros desde 2010. Já são quatro anos que a impecável organização e o supertalentoso Vettel dominam a competição.
Mas antes de chegar em 2014, a hora que Vettel bater o martelo e definir, este ano, a conquista de mais um título deixará no ar também o delicioso sabor da justiça: os melhores de novo foram campeões. Nada é mesmo ao acaso na Fórmula 1. Mas, o resultado de planejamento, trabalho, investimento e, basicamente, muita competência. Ingredientes que sobram na Red Bull.
Vale a pena voltarmos um pouco no tempo, até a temporada de 2008. A equipe Red Bull competia com Mark Webber e David Coulthard. O diretor técnico, Adrian Newey, foi o responsável pelo modelo RB4 equipado como motor Renault, assim como já havia coordenado o carro anterior da escuderia, o RB3-Renault, de 2007.
Naquele ano, 2008, Lewis Hamilton, da McLaren, foi campeão, com 98 pontos, seguido por Felipe Massa, da Ferrari, com 97. O piloto da Red Bull mais bem colocado acabou sendo Mark Webber, 11.º, com 21 pontos. Entre os construtores, a Ferrari ficou com o título, com 172 pontos, e a McLaren, com o vice, 151. A Red Bull obteve o distante sétimo lugar, com 29 pontos.
Na temporada seguinte, 2009, tudo mudou. David Coulthard foi substituído por Sebastian Vettel. E o jovem alemão disputou o título até a última etapa, no GP do Brasil. Perdeu para Jenson Button, da McLaren, 95 a 84. E a Red Bull terminou na segunda colocação, com 153,5 pontos, ao passo que a campeã, Brawn GP, fez 172.
O que ocorreu para a Red Bull ser protagonista de um instante para o outro na Fórmula 1? E provavelmente não ter conquistado o campeonato porque a Brawn GP desfrutava de um recurso aerodinâmico ilegal, o duplo difusor, autorizado pelo presidente da FIA, Max Mosley, por interesses políticos. A Red Bull foi obrigado a adaptar o RB5-Renault de 2009 ao uso do duplo difusor enquanto a Brawn GP concebeu seu monoposto, BGP001-Mercedes, para explorar o conceito.
Resposta: a mudança importante do regulamento técnico em 2009. Essencialmente, visava fazer o carro reduzir em 40% sua capacidade de gerar pressão aerodinâmica. “Trabalhávamos já há cerca de dez anos nos estudos dos mesmos desafios técnicos”, disse Newey. “A partir de 2009 tivemos a oportunidade de repensar tudo o que fazíamos. É o tipo de desafio que mais aprecio.”
Cenário semelhante
E o que irá acontecer em 2014? Nova mudança drástica do regulamento técnico. É nessas horas que a critividade de Newey melhor se manifesta. E a maturidade atingida pelo engenheiro aeronáutico inglês reduziu bastante a possibilidade de um projeto equivocado, como o que fez para a McLaren, em 2003, o modelo MP4/18-Mercedes.
O carro nunca chegou a disputar um GP. A organização de Ron Dennis teve de rever o monoposto do ano anterior para seus pilotos, Kimi Raikkonen e David Coulthard, disputarem o campeonato.
Escrevo tudo isso para dizer que se a vitória de Sebastian Vettel, da Red Bull, neste domingo no GP de Cingapura, impressionou pela facilidade com que foi obtida, a histórico de Newey, quando as regras experimentam alterações importantes, pode fazer com que as corridas, em 2014, se assemelhem bastante à do circuito Marina Bay.
Na 31.ª volta, Vettel cruzou a linha de chegada com uma vantagem de 1 segundo e 16 milésimos para Nico Rosberg, da Mercedes, então o segundo colocado. O safety car acabara de deixar a pista.
Na 40.ª volta, ou seja, nove depois da relargada, uma antes de Rosberg fazer sua segunda parada, a vantagem de Vettel atingiu 22 segundos e 104 milésimos. Isso quer dizer que abriu, em nove voltas, 21 segundos e 88 milésimos (22 segundos e 104 milésimos menos 1 segundo e 16 milésimos). Nesse segmento da prova, portanto, Vettel obteve uma diferença média de 2,3 segundos por volta. É impensável na Fórmula 1!
E se havia alguma dúvida na cabeça de James Allisson, da Ferrari, Ross Brawn, Mercedes, e Nick Chester, substituto de Allison na Lotus, quanto ao que poderiam conquistar este ano, neste domingo foi dirimida por completo. Será preciso uma combinação de fatores bastante rara para Vettel e a Red Bull não serem campeões este ano.
Esquecer 2013
Em outras palavras, o melhor a fazer é gastar as 40 horas por semana permitidas de estudos no túnel de vento com o modelo de 2014. Esquecer o campeonato em curso. Manter o grupo trabalhando nos monopostos atuais muito provavelmente não levaria o time a nada.
Com o carro que tem, capaz de fazer Vettel manter-se invicto nas três últimas etapas, Bélgica, Itália e Cingapura, ou seja, estabeleceu as três pole positions e venceu as três corridas, e a desistência de os adversários melhorarem seus monopostos daqui para a frente, a tendência é no mínimo as coisas permanecerem como estão: a Red Bull muito à frente.
Hoje a diferença de Vettel para Alonso, segundo na classificação, é de 60 pontos (247 a 187). Restam seis etapas para o encerramento da temporada. Se, por exemplo, depois do GP da Índia, dia 27 de outubro, o 16.º do calendário, Vettel abrir uma diferença de 75 pontos para o segundo colocado irá celebrar o tetracampeonato. Sim, porque depois restarão somente as etapas de Abu Dabi, Austin e Interlagos.
Vettel pode ser campeão nas próximas duas corridas, Coreia, 14.ª do ano, daqui a duas semanas, ou Japão, dia 13 de outubro? Na Coreia matematicamente não é possível. Depois teremos, ainda, mais cinco provas ou 125 pontos (25 x 5) em jogo. Mesmo que Vettel vença e Alonso não faça pontos, chegaria no máximo a 85 (60 + 25).
Já no GP do Japão não é impossível, ainda que pouco provável. Como depois o campeonato teria mais quatro corridas, ou 100 pontos em jogo, Vettel teria de ampliar na Coreia e no Japão a atual diferença de 60 para 100 pontos. Necessitaria de uma vitória e uma terceira colocação (25 + 15), que lhe dariam os 40 pontos. E ainda torcer para Alonso, se ele for ainda o vice-líder, não somar ponto algum.
Índia, local provável do tetra
É por isso que faz mais sentido acreditarmos que Vettel possa comemorar o quarto título seguido no GP da Índia. O histórico de seu avanço depois das férias da Fórmula 1, em agosto, invicto, ganhou tudo, sugere ser bem possível aumentar a atual diferença de 60 para 75 pontos para o segundo colocado até lá, tendo ainda duas corridas no meio do caminho, Coreia e Japão, para ajudá-lo.
Quem gosta de assistir a belos pegas na Fórmula 1 deve torcer para que o modelo de 2014 que Newey está produzindo para a Red Bull não tenha a mesma maior eficiência que todos os seus carros desde 2010. Já são quatro anos que a impecável organização e o supertalentoso Vettel dominam a competição.
Mas antes de chegar em 2014, a hora que Vettel bater o martelo e definir, este ano, a conquista de mais um título deixará no ar também o delicioso sabor da justiça: os melhores de novo foram campeões. Nada é mesmo ao acaso na Fórmula 1. Mas, o resultado de planejamento, trabalho, investimento e, basicamente, muita competência. Ingredientes que sobram na Red Bull.
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Aplaude quem entende*
* Por Luis Fernando Ramos
Três metros. Foi a distância que Sebastian Vettel não liderou o GP de Cingapura, no momento em que foi atacado por Nico Rosberg na primeira curva após a largada. O alemão se segurou na liderança e depois partiu para uma performance irretocável, imprindo um ritmo que era por vezes dois segundos mais veloz por volta do que o dos adversários. No final, cruzou a linha de chegada com uma vantagem de 32s627 para Fernando Alonso, o segundo colocado. Uma eternidade na Fórmula 1.
- Foi fantástico. A largada foi apertada, mas depois do Safety Car, acelerei 100% e consegui um ritmo incrível. Foi fácil depois disso, mas é um esforço de equipe, o carro estava fantástico e todos estavam no seu auge aqui. Está muito bom pilotar este carro e o pessoal da fábrica continua forçando muito para continuarmos neste nível.
Outros números sublinham o domínio imposto por Vettel no circuito de Marina Bay: largou da pole position, foi líder ao final de todas as voltas, sua melhor volta da corrida foi 1s082 mais rápida que o autor da segunda melhor volta, Adrian Sutil. Foi um ritmo insano.
Mas o bom da geração atual de pilotos excepcionais que existe atualmente na Fórmula 1 é que há espaço para os outros brilharem. Fernando Alonso fez uma largada incrível, pulando do sétimo lugar do grid para a 3ª posição na primeira curva. Depois ainda passou Nico Rosberg na estratégia para salvar, por enquanto, suas chances no campeonato.
- Sabíamos que tínhamos de inventar algo porque nos faltava ritmo. Uma chance era na largada e outra na estratégia e conseguimos os dois para chegar a este grande segundo lugar. Não tivemos o mesmo ritmo de nossos rivais em nenhum momento no final de semana, e no final das contas o segundo lugar acabou sendo um pequeno presente - definiu.
Sensacional foi também Kimi Raikkonen que, mesmo com fortes dores nas costas, pulou de 13º no grid para subir ao pódio em terceiro. No caminho, uma ultrapassagem de cinema sobre Jenson Button. A frieza costumeira foi fundamental para suportar a dor física.
- Durante a corrida não atrapalhou muito, mas depois que eu saí do carro está incomodando mais. Porém, isso não deve ser um problema, pois temos duas semanas para recuperar. Acho que o terceiro lugar foi o máximo que podíamos almejar hoje.
Três metros. Foi a distância que Sebastian Vettel não liderou o GP de Cingapura, no momento em que foi atacado por Nico Rosberg na primeira curva após a largada. O alemão se segurou na liderança e depois partiu para uma performance irretocável, imprindo um ritmo que era por vezes dois segundos mais veloz por volta do que o dos adversários. No final, cruzou a linha de chegada com uma vantagem de 32s627 para Fernando Alonso, o segundo colocado. Uma eternidade na Fórmula 1.
- Foi fantástico. A largada foi apertada, mas depois do Safety Car, acelerei 100% e consegui um ritmo incrível. Foi fácil depois disso, mas é um esforço de equipe, o carro estava fantástico e todos estavam no seu auge aqui. Está muito bom pilotar este carro e o pessoal da fábrica continua forçando muito para continuarmos neste nível.
Outros números sublinham o domínio imposto por Vettel no circuito de Marina Bay: largou da pole position, foi líder ao final de todas as voltas, sua melhor volta da corrida foi 1s082 mais rápida que o autor da segunda melhor volta, Adrian Sutil. Foi um ritmo insano.
Mas o bom da geração atual de pilotos excepcionais que existe atualmente na Fórmula 1 é que há espaço para os outros brilharem. Fernando Alonso fez uma largada incrível, pulando do sétimo lugar do grid para a 3ª posição na primeira curva. Depois ainda passou Nico Rosberg na estratégia para salvar, por enquanto, suas chances no campeonato.
- Sabíamos que tínhamos de inventar algo porque nos faltava ritmo. Uma chance era na largada e outra na estratégia e conseguimos os dois para chegar a este grande segundo lugar. Não tivemos o mesmo ritmo de nossos rivais em nenhum momento no final de semana, e no final das contas o segundo lugar acabou sendo um pequeno presente - definiu.
Sensacional foi também Kimi Raikkonen que, mesmo com fortes dores nas costas, pulou de 13º no grid para subir ao pódio em terceiro. No caminho, uma ultrapassagem de cinema sobre Jenson Button. A frieza costumeira foi fundamental para suportar a dor física.
- Durante a corrida não atrapalhou muito, mas depois que eu saí do carro está incomodando mais. Porém, isso não deve ser um problema, pois temos duas semanas para recuperar. Acho que o terceiro lugar foi o máximo que podíamos almejar hoje.